sábado, 15 de setembro de 2012


Devolve toda a tranquilidade
Toda a felicidade
Que eu te dei e que perdi
Devolve todos os sonhos loucos
Que eu construí aos poucos

E te ofereci
Devolve, eu peço, por favor,
Aquele imenso amor
Que nos teus braços esqueci
Devolve, que eu te devolvo ainda
Esta saudade infinda
Que eu tenho de ti.

Mário Lago





‎"A alma é invisível. O caráter é invisível. Ninguém enxerga, mas uma hora ou outra eles se manifestam, dão as caras, são notícia.
Ninguém sustenta uma mentira muito tempo. Ninguém consegue manter duas caras a vida inteira. 
Uma hora a corda balança, você precisa se equilibrar e mostrar quem é. E não é nada fácil ser quem a gente é, abraçar defeitos, loucuras, fantasias alucinadas. Não é fácil se olhar no espelho e dar de cara com o que está visível."

Clarissa Corrêa





Qualquer música, ah, qualquer,
Logo que me tire da alma
Esta incerteza que quer
Qualquer impossível calma!
Qualquer música - guitarra,

Viola, harmônio, realejo...
Um canto que se desgarra...
Um sonho em que nada vejo...
Qualquer coisa que não vida!
Jota, fado, a confusão
Da última dança vivida...
Que eu não sinta o coração!

Fernando Pessoa





“A recordação é o perfume da alma. 
É a parte mais delicada e mais suave do coração, que se desprende para abraçar outro coração e segui-lo por toda a parte”.

George Sand




‎"Me encante sem dizer nada, ou até dizendo tudo. 
Sorrindo ou chorando. 
Triste ou alegre… 
Mas, me encante de verdade, com vontade… 
Que depois, eu te confesso que me apaixonei. 

E prometo te encantar por todos os dias… 
Pelo resto das nossas vidas."

Pablo Neruda






Faz algum tempo li o mito de Cupido e Psiquê e um trecho apenas me chamou a atenção, qual seja: "amor e desconfiança não podem conviver sob o mesmo teto".

De fato, qualquer relação onde haja um pingo de dúvida sobre a integridade do outro tende ao fracasso. No mito, a origem das dúvidas de Psiquê foram originadas de maus conselhos dados pelas próprias irmãs! As quais instigaram dúvidas a respeito do deus que lhe fazia companhia e que em momento algum deu motivos para que Psiquê pudesse desconfiar que não a amasse.

Dessa forma, o mito nos ensina que devemos confiar em nosso companheiro e não nos deixar levar por dúvidas infundadas. Se as atitudes do companheiro são coerentes com aquilo que ele fala, não há necessidade disso.


A desconfiança inclusive pode ser nociva de várias formas, inclusive promovendo o ciúme em uma forma controladora e fora do que se consideraria um nível normal.

Confiar no companheiro é uma necessidade, afinal se o escolhemos para ter ao nosso lado faz-se necessário investir nesse sentido. Não é justo presumir que toda nova pessoa com quem iniciamos um relacionamento venha a agir da mesma forma que um outra que tenha feito sofrer no passado.

Iniciar um novo relacionamento não é apenas dar uma chance para você mesmo, mas também para as outras pessoas. Confiar é uma decisão difícil, contudo é um passo necessário se desejamos fazer que o bom sentimento floresça entre os 2.

Nota: Não custa nada investigar, um pouco, o passado e as atitudes das pessoas com quem pretendemos nos relacionar. Um pouco de cuidado é sempre bem vindo. Não podemos ser paranoicos a ponto de não depositar confiança em ninguém, mas também não podemos ser ingênuos e presumir que todo mundo está de boa-fé. Um pouco de bom-senso não faz mal.





Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,

Mais me convenço de que o
Desperdício da vida
Está no amor que não damos,
Nas forças que não usamos,
Na prudência egoística que nada arrisca,
E que, esquivando-se do sofrimento, 
Perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento e opcional.
Fé é colocar seu sonho à prova!

Carlos Drummond de Andrade





O sonho de Ícaro



Na mente um sonho


No coração um desejo


Ícaro e seu pai juntos


As asas foram moldando


Almejando a liberdade


Dédalo seu filho instruía


Do labirinto ele sairia


No dia tão esperado


Alçaram vôo pelo céu


Sentiam-se como Deus


Mas inebriado pelo poder


Ícaro não soube se conter


Os raios do Sol o atraiam


Preso ao astro não percebia


A cera em suas asas derretia


Sem forças a altura perdia


Indo de encontro ao mar Egeu


Mergulhou e a vida perdeu


No mar imenso ele afundou


Do sonho de liberdade, 


nada mais restou.



Tatiana Moreira
Under Creative Commons License: Attribution



Amor em palavras...



Escrevo todas as noites sentimentos em palavras

Que transformo em versos, poemas e poesias...

São como ricos pedaços de Sol nascente

Que dedico ao teu Ser quando acordar

No horizonte límpido dos meus sonhos

Desenho dentro de mim os teus traços

Na tua ausência, delicadamente inspiro

as minhas palavras, para a saudade saciar

No desejo que nasce da tua pele,

eu guio e oriento as minhas ânsias

No mais intimo de mim, descubro a cada dia

que tu és o alimento que me fortalece

Na certeza com que me habitas o corpo

e alma, sobrevivo no que me toma inteira

Sou o inevitável do que vivo e sinto...

Sou a força incontrolável do amor puro

que nasceu, cresceu e criou raízes...

Mergulho fundo em um mar de palavras

Faço em Ti uma viagem apaixonante,

Tornando infinita a minha vontade

De poder não só em sonho te encontrar

Em meu coração lateja o doce aperto

de não conter o lume da paixão

que em todo meu Ser clama por Ti.

Por isso te dedico minhas palavras,

expressando neste poema um pedido:

Guarda-me em Ti.



Tatiana Moreira
Under Creative Commons License: Attribution



‎"Tomara que os nossos enganos mais devastadores não nos roubem o entusiasmo para semear de novo. 
Que a lembrança dos pés feridos quando, valentes, descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem de sentir confiança. 
Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. 
Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor. 
Tomara que apesar dos apesares todos, dos pesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz."

Ana Jácomo



A Lenta Agonia da Liberdade



O mundo ocidental passa por um processo cada vez mais patente de restrição das liberdades. Países da União Europeia, e das Américas estão sendo cada vez mais dominados pela ditadura do politicamente correto que nada mais é do que um emaranhado de ideologias que, em nome de garantir as liberdades, cada vez mais calam e silenciam desde o cidadão comum até conglomerados da mídia. 
Nem mesmo os Estados Unidos estão imune a este mal. Lá, como cá, as pessoas estão cada vez mais direcionadas a pensar da maneira como se quer que elas pensem e não de acordo com suas experiências e formação familiar. 
Nas últimas quatro décadas pelo menos, idéias-força vêm sendo criadas com o objetivo de imprimir na mente da população, verdades universais que se tornam inquestionáveis e imunes a qualquer tipo de crítica ou questionamento. Exemplos não faltam. Para ilustrar, basta que alguém questione o aquecimento global antropogênico, seja contra a homossexualidade ou aos diversos tipos de cotas que imediatamente uma multidão de censores bradará contra seu posicionamento. Afinal, o homem é responsável pelo aquecimento global, a homossexualidade é linda e maravilhosa e as cotas são o supra-sumo da justiça. Qualquer opinião contrária a estes verdadeiros princípios fundamentais da humanidade deve ser censurada e criminalizada.
Sob os argumentos como "os gays precisam ser protegidos, o meio ambiente preservado, e os excluídos amparados", progressivamente são aprovadas leis que criminalizam toda a opinião divergente do determinado pelo politicamente correto. A lei anti-homofobia é o exemplo mais claro. Não obstante, toda a sorte de estudos científicos, estatísticos e históricos que questionem estes e outros princípios (feminismo, sustentabilidade, etc) é imediatamente relegado às trevas. Para estes estudos, não há financiamento público nem incentivo estatal. Muito pelo contrário. A campanha é justamente a da falsidade peremptória, onde tudo aquilo que vá de encontro aos postulados determinados é automaticamente considerado falso, não interessando se os métodos de pesquisa e os dados estejam rigorosamente corretos.
Para aqueles que pensam estar na escola a solução para esta padronização de idéias, atenção. É justamente nela que elas são replicadas e difundidas nas cabeças de nossos estudantes. Com o Estado tendo o monopólio do currículo educacional, nossos futuros pensadores serão apenas difusores das idéias-força determinadas pela elite esquerdista já estabelecida em todos os setores da política, educação e meios de comunicação. 
O grande truque para o sucesso de tal lavagem cerebral é a difusão sistemática de que, para garantir a liberdade de todos é preciso proteger as assim chamadas minorias. Com este argumento romanticamente defendido e diabolicamente planejado, as pessoas começam a aceitar progressivas retaliações nas suas atitudes e opiniões. Não conseguem perceber que caminham lentamente para o controle estatal completo de seus pensamentos e atitudes em virtude se viverem iludidos em uma névoa de novas leis morais e comportamentais determinados pela "opinião pública" e "pela maioria", dois conceitos suficientemente abstratos para serem manipulados de forma a constituírem-se em expressão verdadeira da vontade geral, quando na verdade não passam de ferramentas utilizadas para a homogeneização do pensamento.
Com o controle dos mecanismos formadores de opinião e da educação fica extremamente fácil falsificar os dados: basta que se publiquem pesquisas de opinião em institutos "independentes" para que se transmutem na expressão inequívoca da verdade. Assim, a opinião publicada passa a ser a opinião pública, formadora e padronizadora de idéias. 
Nenhum exemplo é mais ilustrativo para compreendermos como funciona este mecanismo como a famigerada lei anti-homofobia. Nesta lei a opinião contrária à prática homossexual é criminalizada. Vejam bem, a opinião! A desculpa: para garantirmos a liberdade dos gays que vivem num malvado país homofóbico. A proibição do fumo em bares e restaurantes segue na mesma linha: o proprietário do estabelecimento não pode permitir o acesso de fumantes em seu estabelecimentos. A desculpa: para preservar a saúde dos demais frequentadores. Vejam que de uma só tacada foram retiradas três liberdades: a do dono do restaurante de permitir fumantes, a dos fumantes de ir a bares e restaurantes e a dos que não fumam de escolherem se querem frequentar um ambiente com ou sem fumantes. A lei da palmada, sob a justificativa de proteger as crianças, retiram dos pais a liberdade de educar seus filhos como eles próprios foram educados o que, na maioria das vezes, requer uma palmada ou outra, além de impedir que as crianças recebam uma formação familiar, moral e religiosa sólida.
Estes foram apenas alguns exemplos de inúmeras leis que retiram liberdades individuais com a promessa de preservar estas mesmas liberdades. Sem percebermos, estamos tendo cada vez mais tolhida a nossa autonomia para expressarmos nossos posicionamentos morais, religiosos e culturais. Não bastasse a morte lenta desta liberdade, criam-se pequenos grupos imunes a qualquer tipo de crítica e dúvida, verdadeiros deuses da virtude. A desculpa para isto, é a mesma ladainha de sempre: preservar a liberdade.
Sob este argumento, a sociedade vai ficando cada vez mais segmentada e polarizada. Com a sucessiva concessão de privilégios legais às minorias e restrições à maioria, cria-se um ambiente de crise mais acentuado, propício ao surgimento de grupos radicais dos dois lados. Para contar os ânimos que vão se exaltando a sociedade como um todo passa a aceitar, inclusive a incentivar, um poder estatal ainda mais forte, a fim de conter as animosidades e colocar "ordem na casa". E adivinhem quais as medidas que são adotadas? Cerceamento de liberdades. O partido, que criou o problema, passa a ser vista como sua solução.
É a lenta agonia da liberdade que passa a abrir espaço para um verdadeiro totalitarismo. Tudo sob os aplausos calorosos de nossos intelectuais e estudantes devidamente fardados com a face negra de Che Guevara.


Postado por Professor Balbi





ACREDITO NO DEUS DE SPINOZA: EINSTEIN

Albert Einstein (1879-1955), físico alemão de origem judaica que dispensa apresentações, quando, em 1921, perguntado pelo rabino H. Goldstein, de New York, se acreditava em Deus, respondeu: “Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens” Nesta mesma ocasião, o cardeal O’Connel, de Boston, publicou uma declaração na qual dizia que a teoria da relatividade “encobre com um manto o horrível fantasma do ateísmo, e obscurece especulações, produzindo uma dúvida universal sobre Deus e sua criação”.
Posteriormente, em uma carta escrita em Berlim a um banqueiro do Colorado, datada de 5 de agosto de 1927, Einstein explica: 
Não consigo conceber um Deus pessoal que influa diretamente sobre as ações dos indivíduos, ou que julgue, diretamente criaturas por Ele criadas. Não posso fazer isto apesar do fato de que a causalidade mecanicista foi, até certo ponto, posta em dúvida pela ciência moderna. Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração pelo espírito infinitamente superior que se revela no pouco que nós, com nossa fraca e transitória compreensão, podemos entender da realidade. A moral é da maior importância - para nós, porém, não para Deus.
No artigo Religião e Ciência, que faz parte do livro Como vejo o mundo, publicado em alemão em 1953, Einstein escreve: 
Todos podem atingir a religião em um último grau, raramente acessível em sua pureza total. Dou a isto o nome de religiosidade cósmica e não posso falar dela com facilidade já que se trata de uma noção muito nova, à qual não corresponde conceito algum de um Deus antropomórfico (...). Notam-se exemplos desta religião cósmica nos primeiros momentos da evolução em alguns salmos de Davi ou em alguns profetas. Em grau infinitamente mais elevado, o budismo organiza os dados do cosmos (...). Ora, os gênios religiosos de todos os tempos se distinguiram por esta religiosidade ante o cosmos. Ela não tem dogmas nem Deus concebido à imagem do homem, portanto nenhuma Igreja ensina a religião cósmica. Temos também a impressão de que hereges de todos os tempos da história humana se nutriam com esta forma superior de religião. Contudo, seus contemporâneos muitas vezes os tinham por suspeitos de ateísmo, e às vezes, também, de santidade. Considerados deste ponto de vista, homens como Demócrito, Francisco de Assis e Spinoza se assemelham profundamente”.
E no artigo A religiosidade da pesquisa, no mesmo livro, Einstein defende que “o espírito científico, fortemente armado com seu método, não existe sem a religiosidade cósmica”. Para ele a religiosidade do sábio 
consiste em espantar-se, em extasiar-se diante da harmonia das leis da natureza, revelando uma inteligência tão superior que todos os pensamentos humanos e todo seu engenho não podem desvendar, diante dela, a não ser seu nada irrisório. Este sentimento desenvolve a regra dominante de sua vida, de sua coragem, na medida em que supera a servidão dos desejos egoístas. Indubitavelmente, este sentimento se compara àquele que animou os espíritos criadores religiosos em todos os tempos.


DEVE HAVER UM NÍVEL MAIS PROFUNDO DE EXPLICAÇÃO DO UNIVERSO: PAUL DAVIES

Paul Davies nasceu na Inglaterra em 1946 e doutorou-se em física pelo University College de Londres. Ocupou cargos acadêmicos nas áreas de astronomia e matemática nas Universidades de Cambridge e Londres. Contratado como catedrático de física pela Universidade de Adelaide, Austrália, Paul Davies desenvolve pesquisas no campo da gravitação e da cosmologia, com ênfase no tema dos buracos negros e do big-bang. É autor de muitos livros sobre física, uma dezena dos quais para o público não-especializado, além de apresentar, com frequência, programas científicos no rádio e na televisão.
Em seu livro Deus e a nova física, publicado em inglês em 1983, diz Paul Davies: 
A ciência só é possível porque vivemos num universo ordenado, que se conforma com leis matemáticas simples. A tarefa dos cientistas é estudar, catalogar e relatar a ordenação da natureza, não indagar a sua origem. Mas os teólogos têm argumentado, desde há muito, que a ordem do mundo físico é uma prova da existência de Deus. Se isso assim for, então a ciência e a religião adquirem um objetivo comum que é revelar a obra de Deus. Na realidade tem-se afirmado que o aparecimento da cultura científica ocidental foi efetivamente estimulada pela tradição judaico-cristã, com sua ênfase na organização intencional do cosmos por Deus - uma organização que poderia ser discernida pelo uso da pesquisa científica racional.
Aliás, nesta direção parece caminhar Einstein quando diz que a ciência 
[...]só pode ser criada por quem esteja plenamente imbuído da aspiração à verdade e ao entendimento. A fonte desse sentimento, no entanto, brota na esfera da religião. A esta se liga também a fé na possibilidade de que as regulações válidas para o mundo da existência sejam racionais, isto é, compreensíveis à razão. Não posso conceber um autêntico cientista sem essa fé profunda. A situação pode ser expressa por uma imagem: a ciência sem religião é aleijada, a religião sem ciência é cega.
Paul Davies, ainda sobre a relação entre ciência e religião, se pergunta se a ciência teria florescido na Europa medieval e renascentista não fosse a teologia ocidental. E exemplifica com a China, que produziu inovações tecnológicas antes da Europa, mas que não as levou avante porque aos chineses faltava o conceito de um ser divino que formulara leis da natureza que os homens podiam compreender e utilizar.
Por sinal, é nesta mesma obra, A mente de Deus, escrita nove anos após Deus e a nova física, que Paul Davies nos lembra terem surgido muitas ideias sobre física fundamental nestes anos, tais como a teoria das supercordas, os novos desenvolvimentos na cosmologia quântica, a pesquisa de Stephen Hawking sobre o “tempo imaginário”, a teoria do caos e tantas outras, e acrescenta: 
Tais acontecimentos assumiram duas formas diferentes. Primeiro, um diálogo muito mais intenso entre cientistas, filósofos e teólogos sobre o conceito de criação e temas conexos. Segundo, uma intensificação da moda do pensamento místico e da filosofia oriental, que alguns comentadores afirmaram estar em contato profundo e significativo com a física fundamental.
Paul Davies nos diz que, após a publicação de Deus e a nova física, ficou assombrado com a postura religiosa dos cientistas, que podem ser classificados em dois grupos: os religiosos e os não-religiosos; entre os religiosos, muitos praticam uma religião tradicional e em alguns casos mantêm os dois aspectos de sua vida, o científico e o religioso, separados, de tal modo que são governados pela ciência durante seis dias da semana e pela religião no domingo. Entretanto, um pequeno grupo de cientistas se esforça para dialogar com a religião, mesmo que o resultado seja uma visão bastante liberal da religião e uma atribuição incomum de significado aos fenômenos físicos. E mesmo entre os não-religiosos existe
[...] uma vaga sensação de que há algo além da realidade superficial da experiência cotidiana, algum sentido por trás da existência. Mesmo ateus mais empedernidos frequentemente têm o que foi chamado de sentimento de reverência pela natureza, fascínio e respeito por sua profundidade, beleza e sutileza, algo muito semelhante à veneração religiosa.
Paul Davies procura deixar claro sua própria posição: “Como cientista profissional, confio plenamente no método científico de investigação do mundo”. A ciência, para ele, demonstra a todo momento ser poderosa para explicar o mundo em que vivemos, mas o que existe de mais atraente no método científico é “sua intransigente honestidade”, pois, antes de ser aceita, cada nova descoberta tem que passar por rigorosos testes aplicados pela comunidade científica, o que possibilita a eliminação das trapaças de cientistas inescrupulosos”.
Acrescenta o físico que prefere não acreditar em fenômenos sobrenaturais, pois parte do princípio de que as leis da natureza são sempre obedecidas. Mas, mesmo assim, pensa que a ciência pode não conseguir explicar tudo no universo físico, já que “resta o velho problema do término do raciocínio explicativo”. Pois se as leis da física são tomadas como algo válido em princípio é preciso perguntar de onde vêm essas leis. Assim 
[...] mais cedo ou mais tarde todos temos de aceitar algo como dado, seja Deus, ou a lógica, ou um conjunto de leis ou algum outro fundamento para a existência. Assim, as perguntas terminais sempre estarão fora do alcance da ciência empírica, na sua definição corrente (...) Provavelmente sempre deverá restar algum “mistério no fim do universo”. 
Completando a definição de sua postura, Paul Davies diz que pertence àquele grupo de cientistas que não pratica uma religião tradicional, mas que nega ser o universo apenas um acidente sem objetivo. 
Meu trabalho científico levou-me a acreditar, cada vez mais intensamente, que a constituição do universo físico atesta um engenho tão assombroso que não posso aceitá-lo apenas como fato bruto. Parece-me que deve haver um nível mais profundo de explicação. Querer chamar esse nível mais profundo de “Deus” é uma questão de gosto e definição.


Professor Balbi



Dor de amor


Na ausência do seu calor...

Sinto meus olhos marejando

A falta que sinto dos teus

Na angústia da saudade

Revelo-te na querência

Que em mim te guardo


Alma da minha Alma...

Desenhei-te inteiro em mim

Com tintas de céu e mar

Num azul infinito...

Indelével e perfeito.

Nesse zelo que é te amar.


Ouça Anjo no ar a melodia...

Que ressoa dos ritmos

Sentidos do meu coração

E exprimem os ditames

Que sufocam no peito

Meus sofridos suspiros


Aprendemos nesse sentir...

O que o coração ressente

Numa aberta ferida constante

Que amar sem ter o Amor...

É doer muito mais

Que a própria dor!




Tatiana Moreira

Under Creative Commons License: Attribution



Vem. 
Conversemos através da alma. 
Revelemos o que é secreto aos olhos e ouvidos.
Sem exibir os dentes, 
sorri comigo, como um botão de rosa. 

Entendamo-nos pelos pensamentos, 
sem língua, sem lábios.
Sem abrir a boca, 
contemo-nos todos os segredos do mundo, 
como faria o intelecto divino.
Fujamos dos incrédulos 
que só são capazes de entender 
se escutam palavras e vêem rostos.
Ninguém fala para si mesmo em voz alta. 
Já que todos somos um, 
falemos desse outro modo.
Como podes dizer à tua mão: "toca",
se todas as mãos são uma? 
Vem, conversemos assim.
Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma. 
Fechemos pois a boca e conversemos através da alma. 
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.
Vem, se te interessas, posso mostrar-te. 

Jalaludin Rumi




Não me deixe rezar por proteção contra perigos, 
mas pelo destemor em enfrentá-los. 
Não me deixe implorar pelo alívio da dor, 
mas pela coragem de vencê-la. 
Não me deixe procurar aliados na batalha da vida, 

mas minha própria força. 
Não me deixe suplicar com temor aflito para ser salvo, 
mas esperar paciência para merecer a liberdade. 
Não me permita ser covarde, 
sentindo sua clemência apenas no meu êxito, 
mas me deixe sentir a força da Sua mão quando eu cair.

Tagore