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e como sinto o vento que insiste em levitar-me pelas falésias acamadas como nuvens escuras dispersas,
e como sinto o vento tocando-me na face
pelo sorriso desta manhã adormecido,
adormeceram-se as longas distâncias,
adormeceram-se as longas histórias,
adormeceram-se as súplicas.
E como sinto o vento que insiste em repetir-se levemente,
como um linho que me toca,
qual algodão,
e como sinto o vento espraiando-se pela claridade
nesta terra castanha escura que piso,
como o sinto.
Reluzem as pegadas que o vento não levou,
o que restou do amor, talvez,
que as monções resistam nas tatuagens eternas do mar,
que a memória resista como o vento que insiste,
insiste,
ah... como insiste o vento em levitar-me de mim.
Poema de Ricardo Pocinho (Transversal)
Postado por Felipe Mendonça
Olá. Estou a ver pela primeira vez e gostei muito da imagem que abrilhantou o meu poema. Diferente quando lemos o que escrevemos com outra roupagem (fotografia). Muito obrigado. Abraço-te.
ResponderExcluirRicardo Pocinho (O Transversal)