sábado, 29 de junho de 2013


"Escrevo, triste, no meu quarto quieto, sozinho como sempre tenho sido, sozinho como sempre serei. E penso se a minha voz, aparentemente tão pouca coisa, não encarna a substância de milhares de vozes, a fome de dizerem-se de milhares de vidas, a paciência de milhões de almas submissas como a minha ao destino quotidiano, ao sonho inútil, à esperança sem vestígios. Nestes momentos meu coração pulsa mais alto por minha consciência dele. Vivo mais porque vivo maior."

"Tudo me interessa e nada me prende. Atendo a tudo sonhando sempre; fixo os mínimos gestos faciais de com quem falo, recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo, não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei. Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra, ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa que me não recordava ter-lhe feito. Sou dois, e ambos têm a distância - irmãos siameses que não estão pegados."


Fernando Pessoa - Bernardo Soares - O Livro do Desassossego

In: 


 

Eu carrego dentro de mim um oceano de sensações que não pode ser explorado... Observo, com entusiamo, as espécies boas e fico horrorizado com os bichos grandes que dominam as águas do meu sentir. Os sentimentos que me assustam são os mesmos que me divertem... explosões de adrenalina que transformam o homem simples, que cheira uma rosa vermelha em uma tarde melancólica de domingo, em uma entidade que é capaz de extrair as pedras renais de seus inimigos e fazê-los comer como se fossem ovinhos de codorna preparados com amor por um cozinheiro apaixonado pelo seu ofício. São as duas faces humanas que jogam baralho dentro da alma e que transpiram trapaças o tempo todo.

O destino, esse velho babaca que acha que pode fazer tudo com todos, é o cara mais injusto que eu já vi. Ele afasta de mim tudo que é importante e me dá de presente, com direito a um lacinho feito com fita vermelha, aquilo que eu mais detesto. Sou obrigado a ver as partes de minh'alma partindo, sempre de costas viradas para mim, levando consigo todo o meu sossego e pedaços grandes de uma felicidade que eu nem sei se foi minha. 
Cinco minutos depois de assistir à sagração da minha infelicidade, eu ouço um som escandaloso vindo de alguma parte da casa. As desgraças surgem em monociclos, fazendo malabarismos com peças do meu orgulho e pedaços de uma dignidade que eu disse que mandaria para o conserto. Mas que autoridade eu tenho nesta casa? o meu papel aqui é apenas viver e ouvir os lamentos de um arrependimento que nunca dorme. Desgraças megalomaníacas que têm em sua boca a conjugação completa e infinita do verbo "comprar". 
O que é ruim em mim fecha os meus olhos e coloca milhares de palavras destrutivas em minha boca. Palavras que trincam os meus dentes e que ferem a minha língua. Lembro do destino... ele é o culpado. Olho para as desgraças saltitantes, ouço o culto às coisas materiais e, mentalmente, mando tudo para o inferno. Engulo o gemido e desfilo na passarela da humilhação. Bebo um remédio que não desce... fica preso em minha garganta. Perco o ar... mas não perco a esperança. Vomito em meus pés. Sujo as únicas bases que eu tenho. O que deveria me curar é aquilo que mais me machuca. 

Tento esquecer o que me faz mal. Infelizmente sou obrigado a engolir a comida que foi mastigada por outras pessoas. A culpa que eu não tenho deita ao meu lado e me encara profundamente. Eu retribuo o olhar. Ela some. Eu gargalho.
Lembro do que é importante para mim e me desespero em saber que não tenho a mesma importância para eles.

Eu estou aqui.
Eles sabem disso.

In: 

MEUS SEGREDOS!!


E ela acalentou todos meus sonhos secretos
Quando fluíam das janelas dos meus olhos
Compartilhou suspiros de paixão do coração
Ouviu meus prantos, os lamentos da alma
Foi companheira nos meus momentos de dor
Sabe de cada segredo que guardo no peito
Quando falei de amor com tanta magia... tão tua
Segredos de uma loba revelados aos pés da lua.

(Kity Araújo)
Lei de Direito Autoral (nº 9610/98)

In: 

ALMAS PREDESTINADAS

Duas almas são predestinadas quando tem uma missão a cumprir juntas,
e assim,
por ter sido um encontro marcado lá do outro lado,
onde pactuaram voltar,
para se encontrarem e realizar determinada missão, sendo assim,
quando as almas se encontram, tudo pode acontecer,
podendo haver a explosão do amor não vivido em outras vidas.

Este amor chega sem ter dia marcado ou momento marcado para acontecer.

Simplesmente chega, e se instala,
criando uma verdadeira orgia de sentimentos alegres,
que modificam todos os propósitos e conceitos até então firmados.
O encontro de duas almas tem como foco principal,
não a aparência física, mas a afinidade entre elas existente,
e o que o Destino a elas destinou,
como o porque e o quando tudo deve acontecer.

Existem momentos de tristeza, causada por uma dúvida que machuca,
que gostaria de saber o porque de não se terem encontrado antes,
ainda mais quando o momento desse encontro acontece quando não é
mais possível extravasar toda a plenitude do amor que trazem,
quando não é mais possível viver a alegria de amar e
querer compartilhar a vida com o outro.
Enfim, como essas almas se sentem sem a possibilidade de realizar este amor em total plenitude,
o que causa um inexplicável sentimento de saudade de algo que não foi vivido.

Uma saudade doída de algo vivido em outras vidas,
saudade daquilo que poderia ter sido,
mas que por alguma razão não o foi.

Reconhecem porém que não haverá retorno para suas pretensões,
e mesmo estando distantes,
entendem a alegria, a tristeza, o querer um do outro.

Estas almas falam além das palavras, e aliás, delas não precisam,
pois se comunicam, se encontram, se amam pelo éter,
pelo espaço sideral.
São encontros etéricos.
Se o reencontro ocorrer no tempo certo, estas almas afins se entrelaçam
e buscam a forma de juntas ficarem,
num processo contínuo de reaproximação
até a consumação do resgate daquilo que vieram cumprir.

Se diferente for, se o reencontro ocorre num espaço tempo diferente do
que suas realidades possam permitir,
ainda assim estas almas ficam marcadas, e nunca conseguirão se separar,
mesmo que os corpos se separem,
elas continuarão a se sentir,
pois almas que assim se encontram não mais se sentirão sozinhas,
pois reconhecerão a necessidade que têm uma da outra para toda a eternidade.

São almas que atravessam os tempos, as muitas passagens,
buscando o resgate final de seu amor,
até que em determinada passagem conseguem cumprir o resgate,
tendo então seu descanso final,
quando conseguem ter...



In: 


Se você permitir que as pequenas coisas 
despertem seu olhar
perceberá quão grande é o milagre
que há.


Feliz Aniversário meu eterno amor....




"A vida é assim; esquenta e esfria, aperta dai afrouxa, sossega e depois desinquieta. Afinal , o que ela quer da gente é coragem".

Guimarães Rosa

In: 


PORQUE SOU UMA BRUXA...


Sou uma bruxa porque Sempre que abro os olhos ao despertar, me emociono por mais um dia para viver, livre e comprometida com as coisas e as causas da Grande Mãe. Neste momento procuro refletir a respeito dos tantos dias que nos foram tirados, por inveja, injúria e cobiça e peço luzes e força a Deusa Mãe para o dia de hoje. 

Sou uma bruxa porque ao abrir as janelas e respirar o ar da manhã, agradeço a Deusa pelo dom da vida, e celebro o pai ar pela sua presença em mim. 

Sou uma bruxa porque, ao me alimentar, celebro aquele bendito alimento e bendigo todos aqueles que contribuíram com seu trabalho para que o mesmo chegasse à minha mesa. 

Sou uma bruxa porque, sempre de alguma forma, renasce o amor em mim, e minha alma agradecida transmite luz. 

Sou uma bruxa porque sempre me envolvo e me comprometo a serviço da justiça e da paz no mundo. 

Sou uma bruxa porque estou sempre insistindo em abrir as portas do meu coração para transmitir os ensinamentos dos antigos e facilitar o despertar da grande arte nos corações dos que me cercam. 

Sou uma bruxa porque estou sempre acendendo um fósforo sem maldizer a escuridão. 

Sou uma bruxa porque busco a verdade sem jamais me conformar com a mentira e o subterfúgio. 

Sou uma bruxa sempre que renuncio ao egoísmo e procuro ser generosa. 

Sou uma bruxa quando sorrio para alguém, mesmo estando muito cansada, pois conheço o valor do sorriso. 

Sou uma bruxa quando preparo um chá que vai curar, ou pelo menos amenizar a enxaqueca daquela vizinha chata. 

Sou uma bruxa quando tomo um animal em meu colo para lhe amenizar a dor. Quando planto e colho uma erva e agradeço a Gaia por tamanha dádiva. 

Sou uma bruxa quando persigo a luz de uma estrela com o olhar e o coração nas trevas que nos circundam. Quando levo a fé nos Deuses por entre linhas, apenas com minhas ações. 

Sou uma bruxa quando em rijo, sinto o rio do sangue da vida que escoa nas minhas entranhas. Quando sou fogo que estimula o coito, e água que transforma e modifica cursos. 

Sou uma bruxa porque me aconchego no seio sagrado da terra, voltando ao colo sagrado. Quando abro o circulo invocando os ventos do norte, buscando no canal dos antigos o néctar do renascer. 

Sou uma bruxa porque, quando falo em liberdade, me sinto águia. Quando falo de sabedoria, me sinto coruja, e, quando falo do belo, me sinto arara. 

Sou uma bruxa porque estou sempre atenta ao perfume, que não posso derramar no próximo sem que também me atinja e a lei tríplice se faz em mim. 

Sou uma bruxa quando vivencio o sabor do pão partilhado. Quando procuro pedir perdão e recomeçar. 

Sou uma bruxa quando me recolho ao silêncio perante um julgamento preconceituoso ou injusto a meu respeito, entrego ao tempo. Único polo óptico da verdade imutável.

Sou bruxa quando desenvolvo em meu ser a humildade de viver e morrer como o grão de trigo, para depois frutificar searas de luz, de tenacidade e esplendor. 

Sou uma bruxa porque estou sempre ressurgindo das cinzas como Fênix. E assim, retomar a minha vivência concreta, cujo itinerário principal é a minha Deusa interior, forte, guerreira, translúcida, serena e amorosa a despertar em mim. 


Por tudo isso, sou a Bruxarms !" 


Autora Desconhecida

In: 

SONHAR E NÃO PECAR.


 (Foto da Internet) 

Ela é bonita, trabalhadeira e apaixonada pelo marido. 
Margarida se casara a pouco mais de dois anos com o homem dos seus sonhos e o maior dos seus desejos era ser mãe de um filho dele, mas tempo, porém, João Guilherme só tinha para o trabalho, mesmo dando 
a ela toda a atenção e carinho que merecia. 
 Já Gabriel que resolveu morar em um dos imóveis do pai que morrera, não fazia tempo, optou pelo apartamento mais próximo dos negócios que o velho deixou na intenção de administrá-los mais de perto. 
O rapaz ficava fora o dia inteiro e só voltava à casa tarde 
da noite ou altas madrugadas. 
Algumas vezes, quando Margarida e o marido já estavam prestes a pegar no sono, acordavam com o vizinho abrindo a janela do quarto para ventilar a casa, e a imagem do rapaz se preparando 
para dormir passou a fazer parte dos seus pensamentos. 
Em muitas ocasiões ela se pegou desejosa de vê-lo 
com pouca ou nenhuma roupa caminhando para o leito. 
 Nesses momentos Margarida parecendo envergonhada se abraçava ao marido despertando nele os seus desejos e se 
entregava ao melhor de todos os sexos que já fizeram. 
 Sempre que o marido saia para trabalhar, Margarida ia até à varanda com o propósito de molhar as plantas, bater um tapete ou simplesmente tomar ar, mas na verdade a intenção era bem outra, arriscar uma olhadela para a casa do vizinho que chegava tarde do trabalho 
e dormia de janela aberta até às 9h. 
 Se ela via alguma coisa que despertasse nela o tesão que depois de sua chegada passou a ter, não deixou transparecer,
mas que fazia amor com o marido 
pensando nos músculos definidos do vizinho, muitas vezes ou todas ela provou que fez. 



Soneto do Ódio


A despeito de meu atual aspecto,
Carcomido, amorfo e sem rutilância,
Já fui garbo, um elegante circunspecto,
Um módico ambicioso sem ganância.


Amei o lúdico, o estético, o singelo,
Garimpei sorrisos, amores, amizades,
Amealhei porém o oposto do belo,
Recebi de troco, torvas falsidades.


Me fiz então corsário, pirata, bucaneiro,
Singrei os mares buscando fama e dinheiro,
Remanescendo a dor de inocentes mutilados.


Avaliando minhas pilhagens, meu butim.
Restou-me um coração profligado e ruim,
Pelo ódio de todos os desgraçados.






Caixinha de Pandora: Rostos e portas


Arte: Confidências


Dramas humanos acontecem todos os dias e atingem pessoas que desconhecemos. Porém, quando eles vêm bater-nos à porta porque tocam alguém que nos é caro ou a nós próprios, tomamos consciência da sua existência.

Todos reagimos de forma diferente e pessoal. Há os que se escondem e vivem as suas mágoas em silêncio. Há os que gritam as suas dores ao mundo inteiro. Há os que tentam a todo o custo continuar a avançar, conscientes que todos os observam para saber como vão encarar a situação.

Quando conhecemos alguém que sofre na consequência de uma das inúmeras e naturais dificuldades da vida, também reagimos de forma diversa. Há os que manifestam imediatamente a sua vontade de auxiliar, mesmo contra a vontade do objecto do auxílio. Há os que oferecem discretamente uma mão estendida e aguardam que ela seja aceite. Há os que guardam o silêncio por não saber o que fazer ou dizer. Há ainda - e são por vezes os mais frequentes - os que, sob o pretexto de oferecer auxílio, aproveitam para fazer todo o tipo de perguntas indiscretas e desnecessárias, com o único objectivo de serem os únicos a deter a informação completa sobre a origem, a causa, os elementos e todas as consequências do drama que bateu à porta do outro. São estes últimos, que vamos chamar "ajudadores condicionais", que são interessantes a observar.

São pessoas como todas as outras. Aparentam o rosto da bondade, oferecem ajuda, disponibilizam-se para auxiliar qualquer um! Mas, quando olhamos de mais perto, é fácil aperceber-nos que só oferecem auxílio quando isso lhes pode trazer algo. Por vezes, é o reconhecimento das suas bondades, pois é sempre publicamente que os gestos de apoio são manifestados. Outras, é o facto de ser o centro de atenção de todos os espectadores do drama que, não estando directamente envolvidos, não podem satisfazer a curiosidade de informação ou - deveríamos dizer - de boatos. Outras ainda, é a satisfação de ter sido o depositário da confiança do martírio que, desesperado por não encontrar ninguém a quem confiar as suas infelicidades, acaba por desabafar com a primeira pessoa que se encontra disponível.

No entanto, esses "ajudadores condicionais" nunca se manifestam quando o preço a pagar seria um verdadeiro investimento desinteressado. Todos nós os conhecemos: são aqueles que têm sempre uma desculpa para desaparecer quando seria necessário ouvir sem interromper, escapar quando seria indispensável dar a mão sem nada pedir, e fugir quando deveriam oferecer sem nada esperar receber.

É nesses momentos que revelam o seu verdadeiro rosto. Não podendo mais ser o centro de atenção dos espectadores passivos em razão da sua bondade, tornam-se então o centro de atenção em razão das suas opiniões, baseadas - aos olhos de quem os escuta - no conhecimento perfeito da situação que descrevem! O auxiliado, outrora objecto de compaixão, torna-se então - no discurso do "ajudador condicional frustrado" - responsável da sua miserável situação, incapaz de enfrentar devidamente os eventos e surdo a qualquer conselho.

É curioso como a multidão se cansa rapidamente do sofrimento alheio para preferir-lhe detalhes sórdidos que poderão dar origem a mil conversas maldizentes. É muito mais fácil passar a esponja de insensibilidade sob desastres e dramas, que de os encarar com sinceridade. Afinal, encarar a situação, significaria reconhecer que, noutras circunstâncias, a espada poderia ter caído sobre nós e não sobre os outros. É preciso coragem para ultrapassar certas mágoas na vida. Talvez essa atitude falsamente condescendente seja a manifestação do alívio de saber que o evento infeliz bateu á porta do vizinho e ficou, por enquanto, cego à entrada da nossa casa.


Dulce Mor@is


"Ninguém pode, por muito tempo, ter um rosto para si mesmo e outro 
para a multidão sem no final confundir qual deles é o verdadeiro."
Nathaniel Hawthorne
in "A Letra Escarlate"



Sou poeta



Sou poeta
_______Poemeto

Difícil é aquele que consegue
acompanhar meu istmo-ritmo.

Pois, vivo pedida entre
os altos e baixos da vida.
Sou poeta!


Geane Masago
(28-06-2013)




Terna é a voz
Que em ti habita.
A doçura incontida
Que grita
A urgência
De um sorriso.
Nem era preciso
Tanto!
Que,
Para iluminar-nos
A alma e o peito,
Bastava
Teu rubro e cândido
Encanto.


Não fales - Dulce Morais


Arte: Amplexo

Não fales.
quando nos encontrarmos.
Não faças ouvir a tua voz;
o silêncio vale mais que mil palavras.


Não fales.
porque as palavras escritas foram grandes,
desenvolveram a ligação agora presente;
não deve ser quebrada esta magia.


Não fales.
É melhor guardar o mistério do som
e saber que haverá sempre algo a descobrir
de ti e de mim, na voz alheia...


Não fales,
e eu saberei ouvir-te...

Dulce Morais


O Beijo - Lena Lopez

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A Árvore - Luiz Martins da Silva


(imagem do filme- A fonte da vida)

A árvore vive em nós, gênese e lógica;
A árvore de todas as árvores;
A árvore da vida, a árvore legião,
Na floresta em que somos todos irmãos.

E se o somos, em seiva e lenho,
É porque Ela nos une no nosso nome,
Inscreve em nós a planta, o fenômeno Da flor, do fruto... Do embrião ao oxigênio .

Mais que fotossíntese, Ela é a foto,
O álbum em que no tempo repousam,Em copa, todos os nossos antepassados.

A árvore quer de nós, cultivo e reverência:

A noção de que sem Ela a nossa existência Não teria futuro e nem moldura do passado.



Postado por Luísa Ataíde

Assim somos nós dois....


Entre laços e espaços...


Certos laços são eternos
e por mais que a gente queira desfazê-los
eles permanecerão atados em nós.
Constituem o que somos
e muitas vezes não queremos enxergar. 


Tatiana Moreira
In:



Vamos dançar..
tá escuro,
deixa rolar...
águas vão planar 
até as nuvens
pra desabar
corpos vão se dar
oque era pouco
fogo então será!

[Alta Tensão]



quinta-feira, 27 de junho de 2013

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Quem você é???



"Voa pensamento...
vai livre nas asas da saudade...
minha alma aguarda o teu regresso
prisioneira neste corpo adormecido
acalentado pela solidão."

In:

"Que esta noite a Super Lua nos ilumine ainda mais para que nossas vidas brilhem por toda eternidade." - R.K.M



Astrologicamente, a Lua representa a parcela mágica da nossa psiquê, que é capaz de se encantar com as imagens internas e externas, capazes de alimentar e educar a nossa criança interior. Com suas quatro fases distintas, dividindo o seu ciclo zodiacal (de vinte e oito dias, o mais rápido dentre todos os astros), a Lua nos convida a refletir acerca da ciclologia da nossa própria vida e de nossas emoções: ora estamos em pleno processo de inspiração e desenvolvimento, como se fôssemos a Lua Crescente; e então ficamos plenos e inflados, como a própria Lua Cheia; depois, tendemos a minguar e murchar, como a Lua Minguante; e em seguida nos sentimos renovados e prontos a iniciar um novo ciclo, como a Lua Nova.

Retratando a Poesia e, mais até do que isso, a poética dentro de nossas vidas, a Lua, considerada o astro dos namorados, nos fala, através de sua luz suave, de sutileza e encantamento. Enquanto o Sol, com sua luz forte, é símbolo da consciência, da razão, da objetividade, do masculino, a Lua é símbolo do subconsciente, da magia, da subjetividade, do feminino.

Com a ocorrência dessa Super Lua, testemunhamos hoje, estamos sendo convidados pelo Cosmos a sentir a mágica e a poética dentro de nós, que nos animam a mirar o alvo dos sonhos que buscamos realizar, retesando o arco da Poesia para disparar a flecha encantada da Magia, em direção ao Infinito, recuperando nossa capacidade de transformar abóboras em carruagens, sapos em príncipes, pererecas em princesas, resgatando o nosso dom de voar, buscar, sonhar e de se encantar com a realidade, que sempre pode ser bela.


Haroldo Barros
In:

"A experiência é o nome que damos aos nossos erros." - Oscar Wilde



Abra os seus olhos... estenda a sua mão. Não vai doer nada. Venho de um lugar onde a dor é só um acessório que as pessoas fortes usam para viver. Isso, pode encostar a sua mão na minha. As minhas mãos são feias, eu sei... mas não se assuste. Houve uma época que eu precisei rastejar, pois tinha um mundo nas minhas costas e a minha semelhança com Atlas não era mera coincidência. A diferença é que eu deixava para trás um rastro de lágrimas e um caminho manchado de descrença. Isso... tenha confiança em mim e ignore o que é repugnante em meu aspecto. Segure firme a minha mão, sinta a fragilidade da minha pele e controle os nojos que eu desperto em você. As minhas mãos são horrorosas mas são firmes. Por longos anos tentei segurar o que de mim fugia. Veja essas marcas em meus dedos... frutos de uma teimosia que não me deixava quieto. Apertei o que não se pode apertar, estrangulei as minhas vaidades e espremi desejos como se fossem piolhos. As marcas são apenas certificados de erros imperdoáveis. Mas não me olhe com piedade, porque esse sentimento machuca a nós dois e eu sei que você é frágil... pode não se garantir.

Olhe para você... brincando de ser forte com os fracos e correndo para debaixo da cama quando a sombra da desgraça se projeta em seu meio. Não abaixe a cabeça. A desgraça é só uma mulher possessiva que faz de tudo para dormir com o seu progresso. O problema é que ela não respeita regras e vai despenar a sua confiança até deixá-la moribunda por aí. E quando você estiver largado no chão ela vai sambar sobre a sua cabeça e mijar em seu rosto estúpido. Não sinta medo do que eu te falo mas alimente o seu pânico diante de palavras vazias ditas em momentos em que a empolgação brinca de bambolê com os seus falsos ânimos. Coloque palavras de ordem dentro do seu espírito desordenado. Deixe a sua curiosidade desassossegada e perturbe a sua ambição com instrumentos morais, banhados com um dourado fabricado nas caldeiras de uma ética inabalável. Não enxergue defeitos na tranquilidade dos outros, pois você só enxerga isso do corpo para fora e nem imagina o que se passa por dentro. Isso... levante-se. Tire das costas os pesos e deseje a leveza. Jogue a pedra de Sísifo no saco de Zeus e jamais deite-se na cama de Procusto. Jogue as convenções bestas para os ares e cuspa na cara da tua arrogância. Olhe nos olhos do teu medo e dobre a aposta quando ele blefar.

Nós nascemos com dois medos apenas: o medo de cair e o medo do barulho. Os demais foram presenteados pela ignorância, uma velha enrugada que anda por aí espalhando gordura nas artérias do bom senso...
Você está de pé. Agora respire fundo... encha os seus pulmões de poluição e expulse os elementos puros de seu organismo. Pureza demais estraga. Veja ao seu redor... se o mundo fosse perfeito nós entraríamos em colapso. Carregamos o caos dentro da alma e temos o poder de transformar ouro em merda. Somos o avesso do charme de Midas. Bolo fecal de uma humanidade atrasada. 

Olhe para você agora... perceba que você tem mais marcas do que eu. Olhe as suas mãos... estão sangrando. Seque isso com o tecido de suas determinações. Queime os mandamentos que te aprisionam e cuspa no olhar daquilo que te paralisa. Karl Marx já dizia que o ópio do homem é a religião. Acredite em você. Você é o seu Deus, mas governe a sua alma com os conselhos do demônio. Ele é muito útil no plano de governo de si mesmo. Faça o que lhe disser, mas use Deus para gerenciar as suas atitudes.

Agora receba de minhas mãos o seu acessório básico: a dor. No início ela pode até incomodar, mas com o tempo você nem a sentirá mais. É assim com todo mundo. Você atingirá o meu status quando esquecer a existência desse acessório preso a você. Lembre-se que o acúmulo de uma coisa só causa colapso. É preciso dosar o bem e o mal em medidas homeopáticas.


"A experiência é o nome que damos aos nossos erros."
(Oscar Wilde)

By Jackson
In: