sexta-feira, 20 de julho de 2012

Wamberto Lobo

Amei......




Martha Medeiros




Tinha algo a dizer, mas jamais aos gritos, jamais com ênfase, jamais invocando uma reação Era como ela catalogava as pessoas: através dos sinais de pontuação. Irritava-se com as amigas que terminavam as frases com reticências... Eram mulheres que nunca definiam suas opiniões, que davam a entender que poderiam mudar de ideia dali a dois segundos e que abusavam da melancolia.

Por outro lado, tampouco se sentia à vontade com as mulheres em estado constante de exclamação. Extra, extra! Tudo nelas causava impacto! Consideravam-se mais importantes do que as outras! Ela, não. Ela era mais discreta. A mais discreta de todas.

Também não era do tipo mulher dois pontos: aquela que está sempre prestes a dizer uma verdade inquestionável, que merece destaque. Também não era daquelas perguntadeiras xaropes que não acreditam no que ouvem, não acreditam no que veem e estão sempre querendo conferir se os outros possuem as mesmas dúvidas: será, será, será? Ela possuía suas interrogações, claro, mas não as expunha. Era uma mulher entre parênteses. Fazia parte do universo, mas vivia isolada em seus próprios pensamentos e emoções. Era como se ela fosse um sussurro, um segredo. Como uma amante que não pode ser exibida à luz do dia. Às vezes, sentia um certo incômodo com a situação, parecia que estava sendo discriminada, que não deveria interagir com o restante das pessoas por possuir algum vírus contagioso. Outras vezes, avaliava sua situação com olhos mais românticos e concluía que tudo não passava de proteção. Ela era tão especial que seria uma temeridade misturar-se com mulheres óbvias e transparentes em excesso. A mulher entre parênteses tinha algo a dizer, mas jamais aos gritos, jamais com ênfase, jamais invocando uma reação. Ela havia sido adestrada para falar para dentro, apenas consigo mesma. Tudo muito elegante. Aos poucos, no entanto, ela passou a perceber que viver entre parênteses começava a sufocá-la. Ela mantinha suas verdades (e suas fantasias) numa redoma, e isso a livrava de uma existência vulgar, mas que graça tinha?

Resolveu um dia comentar sobre o assunto com o marido, que achou muito estranho ela reivindicar mais liberdade de expressão. Ora, manter-se entre parênteses era um charmoso confinamento. “Minha linda, você é uma mulher que guarda a sua alma.” Um dia ela acordou e descobriu que não queria mais guardar a sua alma. Não queria mais ser um esclarecimento oculto. Ela queria fazer parte da confusão. “Mas, minha linda...” E não quis mais, também, aquele homem entre aspas.






A amizade



O que é ter amigos?

Hoje em dia não sei dizer, pois tenho muitos poucos. São poucos amigos que posso dizer que posso confiar de verdade.

Mais pelo menos estes poucos amigos são verdadeiros.
Amigos de verdade são aqueles que estão em todos os momentos na sua vida sejam alegres ou tristes, isso não importa muito eles estão sempre por perto.

Muitas vezes nem precisamos chamar eles aparecem do nada e lhe diz que tudo vai dar certo.
Amigo de verdade é aquele que escuta sem te recriminar, que lhe da bronca quando você faz algo de errado, que lhe mostra seus defeitos e não só as qualidades. E aquele que dividi o pouco que tem com você, e aquele que lhe mostra que a vida pode ser boa mesmo nas dificuldades, porque é nas dificuldades que crescemos e evoluímos. E aquele que lhe dar sem nada pedir em troca.

Não importa quantos amigos você acha que tem, pode um milhão de amigos ou um só, o que importa é o que este amigo é para você.
Muitos amigos valem mais que muitos irmãos de sangue.

Um amigo de verdade é amor para o resto da vida. Sim, amamos nossos amigos é este é amor que pode ser levado para eternidade, porque amizade nunca se acaba. Ela é eterna.
Feliz dia do amigo para todos.

Sejamos amigos verdadeiros nesta nova energia que esta se aproximando.
Sejamos fraternos hoje e sempre....pois assim o planeta na Terra vai fluir muito melhor. Que os seres humanos aprendam realmente o significado da palavra amizade.



Já Não Sei Mais Nada - Bruno e Marrone




Eu não sei dizer se este amor vai voltar a ser o que já foi
Não sei se depois que amanhecer nós vamos saber o que fazer
Se vai me julgar mais uma vez, não pergunte coisas que eu não sei
Coisas que eu não sei

Não sabemos onde vai parar, sei que até você vai duvidar
Mas não vou jurar nem prometer algo que não sei se vou fazer
Eu não sei se é eterno, mas posso te dar todo meu tempo

Já não sei mais nada, já não sei mais nada
Se estaremos juntos até o fim do mundo
Eu não sei se sou pra você, se você é pra mim
O amor que amamos sonhando
Já não sei mais nada, já não sei mais nada se vai ser assim

Seu café derrama no sofá, distraída não sabe o que faz
Não consegue ver que acabou, não quer desistir mais deste amor
Mas tudo que vê é o que sou, não me peça mais do que eu te dou
Não!

Já não sei mais nada, já não sei mais nada
Se estaremos juntos até o fim do mundo
Eu não sei se sou pra você, se você é pra mim
O amor que amamos sonhando
Já não sei mais nada, já não sei mais nada se vai ser assim

Essa vida é como um livro: cada página é um dia vivido
Que não podemos escrever e apagar
Essa noite eu preciso, eu preciso tanto te beijar!


quinta-feira, 19 de julho de 2012

QUANDO!! - Kity Araújo


Quando o sol adormece
Para dá lugar a lua
Estou aconchegada em teus braços
Sentindo-me plena...Só tua
Soprando palavras doce
Conduzindo teus pensamentos
Viajando nesse momento
Lindo e intenso...Só nosso
Quando os amantes cantam
A canção dos deuses
Para seus amores...
Melodias perfumadas
Alcançando a sua essência
Encantando toda tua alma
Quando tudo se transforma
Nessa paixão que enlouquece
E faz acelerar o coração
Consigo me vê no brilho dos teus olhos
Sinto os desejos do teu corpo
Incorporando, sorvendo o meu
Quando essa pura magia
Toma conta e domina...Eu confesso!!
Meu amor por ti é imensidão

(Kity Araújo)
Lei de Direito Autoral (nº 9610/98)







Ternura - Vinícius de Moraes



Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.




‎'Você deve ser silencioso,
porque quando você está em silêncio
você mergulha profundamente
no mundo do milagre.'

~ Rumii



Prece de Caritas



Deus nosso Pai, 
que Sois todo poder e bondade, 
dai força àqueles que passam pela provação, 
dai luz àqueles que procuram a verdade,
e ponde no coração do homem a compaixão e a caridade. 
Deus, 
dai ao viajante a estrela Guia, 
ao aflito a consolação, 
ao doente o repouso. 
Pai, 
dai ao culpado o arrependimento, 
ao espírito, a verdade, 
à criança o guia, 
ao órfão, o pai. 
Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste. 
Piedade, Senhor, para aqueles que não Vos conhecem, e
esperança para aqueles que sofrem. 
Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores, 
derramarem por toda à parte a paz, a esperança e a fé. 
Deus, 
um raio, uma faísca do Vosso divino amor pode abrasar a Terra, 
deixai-nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita, e
todas as lagrimas secarão,
todas as dores acalmar-se-ão. 
Um só coração, um só pensamento subirá até Vós, 
como um grito de reconhecimento e de amor. 
Como Moisés sobre a montanha,
nós Vos esperamos com os braços abertos. 
Oh! bondade, Oh! Poder, Oh! beleza, Oh! perfeição, 
queremos de alguma sorte merecer Vossa misericórdia.
Deus,
Dai-nos a força no progresso de subir até Vós,
Dai-nos a caridade pura,
Dai-nos a fé e a razão,
Dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas
O espelho onde refletirá um dia a Vossa Santíssima imagem.


Vejo o brilho 
Que de teus olhos sair resolve
E sol , 
Por ser tão só de ciúme morre.

O vento ao te ver em retirada bate 
Dando passagem a tua beleza 
De eterna nobreza
Que de você emana 

E o sorriso que a lua abre
Ao cair da noite 
Quando te ver 
Derrete-se de prazer !

Autor :Wamberto lobo

Em 17/07/12

Lei do direito autoral N/9610/98.




Emily Dickinson


''Os instantes Superiores da Alma 
Acontecem-lhe - na solidão - 
Quando o amigo - e a ocasião Terrena 
Se retiram para muito longe - 

Ou quando - Ela Própria - subiu 
A um plano tão alto 
Para Reconhecer menos 
Do que a sua Onipotência - 

Essa Abolição Mortal 
É rara - mas tão bela 
Como Aparição - sujeita 
A um Ar Absoluto - 

Revelação da Eternidade 
Aos seus favoritos - bem poucos - 
A Gigantesca substância 
Da Imortalidade.'' 




MOMENTOS!! - Kity Araújo


Não importa se as vezes eu choro...
Não é criancice muito menos fraqueza 
Sou sensível e não escondo o que maltrata
Quando o coração sente a dor a alma relata
Tristeza é um estado de espírito um momento
Só para nos mostrar o quanto somos capazes
De superar as adversidades imposta pela vida
Mas nem tudo é pra sempre...tudo passa
Então nos meus momentos de aflição...assim:
Abrace-me forte e cubra-me de carinho
É só o que eu preciso...do seu amor de você
Não fala nada, fica pertinho e cuida de mim.

(Kity Araújo)
Lei de Direito Autoral (nº 9610/98)



SOLITÁRIA GAIVOTA - Wamberto Lobo.


O pequeno barco
Na imensidão desliza
Lentamente trazido pela leve brisa !

Sopro suave
Vagorosa e precisa
sobre as ondas do mar !

O vôo tranquilo da solitária gaivota
O colorido crisântemo
Que num repente desbota !

E a leveza da calma 
Que de tão calma 
Me entorpece a alma !

Autor : Wamberto Lobo.


Em:18/07/12.


Lei do direito autoral N°9610/98



Sobre a Pós-Modernidade: Olhares de Zigmunt Bauman e Emmanuel



Nenhum de nós está imune aos efeitos do estilo de vida contemporâneo. Assim, convém refletir: qual o pano de fundo no qual os relacionamentos humanos ocorrem?

A liberdade pós-moderna permite tudo. Por certo, somente a efemeridade das coisas: tudo apresenta-se como disforme, fluido, impossível de constância e permanência - daí decorre o conceito de modernidade líquida de Bauman, sociólogo polonês. 

As características do estilo de vida pós-moderno – contido na chamada de Era do Vazio por Lipovetsky, filósofo francês - pode nos ajudar a compreender onde estamos e porque agimos como agimos: 

Trocas rápidas e instantâneas de informações; 

- Mensagens curtas e muito fluxo. A objetividade é confundida com a superficialidade. Mais importante que a verdade e substância da informação, é a rapidez com que ele se dá na forma como ela se dá; 

Produtos que quebram e são substituídos rapidamente; 

- Consumismo. Em nível mais profundo, uma propensão ao descarte e uma tendência ao enjoar das coisas (e pessoas); 

Produtos que não quebram e são substituídos rapidamente; 

- Idem. 

Relacionamentos descartáveis

- Segundo Bauman, a tendência por fazer escolhas de produtos que possam num curto período serem trocadas por outras mais atualizadas e mais promissoras, também influenciam o ritmo da busca por parceiros cada vez mais satisfatórios.

Distorção do real; 

- Os meios de comunicação e reprodução da realidade não reproduzem o mundo de acordo com sua realidade de fato, “[...] eles o refazem à sua maneira, transformando-o num espetáculo”, segundo o filósofo Baudrillard e o comunicólogo Santos. 

Assim vemos em perfis de Facebook situações cotidianas que parecem reportagens de revistas e espetáculos de tv, com fotos de festas, sorrisos, corpos esbeltos etc. Nosso caminho espiritual, nossos relacionamentos amorosos e nossas carreiras profissionais, se não forem transformados em espetáculo e propagados em redes sociais ou outros meios de comunicação, não tem “valor”. 

Perda de substância do sujeito; 

- Consequência dos elementos anteriores, diante da sociedade do descarte e do espetáculo, o sujeito se sente vazio e pressionado por esta "realidade" retratada a seguir estes padrões e avalia sua vida segundo estes critérios; 

Individualismo

- A hipervalorização do Eu - por meio de objetos e liberdade para satisfação irrestrita dos desejos - e o recebimento constantemente informações de forma fragmentada, faz com que percamos a capacidade de enxergar o todo, assim, nos atemos ao nosso pequeno mundo de interesses “próprios” e ao curto prazo. Segundo relata o comunicólogo Jair Santos: “sugerindo ao individuo um ideal de consumo personalizado, ao massagear o narcisismo”. 

Distorção da Moral

- A religião e a moral, são utilizadas de acordo com o interesse de cada um: são também produtos e servem para nos trazer satisfação, não um caminho a seguir. Assim, usamos e interpretamos a moral religiosa quando e da forma como convém. O importante é estarmos satisfeitos. 

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Irmãos, não somos vítimas. 
Somos protagonistas desse estilo de vida e maneira de olhar à vida, a nós mesmos e ao outro. Ninguém é o autor de estória de nossas vidas, além de nós mesmos. 
Refletir, dissecar e encontrar nas “nossas” verdades, ilusões plantadas pela sociedade pós-moderna. 
Emmanuel aborda o estilo de vida pós-moderno na mensagem “Segundo a carne”, presente no livro Pão Nosso:

“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis”. 
Paulo (Romanos, 8:13)

“Para quem vive segundo a carne, isto é, de conformidade com os impulsos inferiores, a vida nada mais é do que uma série de acontecimentos vazios. Em todos os momentos, a insatisfação lhe será fantasma incessante. [...] não pode contar com a benção do amor, porquanto, [...] os laços afetivos são meros acidentes no mecanismo dos desejos eventuais. A dor, benfeitora quando bem refletiva, lhe é intolerável; a disciplina lhe é angustioso cárcere e o serviço aos semelhantes lhe é humilhação. Desditoso o homem que vive conforme a carne. Os conflitos de posse atormentam-lhe o coração [...] este fez questão de aumentar apetites e prazeres pela integração com o lado inferior da vida. Que poderá esperar após a morte do corpo, se não sepulcro, sombra e impossibilidade, dentro de uma noite cruel?”

Emmanuel

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Emmanuel e Bauman, cada um a sua maneira, abordam o que parece permear nosso estilo de vida. 

Qual a saída? 

O mundo pós-moderno nos oferece anseios que são que levam ao retorno do mesmo: é um correr atrás do próprio rabo, é voltar a um ponto onde já estivemos antes, é sofrer angústias já sofridas antes. 

O pós-modernismo busca a intensificação das sensações e dos prazeres, mas sem jamais conhecer de fato aquilo que ele tanto almeja: a felicidade. Nas relações humanas as identidades são marcadas pelas incertezas. O casamento - e relacionamentos em geral - tem caráter de festividade (e espetáculo aos outros) do que compromisso entre pessoas que buscam uma vida em comum de amor e cuidado. Cada um siga segue seu rumo quando o amor perder o prazo de validade.

Sim, o Amor parece ter prazo de validade também em uma sociedade de consumo e descarte. Não somente a relação, mas o sentimento do “amor” entre duas pessoas. 

A saída é darmos uma razão de ser à vida, diferente do que nos sugere o mundo pós-moderno: é termos um olhar mais profundo e menos superficial sobre tudo. 

É necessário acendermos luz em nossas mentes e corações. 

Encontrarmos nas “nossas” verdades, muitas ilusões plantadas pela sociedade pós-moderna. 

A leitura edificante, a prática da oração e o exercício da caridade são excelentes ferramentas para nos trazer preenchimento ao vazio que sempre parece nos perseguir. 

Deixamos aqui algumas perguntas para reflexão: 

De onde vêm nossas crenças e anseios sobre como nossa vida deveria ser? Da TV? Das revistas? Das fotos e perfis alheios de redes sociais? 

Como avaliamos o que tem valor em nossas vidas? Aquilo que se transforma em espetáculo passa a ser mais valorizado e símbolo de felicidade?

Que padrões se repetem em nossas vidas? 

Por quê? 

Irmão, irmã. Caso ao ler esse breve estudo, tenhas se sentido acusado, incomodado ou tocado de certa forma, ele cumpriu sua função: algo dentro de ti reconheceu uma verdade. 

Com o tempo, com o abrandar do Ego, de nossas crenças arraigadas e emprestadas de outros tantos e com o surgimento de uma nova perspectiva da vida, vamos nos libertando desse ciclo auto-ilusório, nos aproximando mais de nós mesmos e não de nossas máscaras. 

Nossas sombras vão se iluminando e no clarão da verdade que uma vez sentida no coração e na mente, perceberemos o que Jesus quis nos dizer quando a verdade nos libertará. Libertará do que? 

De nossas crenças e padrões limitantes de vida, que não nos levam a lugar algum, a não ser ao mesmo de antes, nesse eterno retorno do mesmo. 

A mudança se inicia por dentro: a Paz começa em nós. 


p.s.: Para saber mais sobre pós-modernidade: 

BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Tradução Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

BAUMAN, Z. Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003

LIPOVETSKY, G. A era do vazio: ensaio sobre o individualismo contemporâneo. Tradução Miguel Serras Pereira e Ana Luísa Faria. Lisboa: Relógio d’água, 1989.

SANTOS, Jair Ferreira. O que é pós-moderno. São Paulo: Brasiliense, 2004.


quarta-feira, 18 de julho de 2012

BRIGAR OU VIVER SÓ - Silvio Afonso





Eu conheci alguns casamentos felizes, mas a desarmonia entre alguns pensamentos tem levado casais à discussão gerando grandes confusões.

 A divergência entre os maiores pensadores causa uma terceira linha de raciocínio que depois de questionada e discutida faz surgir outra e outras mais. Com isso a ciência tem ganhado mais para a sociedade que perdido. Na vida de um casal, entretanto, este comportamento tem duas portas de entrada e nem uma de saída, apenas algumas frestas. O diálogo é imprescindível, mas a discussão entre as partes é e sempre será inevitável. Quem convence com argumentos acaba criando no outro um sentimento de perda, de despreparo e fragilidade, enquanto o primeiro fica mais autoritário e senhor de todas as situações no entender do companheiro. Alguns dos casais dos que mais discutiam acharam por bem trocar de companhia, mas no amadurecimento dos novos relacionamentos descobriam que nada tinha mudado. Que todos somos muito parecidos, todos temos as nossas próprias convicções pelas quais brigaremos até a última bala. Restava, portanto, uma solução; as frestas como saída. Sair para ficar só. 
Sair para esperar que suas razões amadureçam e depois de tudo esquematizado, planejado, voltar ao casamento, caso ainda tenha alguém pretendendo se casar principalmente com uma pessoa que desenvolveu uma estratégia de convencimento tão forte, que certamente preferirá morrer a se convencer que brigar não vale a pena. Discutir talvez também não valha, mas o que fazer, se a omissão e a falta de diálogo são as maneiras mais rápidas e fáceis de matar, cavar e sepultar um casamento? Até os que ganham a briga perdem com ela, porém o silêncio flagela e mata, não só a vida a dois, mas também as pessoas.



Na minha humilde maneira de entender a coisa, vejo que a necessidade de conversar é preponderante e que o assunto haverá de ser discutido até que se esgotem os últimos argumentos, mas sem que com isso esqueçamos que ceder de vez em quanto, cada um na sua vez, também faz parte da briga e todos ganharemos no frigir dos ovos.





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Convicção da Condição de Cativo - Rodolfo Pamplona Filho





O que fazer quando
não se tem mais jeito?
Resignar-se
e aceitar a impossibilidade
ou tentar se rebelar
na luta por um espaço ao sol?

A resposta parece óbvia,
pois a visão média
do homem normal
é de que ninguém deve se conformar
em passar mal
como se não fosse possível
construir um outro final!

Todavia, isso não é pacífico,
pois não existe padrão
para o que carrega na mente
ou no coração...

Sabe o tipo de gente
que não muda
e não tenta mudar nada?
Pessoas, para quem
as coisas são
por que sempre foram feitas assim
e que esta é
a única forma de fazer?

É a postura
de que nada mais tem jeito,
de que a tristeza é a amiga do peito,
de que o mundo é eterna prisão,
de que há problemas sem solução...

Para eles, eu digo:
a vida pode ser melhor, meu amigo!
Para toda tempestade, há abrigo...
Livre-se, finalmente, da CCC:
Convicção da Condição de Cativo!