Meu nome é Líbido e sempre digo Muito.....praahhazer.
De tanto que dei pelas estradas,dada a todo tipo de sandices,nas minhas primeiras meninices,eu fiquei sem nada,mendigando,
uma réstia parca de ternura.
Hoje quero mais,desejo tudo.Pérolas,rubis,meias de seda.
Não me dou,empresto-me aos bocados.Vendo-me em parcelas de esperanças.
Comigo não ha meio termos,meio morno,metades.Só o inteiro cabe nos meus cálculos.Inteiramente nua,eu me revelo,com unhas vermelhas e lábios rubros.Meus cabelos ruivos como o fogo,queimam minhas costas brancas e descem,em lava vulcânica até as ancas.
Esse riso que vê em minha boca,de dentes claros e alvas fantasias,são lanças afiadas,são caninos,são presas de leoa nas caçadas.
Hoje eu já não peço...ordeno,mando.Exijo serem suas..as minhas vontades.
Faço dos reis,escravos.E dos soldados,fracos brinquedos,tolos marionetes.
Me deito com o ódio em noites frias,trincando os dentes,arranhando peles,mordendo carnes com sangria e fúria.
Sou todos os gemidos em cada esquina,ouço o ranger
das molas em todas as camas.
Me submeto,nunca submissa...e meto-me por dentro das carícias,como os ventos de onde fui gerada,que trazem cheiros e mares de outras terras.
Desço aos porões do fundo pensamento,e abuso do medo que se esconde,libidinosamente perniciosa,conduzindo seus dedos ainda trêmulos,pro meio dos meus seios suntuosos.
Sultana dos haréns mais principescos,sou toda feita em rendas,e diante disso,não ha quem não se renda aos meus apelos.
Até a lucidez que é tão fria,tão senhora de si,tão moderada,
se desmantela na minha presença,
Segue...rabo de olho nos meus passos,o ondulante andar que é quase música,e lívida de espanto ou de encantos,suplica-me,implora-me a presença,Eu lhe ordeno que me de o controle,eu exijo,não peço-lhe favores,e ela,outrora dona do castelo,vem rastejado de quatro em meus sapatos,
estendendo-me o prêmio com a mão.
Língua de fora, pra lamber meu chão.
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