sexta-feira, 23 de setembro de 2011


Se conheceram na noite. Numa festa de aniversário de uma amiga em comum.
                   Ela tinha certeza que aquela seria uma noite especial, e por conta disso escolheu um vestido especial, um perfume especial, uma bolsa e até calcinha especial. Uma rosa furadinha que dava sorte. O bom de ser furadinha é que ficava obrigada a não ser vista. Artimanhas femininas. Algo no fundo do útero dizia que aquela era A noite. Quem Sabe conheceria seu príncipe.
                   Para ele era mais uma noitada. Colocou uma roupa eficiente, um perfume bom, mas que nem sabia o nome. Quem sabe naquela noite mais uma conquista?
                   Quando foram apresentados ela logo entendeu. Ele era o cara. Faltou o ar, o rosto esquentou, a mão suou. Passou um estouro de búfalos no deserto chacoalhando o chão. Pronto, a busca terminou. Ele achou que ela deu mole. Pronto, a busca terminou. Esta noite ela é a presa.
                   Trocaram beijos, telefone e algumas carícias. E ele ficou de ligar no dia seguinte. O dia seguinte chegou e a ligação não. O dia seguinte do seguinte passou e nada de telefone tocar. Ainda mais alguns dias e nada. Mas tudo bem, afinal ele havia comentado que estava envolvido em um projeto complicado, trabalhando demais. “Bom, além de beijar bem e ser simpático também era trabalhador. Ai que sonho!!”
                   O telefone dela ficou anotado em um pedacinho de papel em algum lugar da casa. No dia da faxina a Rô acharia e colocaria em cima da mesinha. E se o papelzinho não aparecesse tudo bem. Mas finalmente o telefone tocou. Conversaram durante alguns minutos. Ela o achou sereno, bom ouvinte, compreensivo. Enfim, um doce. Ele não agüentou mais que alguns minutos ao telefone. Ficou irritado com a voz estridente, a verborragia e a vontade exagerada de ser agradável. Como as mulheres conseguem ser chatas, às vezes! Mas vá lá, não custa arriscar. Mais vale mais uma conquista. Combinaram um restaurante bastante informal, perto da casa dela na sexta feira.
                   Ela teria dois dias para fazer as unhas, depilação, cabelo. Dias de salão. E depois de unha feita conseguir se controlar para não roer tudo de nervoso e também de fome por conta da supressão de refeições numa tentativa desesperada de parecer mais magra. Que desespero, que pressa. Tudo tinha que estar perfeito. Muita coisa para muito pouco tempo. E ainda pensar na roupa, maquiagem, sapato. Ele fez a barba pouco antes de sair, embaixo do chuveiro. Passou um desodorante e o mesmo perfume que não sabia o nome.
                      Na sexta feira lá estavam os dois no horário marcado. Ele tranqüilo, seguro, sem doma. Ela louca para ser domada. Ganhar rédeas, sela e bridão. A única certeza que ela tinha era a de que tinha caprichado e que estava tudo como deveria ser. Ele achou tudo nela muito exagerado, tudo muito fora do tom. Até mesmo o tom da voz, não era coisa de telefone. A voz era mesmo muito chata, arrastada, aguda e melosa demais.
                      Para ela cada minuto um desfrute, um êxtase. Se saber amada, admirada, desejada. E a certeza absoluta de que queria passar o resto dos seus dias com aquele cara, com aquela voz mansa, aquele rosto sereno. Acordar com aquela pele em seu corpo, aquele cheiro de POLO e aquele sorriso um tanto misterioso e seu ar ligeiramente irônico. Para ele a única certeza mais que absoluta era a vontade de ir logo para cama com aquela mulher. Acabar logo com aquele teatro de sedução e marcar pontos em seu narcísico placar. E que de preferência fosse na casa dela que era para fugir logo após o ato para dormir com exclusividade na própria cama, e claro, com aquela cueca especial. Furadinha, mas que era tão confortável.

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AUSÊNCIA


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres,porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.


Carlos Drummond de Andrade

Timing é o trem certo passando em velocidade inédita, parando inexplicavelmente, fazendo um convite irrecusável, mudando destino, caminho, olhar. Timing é entrar ou não no trem e redesenhar o futuro....
Timing é tudo; é a possibilidade do milagre; a fatalidade da tragédia; é o rastro da felicidade ou do desastre...


Timing é tudo

É a sincronia das infinitas possibilidades e das remotas probabilidades, do acaso, do milagre e do desastre.

É a extravagância do big bang; a microscópica plenitude da concepção; o átimo de eternidade onde se dão os encontros.

Timing é a proteção do acaso; a centelha da revelação; o vislumbre do abismo; a conspiração cósmica, o deboche do diabo, o sorriso dos deuses.

Timing é olho no olho, o encontro com o estranho, o sinal aberto ou fechado, o caminho depois. É o sopro que mesmo invisível é percebido como ventania; é o leve ondular do sangue na veia; o arrepio na pele; o calor no sexo.

Timing é ausência ou suspensão, ou quem sabe apoteose do tempo que para por uma fração impossível que só a intuição ousa sentir. É a supressão da marcha implacável, é a recriação, é o breque da bateria, é o suspiro e não a respiração, é a breve lembrança do sonho antes que dele se esqueça, é o despertar, qualquer despertar, o sorriso da sorte, o voo fugidio da esperança, é flash, relâmpago, susto.

Timing é o contratempo do tempo, sutil, imperceptível, terrível e fortuito; é a cauda do cometa, o eclipse, a explosão; é pororoca, erupção.

Timing é o trem certo passando em velocidade inédita, parando inexplicavelmente, fazendo um convite irrecusável, mudando destino, caminho, olhar. Timing é entrar ou não no trem e redesenhar o futuro.

Timing é o fugaz que se materializa; é o brilho no olho do sábio, o luzir do ouro do tolo, o sopro que apaga a vela, o flagrante da traição. É o bote da víbora, a rapidez do antídoto. 

Timing é tudo; é a possibilidade do milagre; a fatalidade da tragédia; é o rastro da felicidade ou do desastre; é o que se desnuda ou o que se veda entre o piscar de olhos e a revelação ou a cegueira; é o deleite do toque ou a esterilidade da separação; o estorvo da palavra ou o conforto do silêncio. É o leque de escolhas, decisões, ímpetos, desvios, sins e nãos, que se sucedem inesgotavelmente enquanto o tempo pulsa e a vida segue inclemente seu curso. 

Timing é o ponto antes da ponte ou do precipício; é a escolha entre o voo e a vida; entre o abismo e a sanidade.

Timing é fruição, fluidez, pulsação; é inclemência e danação; É permissão, contentamento, sincronicidade; é impulso criativo, intuição, fé e punição; desacerto e desatino; entrega e violação.

Timing é a bala perdida no peito desavisado; é o raio que parte; a curva fatal, o gol, a casca de banana, o telefone no meio da noite, o delírio do terrorista, o êxtase do santo. O laço, o passo, o descompasso.
É tudo o que acontece ou não, perceptível ou não, que muda o curso da sorte, do sangue, do riso, antecipando amores, abandonos, descobertas, criações, fatos.

É o fatal, o banal, o cômico, o romântico, o prosaico; o tombo na rua, o bolo solado, o pivete no farol, a pane no motor, o tumor, o vírus oportunista, o verso perfeito. 

Não nascemos nem morremos sem timing. Timing não é véspera nem adiamento, é o presente capturado.

É você e a humanidade, no meio dos acontecimentos, de passagem ou não, respirando o hálito de Deus, ouvindo a roda da fortuna ranger, o rufar dos tambores dos homens, o soar das trombetas dos anjos. É você e a humanidade, no meio da roda, consciente ou não, testemunhando a fragilidade, a inexorabilidade, o inevitável.

Timing é a vida e tudo o que acontece, estando você atento ou não, entre diminutas eternidades, vírgulas, exclamações e reticências do texto cósmico da breve história de todos nós.

Hilda Lucas


By Magda Ripke Donin in Facebook



Vai coração idiota, sofre pelo erro cometido!!!!!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011





Quando um grande amor se faz...


Todo amor parece
No começo um mar de rosas
Mas é triste
Numa lágrima que cai
É uma chama que se espalha
Feito fogo sobre a palha
E destrói tudo depressa
Até demais
Amar é como ter um sonho
E despertar
Com medo de chorar...
Quando
Um grande amor se faz
De tudo a gente
Pensa ser capaz
É uma ilusão
Querer que a vida
Seja sempre linda
Com estrelas coloridas
Sem espinhos
Nos caminhos do amor
Maravilhosa confusão
Que enlouquece o coração
Alguém fica apaixonado
Sempre!
Quando
Um grande amor se faz
Os nossos sonhos
Vão crescendo mais
Por que a saudade tem
Mil amores...
Quando a dor se esconde
Num olhar
Que está distante
A lembrança deixa
O coração fugir
A procurar pela cidade
Um amor que na verdade
Mesmo longe
Continua sempre aqui
Amar é uma fantasia
Quando a gente finge
Ser feliz...
Quando
Um grande amor se faz
De tudo a gente pensa
Ser capaz
Que ninguém no mundo vai
Ter tanto tempo
Prá viver em paz
Quando o amor chegar
Te vencerá...
E quando menos se espera
O amor feito uma fera
Se transforma
Simplesmente em paixão
Faz do inferno o paraíso
E do sorriso uma solidão...
Quando
Um grande amor se faz
De tudo a gente pensa
Ser capaz
É uma ilusão querer
Que a vida
Seja sempre linda
Com estrelas coloridas
Sem espinhos
Nos caminhos do amor
Maravilhosa confusão
Que enlouquece o coração
Alguém fica apaixonado
Sempre!
Quando
Um grande amor se faz
Os nossos sonhos
Vão crescendo mais
Quando
Um grande amor se faz
O coração e o corpo
São iguais
Por que a saudade tem mil amores
Mil amores mil amores mil amores...
Cleiton e Camargo

Quando um grande Amor se faz...

Eu Nunca Amei Ninguém como Eu te Amei!


Eu nunca amei alguém como eu te ameiPor isso não consigo te esquecer
Esqueça aquilo tudo que eu falei
Mas guarde na lembrança que eu te amo
Há coisas que o tempo não desfaz
Há coisas que a vida pede mais
Se ainda estou tentando me afastar
Meu coração só pensa em voltar
Sorrisos e palavras são tão fáceis
Escondem a saudade que ficou
Mas acho que cansei dos meus disfarces
Quem olha nos meus olhos
Vê que nada terminou
Amor, por tudo isso que hoje eu sei
Não posso nem pensar em te perder
Queria te encontrar pra te dizer.
Nunca pensei que você
Me deixaria desse jeito
Sem dormir direito
Imaginei que fosse um passatempo qualquer
Uma aventura de amor
Mas meu coração me enganou

E agora meu mundo é seu mundo
Seu corpo em meu corpo, é um só
É um sentimento maior

Te amo como nunca amei ninguém
Te quero como nunca quis um dia alguém
Você mudou a minha história

Todo dia a todo o momento
Estão presentes no meu pensamento
Perco a noção do tempo
Só por causa de você

Te amo como nunca amei ninguém
Te quero como nunca quis um dia alguém
Você mudou a minha história

Nunca pensei que você
Me deixaria desse jeito
Sem dormir direito
Imaginei que fosse um passatempo qualquer
Uma aventura de amor
Mas meu coração me enganou

E agora meu mundo é seu mundo
Seu corpo em meu corpo, é um só
É um sentimento maior

Te amo como nunca amei ninguém
Te quero como nunca quis um dia alguém
Você mudou a minha história

A minha história de amor...
Eu te amo!

Ivete Sangalo