sábado, 17 de março de 2012



Além da Terra, além do Céu, no trampolim do sem-fim das estrelas, no rastro dos astros, na magnólia das nebulosas. Além, muito além do sistema solar, até onde alcançam o pensamento e o coração, vamos! Vamos conjugar o verbo fundamental essencial, o verbo transcendente, acima das gramáticas e do medo e da moeda e da política, o verbo sempre amar, o verbo pluriamar, razão de ser e de viver. 


Carlos Drummond de Andrade



“O que revela a nossa força não é sermos imbatíveis, incansáveis, invulneráveis. É a coragem de avançar, ainda que com medo. É a vontade de viver, mesmo que já tenhamos morrido um pouco ou muito, aqui e ali, pelo caminho. É a intenção de não desistirmos de nós mesmos, por maior que às vezes seja a tentação. São os gestos de gentileza e ternura que somente os fortes conseguem ter” 

Ana Jácomo


Importância

 Na vida,
não vale tanto
o que temos
nem tanto importa
o que somos.
Vale o que realizamos
com aquilo que possuímos
e, acima de tudo,
importa
o que fazemos de nós.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
CEU, 1981.


sexta-feira, 16 de março de 2012

A partir de agora, deixo a lógica para os matemáticos. 
A mim interessa a filosofia dos magos, dos bruxos. 
Essa coisa toda de universo, destino, de “o que tiver de ser será”.
Tenho fé que o caminho das estrelas é mais cheio de mistérios que o resultado de dois mais dois.
Chega de sentimentos calculados, conversas analisadas, de querer o que não posso ter. 
Além do mais, tem todo um charme não saber o por quê.
Que eu diga amém a todo instante que me surpreende, que me emudece, que me confunde.
Que eu entenda cada vez menos. 
Abro mão, definitivamente, da monotonia da exatidão.

Sabrina Davanzo




Quem sabe um dia.....

Relações que desafiam o tempo só podem ser construídas com amor. 
Para ficar bonito, grande e forte, é preciso doçura, paciência, caprichar daqui, consertar dali, plantar, regar, deixar pra trás o que não prestou. 
Não é ser feliz o tempo todo, não é esperar do outro mais do que ele pode dar, mas saber do que o coração de cada um pode oferecer. 
É respeitar o sonho do outro, porque sonho é coisa delicada. 
Não acredito em amor incondicional, mas naquele verdadeiro, que cede, respeita, entende, pacientemente espera, que vive. 


O que importa para cada um é a felicidade do outro. 
No cansaço, o conforto do colo. 
Nas diferenças, a tolerância. 
Nas vitórias, a cumplicidade do olhar. 
Na vida, companheiros.

Erika Machado



quinta-feira, 15 de março de 2012

MURMÚRIO DAS ÁGUAS


 Um grupo de jovens seguia pela estrada de chão com destino a um pequeno sítio onde passariam um retiro durante uma semana, a noite era iluminada apenas pelas estrelas e pelo tímido luar, o silêncio era quebrado pelos grilos e pelas histórias que eram contadas pelos jovens na conversa durante a caminhada. Em certo ponto do caminho no lado direito da estrada viram um ponto branco bem no fundo. A pequena casa branca ficava lá, no fundo, um pouco longe da estrada, tinha portas e janelas verdes, do mesmo verde das folhagens, parecia que alguém estava assistindo tv, pois havia uma claridade, que saia pelas frestas da janela, não havia cerca e para chagar até a casa, um pequena trilha, as roupas, todas de homem secavam no varal,a chaminé soltava fumaça, no fundo um catavento que quase não podia ser visto pelos jovens que cruzavam a estrada, ficava escondido pela noite, bem mais no fundo, depois do catavento havia um pequeno riacho, onde podia-se pescar, passar o tempo, ouvir o murmúrio das águas, sempre limpas naquele pedaço, onde podia-se também sentir a natureza e a solidão dos dias e das noites.
- Quem vive num lugar desses deve ser muito feliz – disse um dos jovens para o outro ao seu lado
- Sim, deve ser muito bom viver num lugar assim, cheio de paz – respondeu o outro jovem


Arnoldo Pimentel

Esse conto faz parte da “Trilogia da Casinha Branca”


ENQUANTO NOSFERATU PERCORRE A PAISAGEM DA SALA QUE FICOU ESQUECIDA NO VENTO ENQUANTO NOSFERATU PERCORRE A PAISAGEM DA SALA QUE FICOU ESQUECIDA NO VENTO


O silêncio da noite espalha as folhas tímidas caídas das árvores que quase escondem a pequena casa branca com portas e janelas verdes, no fundo do quintal, prisioneira do seu próprio isolamento.
O branco gelo das paredes um tanto úmidas da sala, se mistura com o preto e branco do “Nosferatu” de Murnau , onde a solidão é o próprio ar que respira, o coração que percorre as lembranças, o olhar que vagueia pela paisagem e move a mão em busca da garrafa que está sobre a mesinha de canto ao lado do sofá.


Arnoldo Pimentel


Esse conto faz parte da “Trilogia da Casinha Branca” 


QUINTAL - Arnoldo Pimentel



As crianças desapareceram do quintal, foram levadas uma a uma pela vida, cada uma seguiu seu próprio caminho, ficaram as vozes e os risos das brincadeiras, que ainda ecoam nas lembranças que pintam as portas e as janelas de verde, de ilusão. No quintal ainda existe o catavento, a bomba d’água manual, que não bombeia mais água para saciar a sede das crianças no quintal. As portas e janelas verdes da casinha branca foram abertas uma a uma , ainda no nascer do dia, o homem com seus setenta e poucos anos saiu pela porta da frente, respirou o ar puro, caminhou até a bomba d’água manual, bombeou a água, lavou o rosto, saciou sua sede, olhou o catavento que se movia, sentiu o vento no rosto como se estivesse catando o vento assim como o catavento e como todas as manhãs atravessou o quintal e seguiu até uma árvore que ficava quase na subida do morro, onde nascia o pequeno riacho que passava lá no fundo do quintal, chegou junto à árvore, onde embaixo era a morada de sua esposa que se foi há álbum tempo, ajoelhou-se e orou como em todas as manhãs.


- Sinto saudades de você – murmurou baixinho


Sentiu o vento tocar seu rosto como se o beijasse, levantou, fez o sinal da cruz e voltou lentamente para casa, parou novamente na bomba d’água manual, que não bombeava mais água para matar a sede das crianças no quintal, matava a sede apenas de quem ficou sozinho catando o vento catado pelo catavento no quintal, que ficava muito além de qualquer litoral, bebeu água sendo observado pelos pássaros que estavam nas árvores ilustrando a manhã de sol, pintando de natureza o pequeno quintal. O homem que era observado pelos pássaros entrou na casinha branca com portas e janelas verdes, que estavam abertas, caminhou até a sala, pegou a espingarda de caça, que a muito tempo não pegava, havia muito tempo que não caçava, sentou no sofá com a espingarda e sentiu o cheiro da mata que observava pela janela. Lá fora os pássaros sobre as árvores fizeram silêncio quando sentiram as portas e janelas verdes da casa serem fechadas, ouviram o silêncio que vinha de dentro da casa, ouviram o vento pelas frestas entrar na casa, de repente partiram em revoada, todos de uma só vez, quando ouviram o grito da espingarda que ecoou em todos os cômodos da casa.


Arnoldo Pimentel


Esse conto faz parte da “Trilogia da Casinha Branca” 


OCASO DE UMA VIDA



A garrafa ficou vazia
Sobre a mesa do bar
Não tem nada na vida
Não aprendeu a amar

Está sem cores
Perdeu seus pudores
Enquanto tentava ajeitar a gravata
Apenas para se enfeitar

As ruas estão cambaleando à sua frente
Esqueceu os dormentes
Que usaria para poder se deitar

Seu sol não vai nascer
Seu corpo esgotado vai estremecer
Enfim, vai cair e não mais viver.

Arnoldo Pimentel.



quarta-feira, 14 de março de 2012



..."..."...




Perguntaram a um velho sábio:
- Como faço para esquecer um grande amor? 
E ele respondeu: 
E a maré esqueceria a Lua?
"A partir de agora é PROIBIDO:
Levantar da cama SEM SONHOS; 
Vestir-se SEM ESPERANÇA; 
Caminhar SEM FÉ; 
E viver SEM AMOR".
O homem pensa. 
A mulher sonha. 
Pensar é ter cérebro. 
Sonhar é ter na fronte uma auréola. 
O homem é um oceano. 
A mulher é um lago. 
O oceano tem a pérola que embeleza. 
O lago tem a poesia que deslumbra. 
O homem é a águia que voa. 
A mulher, o rouxinol que canta. 
Voar é dominar o espaço. 
Cantar é conquistar a alma. 
O homem tem um farol: a consciência. 
A mulher tem uma estrela: a esperança. 
O farol guia. A esperança salva. 
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra. 
A mulher, onde começa o céu!!! 

Victor Hugo



terça-feira, 13 de março de 2012


Para as minhas queridas amigas que estão em dúvida sobre qual operadora usar, ai vai uma pequena diquinha...


Será que consegui ajudar?



Peruas de plantão surtando em:
...3....2...1....

Andrea Bocelli - "CUANDO ME ENAMORO"



DIANTE - Wamberto Lobo



Dos desacertos,
Das incertezas
Dos excessos
Da falta de tato !

Da indiferença perante o ato .
Da complexidade do que aflinge,
Do tudo, que a tudo finge !
Da dor absurda da dúvida.

De uma estrada sem curva ,
Da seta sem fim que cega !
Do oito quê a lugar nenhum chega
Do prato vazio !!

DA GATA NO CIO,
Do louco quê a tudo enxerga !
Do idiota que tenta e não leva ,
Da desonestidade, da falsidade e do desamor !!!

Do momento da dor ,
Da cegueira propósital !
Da surdez ocasional ,
Da mudez da omissão !

Da falta de decisão,
Pai, dai-nos FORÇAS E ENERGIA,
Para que se possa,
Pôr tudo em dia !!


NO LIMIAR DA LOUCURA - Wamberto Lobo



Esvai-se a ternura,
Toda a doçura.
Ficando dentro do ser
Toda amargura !

Abrangente loucura,
Desnorteando você!
Vai-se o amor ,
Multiplica-se a dor !!!

Sem perfume, sem flôr.
E vem a perda da cor ,
E todo o valor
Que há em sí !

Calam-se os pássaros ,
Vê-se um sol sem calor ,
E o extremo do horror,
A te acalentar !

Vão-se os sonhos ,
E junto ao tormento,
A te acaríciar,
Abrem-se as portas do vazio !

E a solidão te abraça solidária .
Te beija
Te Amassa,
Te caça, te mata !


A HUMILDADE - Hugo Lapa



Estado ou condição de um ser humano, parte integrante de seu caráter e de suas virtudes, que é o contrário do orgulho, da vaidade, da soberba e da prepotência. A palavra humildade vem do latim húmus, que significa “terra” ou “filhos da terra”.

Nesse sentido, o humilde seria aquele que admite a realidade de suas limitações e, por esse motivo, vive mais tranquilo e satisfeito com o que é, sem ficar desejando demonstrar algo que não é ou possuir algo que não possui. O que faz a terra? Coloca-se sempre abaixo de todos, em sua base de sustentação, e por isso mesmo, é a coisa mais grandiosa do mundo.

A humildade verdadeira nada tem a ver com submissão. Humildade também não é um mero aspecto de nossa personalidade, não é um traço psíquico. É, antes de tudo, uma forma de encarar a vida. Jesus se referiu aos humildes como mendicantes do espírito, ou seja, aqueles que se submetem a harmonia universal e as leis naturais a fim de receber as graças do infinito e do plano divino. Pessoas humildes valorizam mais o ser e não o ter.

Uma pessoa humilde não se coloca acima dos outros. Ele procura sempre aceitar suas imperfeições e limites. Sabe que seu conhecimento não pode tudo abarcar e vive num estado de simplicidade diante da vida. Humildade pressupõe uma liberdade espiritual, pois o humilde não precisa gastar energia para sustentar suas máscaras e seu ego inflado. Aqui vale a máxima “A pessoa mais livre é a que possui menos necessidades”. O humilde admite apenas as necessidades reais e não fica criando falsas necessidades. Sendo assim, naturalmente é uma pessoa menos carente do que aquela que fica criando muitas expectativas sobre a vida.

O humilde possui menos necessidade de demonstrar algo para os outros e provar algo para si mesmo. Não veremos uma pessoa humilde contando vantagem do que possui ou do que é. A humildade sempre tem por base o respeito a outras pessoas pelo que elas são, e não pelo nós acreditamos que deve ser. O humilde não se percebe superior a ninguém, pois reconhece que a vida humana ainda é muito limitada e entreve os grandes desafios que o progresso reserva aos seres humanos.

Pessoas arrogantes sempre enxergam o universo como muito pequeno, sempre cabendo dentro do seu nível de conhecimento e vivência. O humilde considera que seu conhecimento ainda é muito pequeno, tímido, rudimentar e aspira ao desenvolvimento pessoal e espiritual. Os indivíduos soberbos não são apenas aqueles que se colocam acima dos outros; para que mantenham sua condição de superioridade, eles precisam, isso sim, rebaixar outras pessoas, para que elas jamais estejam acima do soberbo. Julgar-se superior não é suficiente para o prepotente, é necessário também depreciá-las, humilhá-las, degradá-las, para que jamais elas possam interferir na crença de sua superioridade. Caso o orgulhoso não procurasse rebaixar os outros, logo sua suposta superioridade seria posta em cheque, e isso seria um desastre na vida do arrogante. O humilde já não possui a necessidade de exaltar ou de rebaixar quem quer que seja, pois está mais ou menos liberto do jogo das afirmações do ego dentro das relações sociais.

Jesus disse: “Bem aventurados os humildes, pois deles é o reino dos céus”. Não por acaso Jesus proferiu essas palavras. Como sábio que era, Jesus tinha plena consciência que os humildes estão muito mais próximos de Deus do que os arrogantes e egoístas. A humildade é uma precondição para a liberdade espiritual. O ego sempre foi considerado, desde épocas arcaicas o oriente místico, como a fonte de todos os males do mundo. O ego deve ser transcendido, para que a simplicidade, a tranquilidade e a naturalidade possam despertar e se tornarem o caminho para a libertação espiritual.

Uma vida simples é uma vida feliz. Uma vida sofisticada sempre vem regrada de compromissos, necessidades, peso, complexidade, confusão e, sem dúvida, frustração e sofrimento. A felicidade tem como matéria-prima a humildade. Se uma pessoa aspira a felicidade, não pode jamais aceitar o orgulho e o egoísmo em seu coração. Como disse Confúcio: “A humildade é a única base sólida de todas as virtudes”.


segunda-feira, 12 de março de 2012



 

Antes de julgares a "minha vida" ou meu"caráter"... Calça os MEUS sapatos e percorre o caminho que EU percorri, vive as "minhas tristezas", as "minhas dúvidas", as "minhas alegrias" !!! Percorre os anos que e EU percorri, tropeça onde EU tropecei e levanta-te assim como EU o fiz!!!Cada um tem a sua própria história!!! E então, só aí poderás "julgar-me!

Mário Quintana

“O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá: um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falta eu mesmo, e esta lacuna é tudo”.

Machado de Assis