quinta-feira, 7 de junho de 2012

NUNCA SE ABANDONE!!



Quando depositamos,excessivamente,
Confiança ou expectativas em uma pessoa,
O risco de nos decepcionarmos,
Se torna muito grande.
As pessoas não estão neste mundo,
Para satisfazer as nossas...
Expectativas e vontades,assim como...
Não estamos aqui para satisfazer as delas.
Nós,na verdade,podemos até...
Beber do mesmo vinho,
Mas nunca na mesma taça.
Temos que procurar nos bastar
E reconhecer essa verdade...
Nos bastar sempre e...
Quando procurarmos estar com alguém,
Devemos fazer isso,cientes de que,
Estamos juntos porque amamos,
Gostamos,queremos sentimos bem,
E nunca por achar que precisamos
Daquela pessoa ao ponto,
De não conseguirmos viver sem ela,
E jamais permitir que a outra pessoa
Desenvolva tal sentimento por nós.
Somos individuais, querendo ou não.
Devemos viver por nós,sempre buscando
O propósito da nossa existência.
Aprendamos com as cordas do violão,
Que são independentes,e que juntas,
Cada uma faz a sua parte,
Constroem as mais belas melodias.
As pessoas se completam
Não por serem metades,
Mas por serem pessoas inteiras,
Dispostas a dividir objetivos comuns,
Alegrias e... vida !!!
POR ISSO,NUNCA SE ABANDONE.




SOU PURA SEDUÇÃO!! - Kity Araújo



Sou como uma flor silvestre
Que embalsama a brisa suave
E perfuma quem passar por mim
Sou a magia do aroma da noite
Que encanta todos os amantes
Pura sedução traduzida no olhar
Os sonhos mais loucos, insanos
Teus desejos contido no corpo
O sabor do beijo em teus lábios
Veneno lascivo!! teu doce pecado 
Teus delírios, um vício sem cura
Nessa tua louca vontade de amar
Sou aquela que enfeitiçou tua alma
Impregnou todo teu ser de paixão
Arrebatou para sempre o teu coração
Sou como uma flor silvestre...


Kity Araújo

Lei de Direito Autoral (nº 9610/98)

HOJE...SÓ HOJE!! - Kity Araújo



Hoje!! quero a intensidade no olhar
A sensibilidade do toque nas mãos
O gosto do beijo molhado nos lábios
Tua pele macia aquecendo a minha
....Teu perfume impregnando o ar
Embriagando-me completamente de ti
Hoje!! quero te chamar de meu amor
Ser inteiramente tua e ter você pra mim.


Kity Araújo

Lei de Direito Autoral (nº 9610/98)



quarta-feira, 6 de junho de 2012




Outro dia eu fui a um restaurante, resolvi impressionar e pedi um vinho de R$ 84,00. Achei ele muito bom, delicioso leve, encorpado, caiu bem demais, sofisticadíssimo, achei ele o máximo. Também por esse preço! Valeu. O ambiente gostoso. O papo agradável. O coração tranqüilo. A cabeça tranquila. 
A mente tranquila, a conversa caiu por um instantinho no vazio, deu aquele silêncio, fiquei sem saber o que fazer com as mãos, resolvi folhear. A carta de vinho. Quem mandou. Lá estava ela. Logo a primeira da lista. Uma garrafa. E seu respectivo preço. R$ 37.000,00. Glup! Meu Deus, como será esse vinho de 37.000 reais que abre a carta. Eu sei, todo mundo sabe, que pagar isso por um vinho é um absurdo, tanta gente precisando, passando fome, blablablablablabla, etcs e tal, mas presta atenção que não é disso que se trata. Se eu to achando o de R$ 84 maravilhoso a que distancia eu ando desse de 37.000? Quanto será que eu tenho ainda que galgar para perceber que esse que eu to achando o máximo é um lixo? E que gosto terá? Eu preciso saber. Que gosto terá? Que paladar sofisticado esse que existe e eu nunca poderei experimentar. Vai ver que é esse o vinho que coloca o homem em estado de Dionísio, que eleva o homem a condição de semi deus, e não esses sangues de boi que eu ando tomando e tentando que me leve as alturas e me frustrando e me enchendo de dores físicas e morais ao fim de cada nova tentativa. E não me venham com essa de que o vinho não vale isso, que isso é besteira, que a disparidade entre 84 e 37.000 é muito grande para que não exista realmente a diferença. Quem paga por alguma coisa que não vale é a classe media, rico só paga se vale, e por isso é que ele é rico. Fiquei tonto. O sujeito que pediu esse vinho colocou ele em cima da mesa, me contou o garçom, e ficou olhando, olhando para ele, olhando a noite inteira. Depois o levou para casa, me contou o manobrista que abriu a porta do carro para o vinho que foi recostado e com cinto de segurança no banco do carona. A partir daí não se teve mais noticias sobre seu paradeiro, mas presume-se que ainda esteja por lá na estante de troféus ou mesmo deitado num lado da cama controle na mão tomando champagne semi encoberto por um edredon. Ah, Meu Deus, o que que eu faço? Será que nunca saberei? Que eu não tenho e acho que nunca terei trinta e sete mil reais para dar num vinho. Me deram uma idéia. Pedir aquele moço que comprou que nos narre a experiência. Formar uma turma e nos sentar em semi circulo e procurar desesperadamente saborear cada palavra - repleta de sentido gustativo - que ele proferir. Mas isso é Teatro. E eu não quero Teatro, eu quero é vida. A coisa em si. A experiência da coisa em si. Não adianta. Eu não vou conseguir. Não tem como. Dane-se. Eu não queria mesmo. Eu nem gosto de vinho. Me da azia. Dor de cabeça. Sono. Descobri. Hic! Descobri como tomar esse vinho, experimentar seu aroma, degustar seus perfumes. Vou reunir 10 pessoas que pagarão 3.700 reais para tomar uma taça. Pronto. Ou não será melhor 100 pessoas que pagarão 370 e tomarão um gole? Já sei. Vou começar uma campanha para angariar 1.000 pessoas para pagar R$ 37 e tomar uma gota que será distribuída por adegas especializadas num conta gotas devidamente esterilizado e preparado para receber o liquido, e então eu saberei. E passarei um ano sem colocar nada na boca para não perder o gosto. E não salivarei nunca mais. E acompanharei, repetindo silenciosamente o mantra, o percurso do liquido pelo meu corpo. Oh, gota que deslizante me fez poeta. Oh, gota amada, que por mim passou; Oh, gota amada, que passou por mim e evaporou; Oh, gota amada, que por mim passou, evaporou, e deixou saudade.

 Eduardo Wotzik



AUTOSSUFICIENTE.


Ela é muito engraçada. 

Só gosta de homem de atitude, de pegada, valente e audacioso. Um sujeito que a receba com flores, com sorriso de mesura, mas que a pegue no colo antes de adentrar ao quarto. Um garanhão que se prostre a seus pés e que abata com pujança os seus desejos. Que a tome nos braços e a jogue na cama. Cavalgue o seu corpo e se deixe cavalgar por mais longa que seja a estrada. Que morda sua boca e a possua de todas as maneiras. Que a esprema contra o próprio peito, que xingue com voz mansa, mas firme. Que a pendure no lustre e a faça brilhar com estocadas fortes enquanto ordens dela receber. Que a vença no cansaço, mas que eternize os seus espasmos. Que lhe bata com amor desde que nas suas pernas escoe o excesso de seiva que marcará em sua alma o rastro do pecado. Que suas mãos sejam de vermelho tatuadas no seu corpo branco, e dos seus sonhos, os mais devassos se tornem realidade. E quando ela achar que tudo terminou, terá tido a certeza de ser ele um macho contumaz. Um digníssimo, mas adorável cafajeste. Nisso, um grito de; puta, safada, vagabunda a roubará dessa vertigem ecoando em suas lembranças enquanto risca nos seus lábios o sorriso do convencimento. 
Mulher moderna, senhora dos seus desejos, de si e do mundo.
Definitivamente a mulher gosta, nem todas é claro, só as normais, já dizia o cronista Rodriguiano, de olhar o homem de baixo para cima, como que buscasse proteção no seu tamanho, e a ele se entregar para que fosse vorazmente possuída e depois negar a condição a que se prestou. 
- Eu não admito que pensem que a mulher seja inferior ao homem, até pelo contrário. A mulher é superior e muito, mas na realidade finge que não é.




QUANDO O PALHAÇO CHOROU...





A noite ia alta e o meu estômago se contorcia no vazio que há muito se mantinha. O sereno, como que acumulando todas as gotas numa única folha, fez questão de esparramá-las sobre minha cabeça dando a impressão de que a natureza conspirava contra mim. Voltei meus olhos para o alto e me assustei ao ver a bela e meiga criatura estendendo a mão em minha direção. Foi assustado que eu achei que a conhecia, só não me lembrava de onde. Talvez fosse de um lugar distante, longe de tudo o que conhecemos, como uma galáxia habitada por seres do bem. Um povo sem distúrbio de caráter, sem espírito de grandeza ou de inferioridade. Um lugar que não houvesse pobre e nem rico. Um fantástico mundo de magia. Custei, mas me lembrei que ela era a fada madrinha dos meus sonhos e para a minha felicidade meu anjo-da-guarda em todos os pesadelos. Os meus sonhos eram os únicos lugares aonde eu me via com as melhores roupas por conta dela. Os mais confortáveis calçados por causa dela e no meu rosto o brilho de uma felicidade sem tamanho que jamais se apagou por causa dela. Enquanto eu me esforçava para lembrar de onde a conhecia ela se manteve com a mão estendida em minha direção.

- Apoiei o meu sorriso no sorriso dela e na sua mão eu depositei a minha para erguer, já com certo sacrifício, o que sobrou da minha fé. Foi desajeitado que fiquei de pé diante dela. Seu perfume era o mesmo dos nossos “encontros”. Perfume que mais parecia solo de violinos do que todos os jardins florindo ao mesmo tempo como fazia crer aquele instante. Enfeitiçava os sentimentos dos quais alguns, há muitos e muitos anos saber deles eu não queria. A sua beleza navegava na paz do azul dos próprios olhos. Paz que banhou meu corpo como as gotas do orvalho banham o jardim na primavera.

Minha mão agora presa à sua, ela apertava contra o próprio peito. Um dos braços se deitava no meu ombro logo que uma bisnaga com salame e queijo, dela eu aceitei. Cortei depois de um gesto de consentimento a refeição em cinco pequenas partes. As únicas daquele dia e a cada um dos meus iguais eu dei o seu pedaço. Antes da primeira mordida todos aplaudimos com palmas o gesto daquela santa. Poucas palmas, mas o suficiente para comover a vizinhança que desceu de seus apartamentos para distribuir, enquanto quente, um pouco de suas sobras aqueles a quem a sorte virou as costas. Todos comemos para sobre a cama de papelão, cada um de nós deitar para conciliar o mais gostosos de todos os sonos, e eu, o melhor dos que já dormi.












A Menina e o Pierrot





Embalada por sonhos de adolescente e fantasias carnavalescas, dançava a menina pelo salão.
Sorria despida de toda e qualquer realidade. Por trás de seus véus coloridos e esvoaçantes, perdida em meio a colombinas, odaliscas, pierrôs, piratas, fadas e bruxas, poderia viver qualquer sonho pois era carnaval!
O dia seguinte seria quarta-feira de cinzas, mas até lá, lançar-se-ia a uma noite de magia sem limites, sem culpa, sem dúvidas e sem compromissos.
No minuto seguinte, como se os deuses do carnaval pudessem ouvir seu mais profundo desejo, cruzou o salão um pierrô, com sua roupa preta e branca e um cinza pálido refletido em seu olhar, como todos os pierrôs aliás. Porém diferente de todos os outros.
Instantaneamente a menina roubo-lhe o olhar e o coração. Seus olhares sustentaram-se por alguns minutos, o que lhes pareceu uma eternidade. E no momento seguinte já dançavam juntos.
Entre confetes, serpentinas e lança perfume, pareciam ter esquecido todas as regras e protocolos. E na verdade por quê não esquecer? Se o tempo não para. Tudo o que a menina queria era aquela noite; sem elos. O mistério seria seu único guia
E para o Pierrô, a alegria tinha hora marcada para acabar. Tudo o que importava era o presente, por que o amanhã, seria para sempre…



"Bandeira branca amor
Não posso mais
Pela saudade que me invade 
Eu peço paz
Saudade mau de amor, de amor 
Saudade dor que dói demais
Vem meu amor
Bandeira branca, eu peço paz …”



E num piscar de olhos, o salão estava vazio. E vazio também estava o coração do Pierrô, afinal, cumprindo sua sina, foi-se embora a menina.






SOLIDÃO





Quando alguém te deseja “Bom dia”, você realmente deseja de volta o Bom dia?
Ou repete apenas as palavrinhas para não parecer deselegante? 
Quando você pergunta a alguém: Tudo bem? Você realmente quer saber se esta tudo bem? Não. Você não quer saber. Não quer saber e nem sabe que não quer saber.
Você pergunta e espera nervosamente que o outro esteja de fato bem, por que se ele estiver bem não vai ficar tagarelando na sua cabeça, os seus problemas e mazelas. Se ele estiver bem dirá qualquer coisa como “Sim; tudo bem e você?” E por sua vez também vai rezar para que você esteja bem , só assim serão poupados mutuamente de uma ladainha sobre suas respectivas dificuldades.
As pessoas ouvem-se, mas não se escutam. 
Fecham-se em seus casulos, às vezes um tanto quanto escuros, frios úmidos porém mais seguros e tristes também.




Ciclovida – o filme





Ciclovida é um documentário narrativo que segue um grupo de campesinos sem terra numa viagem atravessando o continente da América do Sul de bicicleta, na campanha de resgate das sementes naturais.

Os viajantes documentam a dominação dos agrocombustíveis no campo e o deslocamento de milhões de pequenos agricultores e comunidades indígenas.

Cultivos e matas nativas estão sendo substituídos por desertos verdes de monoculturas transgênicas onde nada mais, planta ou animal, pode sobreviver aos agrotóxicos.

Para maiores informações ou para organizar um evento com o filme em sua comunidade, ou ainda, para ser membro da Equipe do Ciclovida, entre em contato ciclovida.org

Ficha Técnica:
Título: Ciclovida
Gênero: Documentário
Tempo de Duração: 88 minutos
Ano de Lançamento: 2010
Câmera: Matthew Feinstein, Ivânia de Alencar, Inácio do Nascimento, Philipe Ribeiro e Jorge Ota
Edição: Irmãos Feinstein

Trailer (em poucos dias o filme estará, aqui, na íntegra!):Publicado por Philipe Ribeiro no site http://birimbelo.com/




Soneto de Infidelidade - Roseane Freitas




Soneto de Infidelidade 
(Releitura do Soneto de Fidelidade- Drummond-)
Roseane Freitas


De tudo ao meu amor serei relapso.
Desta vez com tal desprezo e sempre e muito.
Que mesmo em face do maior desencanto,
Ele se desencante mais do meu destrato.


Quero revê-lo em cada triste momento.
E em louvor a seu pesar hei de espalhar meu canto,
E rir meu riso e não mais derramar meu pranto.
À sua dor ou seu descontentamento.


E assim quando vier a mim
Quem sabe a morte, único escape de quem sofre,
Quem sabe a desilusão, fim de quem ama.


Eu possa dizer do infeliz (que tive),
Que sejas triste, posto que me traíste.
E que essa dor te dilacere enquanto dure.







"Gosto de coisas que brilham, de pessoas de LUZ! De gente que sabe ser sol, mesmo quando a vida está nublada".

In: Amar faz bem.



‎"Tem dia que a gente põe virgula, tem dia que colocamos reticências, tem dia que colocamos ponto final e tem dia que temos a necessidade de virar a página."


Fabio de Melo



terça-feira, 5 de junho de 2012

Quando tudo da errado - Momento Espirita






Somente Hoje - CHICO XAVIER






Jackie Evancho - Lovers live



Eu fiquei extremamente emocionada ao vê-la cantar!!!
Como Deus é maravilhoso!!!!!


Josh Groban (Canto a la Vitta) Feat the Corrs






All I Ask Of You by Sarah Brightman feat. Josh Groban









Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.


Carlos Drummond de Andrade




A MÚSICA DO AMOR!! - Kity Araújo


Hoje eu sou o meu silêncio...
A melodia suave que deixo fluir
E nem preciso ouvir para sentir
....Basta estar do teu lado
Quando sinto que sou amada
Uma brisa mansa perfumada
A mais bela flor desse teu jardim
Hoje sou a procura no olhar
Um coração que pulsa no peito
....Desejando e querendo você
Dança comigo a música do amor
Aproveita esse céu estrelado
Esses nossos desejos entrelaçados
Sejamos confidentes um do outro
Nessa pura magia chamada amor
Hoje eu sou o meu silêncio...


Kity Araújo

Lei de Direito Autoral (nº 9610/98)


UMA DOCE PAIXÃO!! - Kity Araújo



Esse nosso destino de amar...
Com todos os danos e desenganos
Preencher de magia nosso coração
Mergulhar de cabeça sem medos
Se doar para esse mar de emoção
....Ouvir melodia sem sinfonia
Encantar-se com a beleza da lua
Acordar no meio da madrugada
Sentir teu perfume sem você aqui
Se despir de palavras!! Silenciar
Desejo insano que traduz o olhar
Tocar com doçura e querer devorar
Eterna loucura, numa doce paixão
Ah!! Esse nosso destino de amar...

Kity Araújo

Lei de Direito Autoral (nº 9610/98)


Sorriso Forçado - AssiZ de Andrade


"Eu me identifiquei mto com esse poema do Assiz e 
resolvi compartilhá-lo....
CRR."


Feliz é a Paloma, que desaprendeu a sofrer. Perdeu a capacidade de se deixar abalar por mágoas ou se abater por infortúnios; não se rende aos desamores, nem vê propósito nas incertezas. Paloma tem o dom de transformar a dor em motivação antes mesmo que o mal estar recaia sobre si. Ela é um tipo de ser humano raro, que pode ter alcançado uma forma de evolução psicológica. Sua natureza fora moldada artificial e conscientemente, por si mesma. Sem qualquer medo de estranhamentos alheios ou íntimos revertérios, desenvolvia uma estranha imunidade contra as tristezas conforme distorcia suas características mais genuínas – através do cultivo constante e implacável de altas doses de cinismo. Feito uma droga benigna, pouco a pouco a falta de equilíbrio e a instabilidade emocional típicas da alma feminina foram dissolvidos pela artificialidade fria da alegria estável, do bem estar constante, da adequação indiferente a qualquer espécie de hostilidade, dos outros ou do ambiente. E a partir do costume em viver sob uma máscara, acabou por entender que aquela era sua nova face: uma mulher bem resolvida consigo, agradável aos outros, feliz diante de tudo e indiferente às mazelas do mundo.

Um indivíduo atraente, e frio. Constante, e desconfiável. Feliz, e imperturbável. Uma existência digna de invejas e temores. Alvo das paixões que jamais se tornam amores. Uma mulher cheia de colegas, mas livre das amizades. Cujas realizações nunca penetram a intimidade intocável, guardada a sete chaves, do mundo real. Paloma não admite sofrer de véspera, menos ainda de posteridade. Sua desconfiança fora contornada pela superficialidade crônica com a qual pauta qualquer forma de relação ou envolvimento. Mas nem por isso é imune às intensas alegrias. Ela apenas filtra o que lhe faz sentir bem e dispensa o que lhe é mau antes que os sentimentos sejam invocados pelas sensações(...)





A Puta Necessitada - AssiZ de Andrade



Relaxou as pernas, aliviada. E voltou a ser tomada pela já conhecida ânsia de vômito. Aquele homem, em particular, não lhe descia bem nas entranhas, nos olhares, nem no estômago. Como numa convulsão inconsciente, eram seus avessos que gritavam toda vez que estava debaixo dele. Quando menos queria sorrir, tinha de gargalhar cinicamente, para não deixar que suas piadas rasas perdessem o propósito. Quando mais precisava descansar, tinha de passar a noite inteira trepando com o desgraçado, sem ganhar um tostão por isso. E o prazer nem de longe compensava o prejuízo dos instantes de sonho ou pesadelos perdidos em nome do sagrado matrimônio; talvez garantisse a satisfação, isso sim, de ter um casamento, uma casa e uma família, mesmo sendo objeto sexual para consumo alheio – uma prostituta de carteirinha e local fixo de trabalho.


Puta. Inicialmente por opção, depois por necessidade – pois já não conseguia se agüentar inutilmente, sem ser devassada fisicamente por homens que sequer sabiam seu verdadeiro nome. Como Melanie, sentia-se alguém melhor justificada – como Laura, era como se o mundo não a compreendesse, da mesma forma que era incapaz de ver qualquer sentido no que se passava ao seu redor. Era na interseção entre as duas personagens que encontrava sua maior distração, e seu motivo de permanência nos delírios e na realidade.


Mas do que se acostumar em ser usada, ficou viciada no vazio que, sem saber porque, lhe tomava de acesso e a tornava tranqüila, equilibrada e ausente do mundo real a cada pós-coito, bem ou mal consumado. Talvez fosse a sensação de dever cumprido, a certeza de uma nova comissão garantida ou até mesmo o fim de mais um momento de completa submissão. Era incapaz de definir o que motivava ou construía aquela estranha e rara satisfação misturada com a ausência de querer. E naquele trecho até então desconhecido de dentro de si, encontrou um lar, um colo e um esconderijo. Por fim, já não vivia sem penetrar o oco de si diariamente, como se dessa forma administrasse uma dosagem de droga intensa e secreta, que somente ela conhecia.


Disposta a voltar a estar sob o efeito da substância produzida pelo próprio corpo em comunhão com o contexto martirizado, esperou que o marido adormecesse para sair, ávida por uma nova visita dos outros às próprias entranhas e de si mesma às próprias profundezas. Quando ouviu o primeiro ronco, prontamente levantou-se da cama.Ruminando a possibilidade de um novo mergulho íntimo, vestiu sua roupa mais vulgar e espalhafatosa e foi para a frente do espelho: maquiou o rosto com lápis preto, batom vermelho, sombra prateada e rush cor de rosa. O figurino de uma íntima farsa, criada a partir de obrigações óbvias. Tudo em nome de uma busca sem fim por um propósito palpável em um reduto de ilusão, que encontrou o num trecho escondido dentro de si, e fora do alcance da realidade.





A GRANDE MENTIRA - Wamberto Lobo




Partículas se deslocam
E num encontro se agrupam.
Tornando-se sólidos
Corpos físicos enfim !

E de luzes de colorido intenso
Fundem-se num calor imenso
Enaltecendo sabores
Formas e odores !

Virando vida
Umas vividas ,
Outras perdidas
E a verdade escondida !

Entre bilhões de seres
E vidas,
A ferida podre esquecida
No seio do pensante ser !

E o que se vê
São vestimentas em frangalhos
A dor, a solidão e o desejo
Do real viver !!

Autor :Wamberto Lobo.

Em : 05/06/12.

Lei do direito autoral N °9610/98.