Jóias no nariz, argolas nos lóbulos das orelhas ou um brinquinho no umbigo, já deixaram de causar espanto há muito tempo. Já o piercing genital ainda é capaz de causar polêmica.
O enfeite íntimo é uma moda, primeiramente difundida, entre as atrizes pornôs da década de 90 e modelos erótico de revistas masculinas, passando mais adiante a fazer parte das fantasias sensuais de mulheres comuns. Até então, um assunto íntimo, de uma hora para outra, virou tema de discussões em rodas de amigas, mesas de bar e salões de cabeleireiros. Mas, afinal, qual é a finalidade de um enfeite escondido para a maioria das pessoas? Alé dessa pergunta, outras muitas surgem, pela curiosidade que algo assim fomenta. Será que dói colocar? Quem usa? E, a grande dúvida, será que alguma mulher conhecida tem?
Não sou uma "enfeitadinha" mas acredito que de certa forma, para quem o tem, é o momento da revelação na hora do sexo, principalmente se ele é uma peça única e escondida, no corpo da mulher, o que torna o fato mais surpreendente ainda, ou seja, pode se apresentar como uma arma secreta de prazer e sedução.
Mesmo que, uma mulher exibe piercings nas orelhas, no nariz, no queixo, na língua, ela carrega um fator surpresa, algo que, a faz sentir-se especial, e os ostenta de forma escondida no clitóris e mamilos.
Um dos piercings mais famosos do Brasil é o de Karina Bachi e serviu de empurrãozinho para que muitas mulheres a seguissem, até certo ponto, a atriz encorajou muitas mulheres e levou à popularização do adereço.
Geralmente, as modas ousadas adotadas por pessoas famosas, seguem o caminho natural da popularização e torna-se fetiche de homens e mulheres, eles desejando ver e elas tentando se equiparar.
Claro, o piercing genital não é um objeto de uso recente, muitas mulheres já o usavam a muito tempo atrás, antes de se tornar modismo. A perfuração genital não é uma prática nova na história da humanidade. Existem registros da prática, normalmente ligada a ritualística, como exemplo, a perfuração do pênis entre os índios Suyá brasileiros, (tribo que hoje vive no Parque Nacional do Xingu), porém a perfuração genital não era estética e não há registros históricos de perfuração genital em mulheres. Para os esquimós do Alasca, o piercing do lábio, são usados para indicar a transição para o mundo adulto e significa que a criança se tornou um caçador. Na Índia é muito comum, sobretudo as mulheres, furarem o nariz, o septo nasal e as orelhas. No Antigo Egito, o piercing no umbigo era exclusivo da família real. Os antigos Maias praticavam a arte da perfuração, furando os lábios, o nariz e as orelhas.
Seja símbolo de poder, de sedução ou direito de fazer o que se quer com o próprio corpo, o piercing genital tem seus riscos. É sob qualquer aspecto, um corpo estranho dentro de uma cavidade ou de uma perfuração e pode lesar terminações nervosas, possibilidade de infecção, inflamação, dermatite de contato, alergia e queloide (problema de cicatrização), mas o risco mais importante é o perigo de necrose do clitóris, podendo levar a amputação do órgão. O furo é uma porta de entrada para doenças sexualmente transmissíveis e a jóia pode rasgar a camisinha. Toda mulher tem o direito de ter um trunfo erótico, mas deve se lembrar de que estamos na era da Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis e o piercing íntimo pode se tornar um grande aliado para o contágio. É recomendável consultar um ginecologista antes de colocar um piercing. Sexo, tem tudo a ver com saúde!
Os piercings são fabricados em diversos materiais. Normalmente por costume ou indicação usa-se o aço cirúrgico, mas tal material não é o mais conveniente. O ideal seria usar o Titânio ou o Teflon por serem materiais com menor índice de rejeição e por produzirem uma menor resposta imunológica, que podem desencadear em alergias e inflamações. O ouro não é recomendado, pois é um dos materiais que mais produzem reações alérgicas, dependendo o sistema imunológico de cada pessoa.
Segundo quem já colocou um piercing genital, a dor é mínima na hora da inserção, a sensação de incômodo irá atenuar-se até desaparecer, mas isso é variável de uma pessoa para outra, dependendo da sensibilidade e resposta de cicatrização. A dimensão, a forma e a qualidade da joia, além da sua posição, são fundamentais, especialmente neste tipo de piercing. É muito importante que o profissional tenha ótimas noções anatômicas da parte a ser perfurada e uma correta abordagem psicológica. Normalmente é pedido abstenção ao sexo de 15 a 20 dias e a cura completa se dá por volta de 4 a 6 semanas.
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