sábado, 27 de julho de 2013

Linguagem Dos Olhos


Quando eu vejo você
A minha boca seca
A mão congela
O sangue ferve
De onde vem tanto poder

E quando você me vê
O teu sorriso brilha
Tudo muda me deseja
Como eu desejo você

E quando eu vejo você
A minha voz embarga
A mente voa
Sonho mil loucuras
Para te satisfazer

E quando você me vê
O corpo não me avança
O clima esquenta
O nosso dialeto
É pra quem sabe entender

A linguagem dos olhos
O corpo sabe decifrar

A linguagem dos olhos
Que faz o coração falar

Tudo rola sem um toque
Sem trocar uma palavra
É telepatia é paixão desenfreada


By Péricles

In:

A(o)lado


Me afogando em meu próprio pranto, sentindo pena de mim mesma
Assim você me encontrou... a música não me encantava
A poesia pra mim, já não cantava... 
você veio, não como um príncipe no cavalo branco
Não como o mocinho do livro, nem como o sonho perfeito, 
veio como a cura, a palavra
A doçura, o fim da procura, uma serenata de vida, 
de dia-a-dia, uma tépida rotina
A cada dia, um gole de paz, me devolvendo a mim
Me resgatando do poço que eu cavava com minhas mãos
Eu não queria ver, eu insistia em fechar os olhos e não perceber que
Às vezes você mergulha nas profundezas para procurar tesouros que estiveram o tempo todo na superfície...
E quando você me emergiu eu respirei, eu vi "terra à vista"
Nessa hora que sua voz fez chão no abismo em que eu caia, meus pés tiveram onde estar pela primeira vez em muitos anos...
E pensar que por tolice quase te perdi...
Hoje eu posso até cair de novo, e se você não puder evitar meu tropeço
Sei que estará sob mim, amortecendo minha queda...
Meu porto-seguro alado...
Meu anjo sem asas...


By Laisa Ricestoker

In:

Escrevo com a alma,
Sinto nascer no meu pensamento palavras,
Acolhidas pelo meu sentimento
Repleto de emoções. 
Vivencio poesia,
No desabafo do sentir,
No descompasso,
No passo a realizar...
A poesia é a minha terapia,
Minha essência,
Meu sonho e realidade, 
Calmaria e tempestade.
A poesia é como a dança, que tem seus passos,
Como a música, que me envolve com seu ritmo...
E nela me reconheço,
Me libero,
Me encontro, 
Extravaso e me recolho.
Nas minhas mais insanas fantasias,
Tem dias em que a poesia, 
Se cobre em um véu de emoções,
Outros em que se banha em lágrimas, 
Mergulhada na dor,
É dramática, é medo, é horror. 
Tem dias em que a poesia suspira amor. 
É Sol que brilha no azul do mar, 
É Lua que ilumina tudo ao redor, 
E canto admirando estrelas.


By Neidinha Borges

In:

O meu passaporte


são as tuas mãos; o mapa que nos guia,
a respiração incerta do desejo.

«Por isso me perco», dizes.

«Por isso te encontro», respondo.

E a noite que
nos separa é o dia que nos reúne.


By Nuno Júdice

In:

Em homenagem ao dia dos avós.

Sou avó...


Avó
É ser mãe
Duas vezes
É querer dar tudo
É educar também
É ser amiga
E companheira
Tanto na dor
Como na brincadeira
É sentir 
O coração a pulsar
De alegria
Com um amor enorme
Que com outro
Não se pode comparar
É compreender 
E respeitar
É uma maneira 
Diferente de Amar
Ser avó…
É ser doce
É sentir o coração
Apertado
Por não fazer a vontade
A tudo o que pedem.
Eu sou avó… 
Amo minhas netas
E meu neto
Faço muitas coisas
Mas não me arrependo
Mas fico tão triste
Se os vejo a chorar
Eu quero-lhe
Dar beijinhos
Aperta-los 
Juntinho a mim
Com muito amor 
E carinho.

Mila Lopes

In:

Alimenta a minha imaginação
Alimenta o meu desejo
Alimenta a minha vontade
deixa-me que percorra
cada centímetro do teu corpo
sinta o teu cheiro
saboreie o teu aroma
a tua pele macia
a língua que toca as tuas coxas
que quer desvendar-te
que quer amar-te
que quer tocar cada pedacinho de ti
sou louco,estou louco de desejo
quero que sejas minha
quero que te entregues
não lutes,não resistas
mas seduz-me como tu sabes
faz-me rastejar
faz-me implorar
faz-me delirar
que eu mostro-te o caminho
para a loucura divina


João Carlos Aleixo

In:

Sonhei com um Amor


Impura água,
Luz além do tempo.
Enlacei o Inaceitável,
Vertida na lua.
Ceguei-me na tua pele.
Levito pétalas de recordações.
Soberana sem coroa,
Aliança sem bênção.
Destino cruxifica minha alma,
Recusa de um anseio.
Sonhei com um sonho,
Com ternura…
Com paixão…
Com um suspiro…
Verdade de uma chama que vira cinza.
Teu cheiro…o mar levou
Escrita…descrita…
Cheia de um vazio,
Aprisionado Amor,
Devolvo tua imagem.
És quadro entre quatro paredes!
Acabou…por acabar…
Nunca…terei direito.
Abraço salgado,
Cercado no vento do céu.
Num beijo tatuado no infinito,
Certo ou errado!...
Sorriso fica num silencio.
Fragmentos nossos…
Guardados na poesia.


By Céu Pina

In:

Tencionava


Se possuísse um dedo de cada tamanho, 
Poderia tocar-te em todas as distâncias.
Há! Se eu fosse vento, 
Feria-te um remoinho, da cabeça aos pés.
Se fosses flor despia-te pétala a pétala, 
Embriagava-me no perfume do teu amor.
E se fosses só nós, 
Eu e tu, 
Nesta estrada da vida, 
Podíamos dançar, brincar…
Fazer amor neste sorriso, escondido no beijo… 


Carlos Margarido

In:

Faça com que as pessoas tenham prazer em te ter por perto. 
Faça alguém feliz. 
Saiba ser seletivo. 
Procure conservar a sua volta só os bons, 
os que te fazem bem e que te acrescentam. 
Dispense a frieza, falsidade e o “viver de aparência”, 
pois isso só nos sobrecarrega e não nos traz utilidade alguma. 
E outra coisa, a verdadeira felicidade está dentro de cada um. 
Então encontre-a dentro de si próprio, 
não deposite-a em ninguém. 
Humanos são falhos. 
Ninguém é perfeito nem completo. 
E sim encaixes. 
Busque seus encaixes e conserve-os.


Jackie Frotas.

In:

"É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste. 
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada.
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre. 
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia. 
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, 
assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua. 
É difícil se convencer de que se é feliz, 
assim como é fácil achar que sempre falta algo. 
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar. 
É difícil colocar-se no lugar de alguém, 
assim como é fácil olhar para o próprio umbigo. 
Se você errou, peça desculpas... 
É difícil pedir perdão? 
Mas quem disse que é fácil ser perdoado? 
Se alguém errou com você, perdoa-o... 
É difícil perdoar? 
Mas quem disse que é fácil se arrepender? 
Se você sente algo, diga... 
É difícil se abrir? 
Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar? 
Se alguém reclama de você, ouça... 
É difícil ouvir certas coisas? 
Mas quem disse que é fácil ouvir você? 
Se alguém te ama, ame-o... 
É difícil entregar-se? 
Mas quem disse que é fácil ser feliz? 
Nem tudo é fácil na vida... 
Mas, com certeza, nada é impossível."

Cecília Meirelles

In:

Tristeza


Por favor vai embora
A minha alma que chora
Está vendo o meu fim

Fez do meu coração
A sua moradia
Já é demais o meu penar

Quero voltar aquela
Vida de alegria
Quero de novo cantar.

In:

Depois de tudo te amarei 
como se fosse sempre antes 
como se de tanto esperar 
sem que te visse nem chegasses 
estivesses eternamente 
respirando perto de mim. 


___Pablo Neruda

In:

quarta-feira, 24 de julho de 2013


Sim,hoje eu quero me cobrir de flores..,
odores ,cores e todas as dores que rimem com ores
Quero beijos de lírios sôfregos,sofredores.Trombetas de anjos voadores.
Copos de leite transbordando amores.Camélias cobrindo os corredores...dos meus hospícios e presídios nus.
Quero trazer calêndulas nos braços,corolas de defuntos nos abraços.engolindo ópio de papoulas em pus.
Transfundir meu sangue meramente humano,pra todo vermelho violento das rosas,perfumando sonhos e expandindo espinhos,estendendo heras e florindo os caminhos.Quero cobrir-me delas inevitavelmente,como fazem os anjos,os pintores,os versos.Como fossem os campos abertos,
dos peitos gelados dos mortos.
Vou dormir com as flores e viver essências,Poluir de cores meus asfaltos cinzas,e depois humilde,vou murchar,secando,secando no vento.
Me transformando em polem em vez de pó,me refazendo em fragrância,
em vez de alma,
Sem a menor pretensão de ser eterna...

In:

Nos teus braços...(eternamente)!


Nos teus braços,
Morreria
Se ontem fosse amanhã.
Morreria
Por gostar
Da maneira como gostas,
Se caísse em teus braços.
Se os meus braços vacilassem,
Evitaria o teu olhar.
E morreria outra vez
Para poder ter
O motivo de te encontrar.
Nos teus braços,
Morreria.

 By PAULO EDUARDO CAMPOS

In:

De tão pouco que eu tinha,eu fui me dando...em vez de me guardar, fui me entregando, inteira e aos pedaços, em partes e múltipla.
Em cada prato de indigesta fome, cortando-me em fatias de mim mesma.
Provando o próprio sangue e a própria carne,
com o indisposto odor de massa humana.
Fui me doando a deuses, divas, dogmas, nas igrejas lotadas de loucuras, erguendo-me de mim, de braços abertos.
Desfazendo-me em incensos na fumaça.
Fui me expondo, pondo-me na mesa, das luxurias guardadas a sete chaves, entre quatro paredes, de quatro, de costas, de frente.
De mente e corpo dada a toda espécie...de transe, de ternura, tara, turba.
Assim fui me perdendo ainda mais, dada a amores loucos e impossíveis, dando o sangue, o suor, a alma , a anima.
Pra receber quem sabe o mero gesto, em minha direção.
A compreensão, do tanto que eu me dera e que nem tinha....
Mendiga na sarjeta, suplicando, a cada um que passa, ao qual me dei:
- Devolva-me, devolva por favor.

In:

Meu nome é Líbido e sempre digo Muito.....praahhazer.
De tanto que dei pelas estradas,dada a todo tipo de sandices,nas minhas primeiras meninices,eu fiquei sem nada,mendigando,
uma réstia parca de ternura.
Hoje quero mais,desejo tudo.Pérolas,rubis,meias de seda.
Não me dou,empresto-me aos bocados.Vendo-me em parcelas de esperanças.
Comigo não ha meio termos,meio morno,metades.Só o inteiro cabe nos meus cálculos.Inteiramente nua,eu me revelo,com unhas vermelhas e lábios rubros.Meus cabelos ruivos como o fogo,queimam minhas costas brancas e descem,em lava vulcânica até as ancas.
Esse riso que vê em minha boca,de dentes claros e alvas fantasias,são lanças afiadas,são caninos,são presas de leoa nas caçadas.
Hoje eu já não peço...ordeno,mando.Exijo serem suas..as minhas vontades.
Faço dos reis,escravos.E dos soldados,fracos brinquedos,tolos marionetes.
Me deito com o ódio em noites frias,trincando os dentes,arranhando peles,mordendo carnes com sangria e fúria.
Sou todos os gemidos em cada esquina,ouço o ranger 
das molas em todas as camas.
Me submeto,nunca submissa...e meto-me por dentro das carícias,como os ventos de onde fui gerada,que trazem cheiros e mares de outras terras.
Desço aos porões do fundo pensamento,e abuso do medo que se esconde,libidinosamente perniciosa,conduzindo seus dedos ainda trêmulos,pro meio dos meus seios suntuosos.
Sultana dos haréns mais principescos,sou toda feita em rendas,e diante disso,não ha quem não se renda aos meus apelos.
Até a lucidez que é tão fria,tão senhora de si,tão moderada,
se desmantela na minha presença,
Segue...rabo de olho nos meus passos,o ondulante andar que é quase música,e lívida de espanto ou de encantos,suplica-me,implora-me a presença,Eu lhe ordeno que me de o controle,eu exijo,não peço-lhe favores,e ela,outrora dona do castelo,vem rastejado de quatro em meus sapatos,
estendendo-me o prêmio com a mão.
Língua de fora, pra lamber meu chão.

In:

Sobre cada dia ela se equilibrava nas pontas dos pés, sobre cada frágil dia que de um instante para outro poderia se partir e cair em escuridão. Mas ela milagrosamente o atravessava e exausta de alegria e cansaço chegava a dormir para o dia seguinte, surpreendida, recomeçar.

Clarice Lispector

In:

A pessoa especial é aquela que vai despertar 
o melhor que existe em você: 
leveza, amor, calma, segurança, tranquilidade, tesão e paz. 
A pessoa especial de verdade nunca vai te 
tratar como qualquer outra. 
Essa é aquela que vale a pena, 
que te faz bem e torna-se inesquecível e insubstituível. 
É aquela que quando você lembra, 
você sorri. 
A pessoa que te marca com força é a que marca 
naturalmente sem força nenhuma...

By Fernanda Estellita

In:
A minha vida, quando estou com muita sorte, é uma verdadeira miséria enfeitada com todos os acessórios de uma tristeza indizível. 

Não me escondo atrás de metáforas absurdas, nem coloco querosene em meus eufemismos rastejantes na expectativa de que saia uma fumaça colorida e que desenhe no ar figuras animadinhas, repletas de máximas que eu não dou a mínima. 

Eu sou assim... choro pelos vermes e tenho dó dos mortos quando chove. Acho que os caixões ficam alagados e que os corpos se contorcem lá dentro.

Coloco, todos os dias, ração de crescimento para a minha razão que sofre de um nanismo intencional e consciente... 


ápice de uma pirraça que sapateia no palco das minhas duplicidades mais descaradas e esmaga a mosquinha que é uma tentativa vagabunda de criar um simbolismo intelectual dentro de uma demência assumida. 

Niilismos alados que pousam em minha sopa fria...

Passo os meus dias olhando dentro dos olhos dos consolos que eu, de maneira compulsiva e desesperada, dou a mim mesmo... alguma ilusão que uiva desesperadamente em minha cabeça diz que eu posso ser convencido por um sorriso mentiroso e cheio de intenções doentias. E posso mesmo. Tirar negações de dentro da cartola pra quê? Passei a vida inteira lavando o meu corpo com negações que faziam a minha pele descascar. Deixava cair nos olhos... não ardia, mas mostrava tudo ao contrário. Desta forma, pisando nos meus contrários mais opostos, eu fui moldando a forma das minhas misérias que adoram assistir às criancinhas rodopiando em cavalinhos de um carrossel localizado em hospícios que ficam isolados da cidade. Abraço o surreal com ternura e beijo sua face direita... a realidade joga uma bola pesada em minhas costas e eu conto as minhas aventuras amorosas às plantas que enfeitam a entrada de um cemitério que tem aqui perto de casa. Narro as minhas desventuras sentimentais e infelizes a uma florzinha que nasceu às margens do túmulo de um soldado que traiu a sua pátria. A flor esbanja um dourado único e sabe os nomes de todas as mulheres que eu amei... ela conhece outros nomes também, mas isso não vem ao caso. No dia que ela for arrancada, perderei a minha única confidente. Será uma perda muito grande para mim... talvez a maior. Não é em toda esquina que encontramos uma confidente. Ainda mais sendo uma flor de cemitério. Mas o viado do Pequeno Príncipe tinha uma rosa sem graça e ninguém falava dele. Nem dela. Então pronto!

Desta forma, eu só peço que respeitem as minhas misérias e não ofereçam unguentos para as minhas feridas abertas. Elas apenas cospem secreções amarelas fabricadas no âmago das coisas que eu comi repetindo o mantra "o que não mata, engorda". Mentira dos infernos.

Não me entreguem jornais religiosos. Eu sei sobre Jesus mais do que você.
Não me abordem na rua, no meio do nada, e não digam que existe uma galeria de macumba para mim. Pode até ser... mas eu nem ligo. Sou o tipo de cara que acaricia o sobrenatural com delicadeza e que mija dentro dos despachos malignos só para ver a espuma se misturar às penas da pobre galinha que foi sacrificada. O cordeiro também foi e não adiantou nada. Conversem com Nietzsche antes de dar nomes às minhas loucuras... o remédio pode servir para vocês também. Odeio religião... delas nascem as seitas e isso tudo me faz vomitar alimentos inteiros. 

Lustro os meus sapatos e chuto as bundas dos fanáticos religiosos. Tenho meus desassossegos, mas ainda sou ser pensante. Dou às minhas perturbações personificações femininas e suspiro quando a angustia roda a sua bolsinha dentro de uma esquina qualquer do meu coração que sempre é noite e que sempre chove e que sempre faz frio. Consigo sorrir, com amor, para uma cachorrinho qualquer. Mas por favor, peçam aos líderes religiosos que passem bem longe de mim. Eu não preciso de reza nem de rituais de exorcismo. Não me venham com versículos da bíblia na ponta da língua porque eu te deixo falando sozinho e vou falar mal de vocês para a minha flor de cemitério. E eu falo mesmo.

Eu sempre falo
A minha flor sempre me escuta
Ela nunca fala
Eu nunca escuto.

By Jackson Pedro

In:

Olhar Ateu...Autor - Poeta Dolandmay Walter


Tão lindos eram aqueles olhos, meu Deus!
Eram estrelas cintilando luzes de pecado... 
Tão trêmulos ficavam ao mirar os meus...
Que desviavam, do meu olhar aparelhado.

Tão linda era aquela face de olhares ateus!
Tinha a fronte desenhada, e lábio acetinado.
Tinha à boca o mel, na voz não tinha adeus...
Era canção viva, pura, de som edenizado!

O corpo era escultura de curvas desenhadas...
Os seios eram montes, das pombas embaladas.
Um anjo, uma donzela, a vagar a luz do dia!

Que eu a venha mirar nos olhos novamente... 
Se for pra me perder, far-me-ei de contente...
Já que amá-la, meu Deus, é a minha fantasia!

In:

Estou Mais Perto de Ti porque Te Amo...


Estou mais perto de ti porque te amo.
Os meus beijos nascem já na tua boca.
Não poderei escrever teu nome com palavras.
Tu estás em toda a parte e enlouqueces-me.

Canto os teus olhos mas não sei do teu rosto.
Quero a tua boca aberta em minha boca.
E amo-te como se nunca te tivesse amado
porque tu estás em mim mas ausente de mim.

Nesta noite sei apenas dos teus gestos
e procuro o teu corpo para além dos meus dedos.
Trago as mãos distantes do teu peito.

Sim, tu estás em toda a parte. Em toda a parte.
Tão por dentro de mim. Tão ausente de mim.
E eu estou perto de ti porque te amo.


ByJoaquim Pessoa
In 'Os Olhos de Isa'

In: