segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Toda Mulher tem um desejo de SER Mulher... By Andréa Luisa Bosco

"Quem pode dizer o milagre da MULHER... melhor que a Vida mesma que nela se forma e emerge, que nela adquire contorno e som?

Quem pode "representar" esse milagre?

Quem pode reinventar o poder delicado e o abismo simétrico da MULHER?
Quem pode teorizar sobre o perfume da exótica alegria...
sobre a tristeza que é sorriso...
e sobre a dor que é a Vida ?...
Que anjo impossível fará a vez do canto materno?
Que virtude, pode eclipsar a exuberância da vida?
Que sinfonia pode fazer crescer as plantas mínimas e 
multiplicar as células vibrantes?
Qual a formula para o milagre que respira?
Quem, senão Ela, olhou, com olhos divinos, a substância adormecida e, mudando uma era, afirmou: também tu existes matéria!
E que entendimento respira no peito, Dessa, onde o Coração Universal arde?
Arte nenhuma e toda a Arte, a MULHER calou o esteta e paralisou o violento.
Até os demônios escuros emudeceram quando a Deusa se desvelou...
Quem pode abençoar a colheita e ainda assim rir da ambição?
Quem guardará das ondas do medo o cordeiro e ainda assim rugir como leoa?
Que idéia pode nascer onde a MULHER secou?
Que lar maior pode erguer-se onde a MULHER se calou?
Quem curou o corpo e encantou a alma do soldado?
Quem calou a multidão e escutou o profeta?
Quem subiu a montanha para encontrar a raíz preciosa?
Quem chamou amigo aos animais e ainda assim afastou a hiena?
Quem manteve o fogo aceso na noite de chuva?
Quem moeu o pão e salgou o peixe?
Quem desenhou no quadro as primeiras linhas dos sons da fala?
Quem atravessou o deserto cantando para os homens ?
Quem guardou o livro do gênio enlouquecido?
Quem confraternizou com o marinheiro e se perdeu na distância?
Quem viu as órbitas dos astros no seu útero?
Quem escutou a Voz e escreveu a Yoga do Fogo?
Quem, em Veneza, atravessou a noite para amar? Quem, em Assis, aspergiu água pura na testa do Visionário?
Quem viu pela primeira vez o corpo ressuscitado do Apolo de Nazaré?
Esta, e estas, e tu mesma, sempre, és o veio radiante onde o templo antigo se renova rumo aos futuros de neon iridescente...
Dizer "ergue-te da teia do tempo e liberta-te das mentes arcaicas" é dizer muito, e pouco, porque tu guardas a Coroa do Mundo, a coroa que será doada a todos os homens no Dia Puro, o Dia da cura das Nações.
Em ti, MULHER, o meu olhar se perde e o meu coração canta, as minhas veias enchem-se de honra e poder, a minha alma significa mais, o meu corpo se encontra e o meu Espirito se revela.
Não te esqueças de nós, os loucos, hombres, compadres, companheiros, esposos, amantes, guerreiros, reis ridículos, escultores, quixotes patéticos, cosmonautas, mártires e messias, governantes e errantes...
Não te esqueças de nós, faroleiros, geômetras, los machos, vastos, toscos, renascentistas, pais severos, heróis assustados de alma fragmentada e coração suspenso, esvaídos nas cavernas da libido e nas arenas da guerra, nos mundos das mentes sem eixo , no mundo de todos os descontentamentos... nas catedrais de silêncio...
Encontrar-nos-ás no cume da falésia, frente ao mar, sempre, segurando a Rosa que é o Tesouro do Ser.. para ti...
Porque só tu poderás curar este mundo, MULHER."


André L.
 By Andréa Luisa Bosco...


In:
http://orebate-anakaye.blogspot.com.br/2011_03_01_archive.html

Sagrado Feminino ... By Andréa Luisa Bosco

Cabelos longos e soltos ao vento...
os pés descanços pisando a terra...
caminho graciosamente ao encontro da Vida...
Tudo me envolve e me embala docemente...
o Sol dourado bronzeia minha pele...
e eu me banho e brinco no riacho que corre...
Cada gota d'água que escorre em meu corpo acaricia minh'alma e tranquiliza meu peito...

Ouvindo a música da água, minha mente se dissolve serena
num vazio pacífico e profundo...
Sento-me numa rocha em lótus, meditando eu me conecto...
Integro-me ao Universo...
Sou pura essência em potencial, sou o perfume da rosa,
sou a aura do luar...
Sinto-me rica e abençoada...
Filha da Mãe natureza, percorrendo os ciclos da Vida...
Amo meu corpo, templo do divino...
Em meu sagrado feminino habita o Infinito...
Descobri que em mim carrego o segredo da Vida!


Parvati Oriana Shakti 
By Andréa Luisa Bosco...

In:
http://orebate-anakaye.blogspot.com.br/2011_03_01_archive.html

domingo, 26 de janeiro de 2014

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"Se o veneno, a paixão, o estupro, a punhalada
Não bordaram ainda com desenhos finos
A trama vã de nossos míseros destinos,
É que nossa alma arriscou pouco ou quase nada."
Baudelaire

Considerações sobre o corpo feminino.

Muito se discute sobre a massiva exposição do corpo da mulher nos dias que correm. Dúvidas de todo tipo envolvem a questão. Preconceito? Moralismo excessivo? O que há por detrás disso e, se algo houver, quais as consequências?
Esta conversa não é novidade para ninguém. O corpo feminino tem sido usado, desde há muito, como objeto de consumo e o tema continua bastante discutido, principalmente entre indivíduos das mais diversas correntes religiosas, filosóficas e moralistas de plantão. Alguns afirmam que isso é característica da modernidade, da falência dos costumes ou da intensa erotização da sociedade contemporânea, no entanto basta consultar obras, artísticas ou pseudoartísticas, de diferentes épocas do passado, para perceber que não se trata apenas disso. Embora os fatores apontados possam ter levado a maior expansão dessa prática, ela é tão antiga quanto a civilização.
Outros poderão dizer: “Ora, também se pintam, ou se fotografam paisagens e animais e crianças e todo tipo de objetos! Mulheres seminuas, ou despidas, são somente mais um tema, como outro qualquer.” E talvez tenham razão, afinal a arte não deve ser restringida. Justificativas, porém, fazem parte de qualquer ato, independentemente da intenção, mas, ainda assim, vamos insistir na afirmativa de que o corpo da mulher tem sido e continua sendo explorado como qualquer objeto. Se alguém tem alguma dúvida a respeito, basta folhear os milhares de revistas à disposição nas bancas de jornal de qualquer esquina, de qualquer canto do planeta, _com a raríssima exceção dos países cuja religião não permite esse tipo de exposição _ para confirmar esse fato.
Observem-se ainda, nas paredes de qualquer botequim, ou oficina mecânica, por exemplo, os calendários. Atente-se para os outdoors espalhados pelas ruas. Verifiquem-se as propagandas televisivas. Corpos e mais corpos femininos de todas as cores, tamanhos e preços. Tudo isso faz parte de um enorme engodo, uma imensa farsa que tem iludido milhões de mulheres com promessas de sucesso e riqueza_ o que realmente acontece com algumas_ mas, sobretudo como alcance de felicidade, o que infelizmente não se concretiza para a maioria. Essa prostituição glamourizada, que coloca os interesses materiais à frente de princípios e ideias, politicamente correta do ponto de vista de uma sociedade que elegeu como valor o poder conferido pelo dinheiro, tem gerado, para as mais iludidas, uma série de consequências nefastas.
A liberalização dos costumes exalta o discurso da independência feminina, prega que a mulher tem a liberdade de fazer o que quiser com o seu próprio corpo. Ninguém discorda de que isso está cada vez mais presente em vários segmentos da realidade, mas a pergunta é: até que ponto? Não se discute também ser necessário que uma pessoa faça escolhas_ fenômeno da liberdade_ desde que e estas sejam feitas de forma consciente em relação a si mesma e da sua relação com a os outros. Mas quando se caminha numa estrada ilusória, sem um mapa da realidade do caminho, fica difícil falar em consciência de atitudes. Não é fato incomum, famosas, modelos de beleza, trocarem de parceiros com a mesma constância e rapidez com que trocam de roupas para um desfile. Viajam, frequentam festas, são assediadas, exploradas em excesso de trabalho e diversas sucumbem. Emocionalmente inseguras, afetivamente insatisfeitas, algumas delas buscam o entorpecimento de suas frustrações no uso e abuso de drogas de toda espécie. Isso acontece porque são ignoradas como pessoas e tratadas como corpos que vendem bem, ou seja, como objetos de consumo. São livres e independentes? Há naturalmente aquelas poucas privilegiadas que mantêm o controle da situação e não se deixam destruir, mas, mesmo assim, são usadas com idêntico objetivo. É importante considerar essa situação, analisá-la sem ideias pré-concebidas, sem medo de parecer reacionário, démodé, preconceituoso. A pressão da sociedade é frequentemente culpada pelas distorções que ocorrem no âmbito individual, isso, porém, não nos isenta da responsabilidade de examinarmos criticamente os valores que nos são impostos e impormos a eles a nossa condição de entes dotados de raciocínio. Só então poderemos falar em liberdade de escolha e estaremos prontos a enfrentar as consequências de cada uma dessas escolhas.



Para uma pessoa que eu conheço....