sexta-feira, 1 de junho de 2012



‎"Um senhor vendia balões em uma praça e quando as vendas diminuíam, soltava um desses balões. Ao flutuar no ar, despertava a curiosidade das pessoas e reaquecia as vendas por algum tempo. Soltava um branco, depois um vermelho, em seguida um amarelo. Um menino negro que viu aquilo se aproximou, puxou sua camisa e perguntou:
- Se soltar uma bexiga preta ela vai subir?
O homem se abaixou, olhou nos olhos do garotinho e respondeu com um sorriso no rosto:
- Filho, o que os faz subir é o que está dentro deles."






quinta-feira, 31 de maio de 2012

Máscaras‎ - Carl Rogers






"Você é livre para ser o que é ou para se esconder atrás de uma fachada". 
--Carl Rogers (1902-1987), Psicólogo americano

Neste mundo de disfarces e máscaras, o mais puro torna-se confuso e fica difícil distinguir o real do trivial, o banal do essencial. Às vezes uma zanga é mais honesta que um sorriso disfarçado de mentira, uma palavra dura é mais sincera que um carinho fictício que se dissolve na rotina da vida. Às vezes não damos valor a honestidade das pessoas que ainda mantêm a verdade, nos deixamos levar pelos que dizem os outros, fica mais fácil de acreditar nas pessoas com disfarces. E no fim, quando já ninguém tiver um disfarce, quando apenas fique sua vontade de amar, talvez você se veja sozinho, repousando os dias de sua vida em que encontrou o amor e o deixou passar, em que encontrou a lealdade e não soube valorizar, porque era mas simples flutuar que arriscar de verdade, que se entregar até o final. Não deixe que enganem você, observe com muita atenção depois de simplesmente olhar.




quarta-feira, 30 de maio de 2012

E EU NEM SEI BEM O PORQUÊ - NALDO VELHO




Solitários caminhos, ruas, praças, jardins,
cidade dos sonhos, vento frio de outono.
Segredos talhados numa velha árvore.
Promessas, cumplicidade,
coisas que o tempo não apagou.


Já faz tanto tempo e eu nem sei o porquê,
continuo a passar por aqui.
Acho que a memória, às vezes falha,
faz com que eu perca o rumo,
me põe em desalinho, e cobra carinhos...
E eu confundo tudo, perco a noção dos anos
e penso que ainda há muito tempo...


Coração caminha sem deixar rastros,
e por onde ele passa colhe neblina,
noites friorentas, enredos mal escritos,
vivências entrelaçadas, emaranhados do destino,
porção e meia de desenganos...
eu nem sei o porquê,
continuo a passar por aqui.







O amor do Pai Eterno!

Disse o anjo de luz: Eu vim trazer pedacinhos de céu azul, para serem colocados nos corações dos nossos colaboradores, prefiro dizer, nossos amados amigos, para que eles levem aos corações da humanidade e depositem em cada ser humano um rocio de esperança, com um mimo de bondade.
No Templo de luz-amor da nossa comunidade o Arcanjo, está com o braço direito levantado e do chacra palmar fluxos de fogo irradiam abençoando a humanidade.
Em nossa comunidade o amor floresce, não há censura nem condenação! Não há sentenças nem sorvedouros de medo, apenas o perfume de PAZ irradia de alma para alma!
Quem tem olhos que vejam quem tem ouvidos que ouçam! Acreditas, oh! buscador de fé vacilante, que o Senhor do mundo está a ordenar sentenças contra seus filhos? Que os quatro SENHORES DO CARMA, que são Seres extra planetários de imensa compaixão estão erigindo Tribunais para emitir sentenças? Não e não! Só tu de visão curta, que atinge apenas um palmo diante do teu nariz, podes apequenar tanto os Senhores do Carma!
Não existe um Tribunal de julgamento, nos átrios do Céu, existem sim 60 bilhões de tribunais, que são o número de almas em evolução em todas as dimensões do planeta, e estes tribunais são as CONSCIÊNCIAS DE CADA SER HUMANO. Quem julga é a própria alma, quem mostra a sentença é a consciência.
Os Senhores do carma, são estrelas de compaixão, eles apenas ordenam as sentenças emitidas pelas próprias alma, atenuando o seu rigor, distribuindo-as ao longo do tempo, para que a alma humana a personalidade; não a ALMA anjo solar, possa buscar a redenção dos seus erros e resgatar suas faltas.
Os Senhores do carma, amorosos Pais de infinita ternura, compaixão do tamanho da imensidão do infinito,não podendo infringir as Leis do cosmos, amorosamente, tecem com os erros humanos, um manto protetor para a alma endividada, para que os desatinos rendem em bens, e lições de sabedoria para as crianças planetárias que ainda não aprenderam a andar com as próprias pernas.
No Universo só o amor dita normas. A consciência dos seres humanos, na verdade são tribunais erigidos pelas almas, afim de mostrar o caminho reto a seguir, porque no cosmos, não pode haver desarmonia. O perdão existe é norma de grandeza de almas iluminadas, mas as Leis Cósmicas não podem ser derrogadas, e o perdão traz benefícios, e imensos para quem perdoa, mas a Lei precisa ser cumprida. Não há perdão cósmico, para quem infringe as LEIS DE AÇÃO E REAÇÃO, há sim, misericórdia e ajuda para o resgate de consciências.
Pensas tu oh! buscador dos bens eternos, que os Senhores do Carma, anotam o alimento que ingeres para imputar carma? Não e não! Ainda vives numa dimensão de vibrações pesadas e apenas satisfaz a exigência do teu veiculo, tempo virá que não precisarás mais de alimento sólido, e a energia do cosmos, será tua!

Não imputes a Deus, as tuas faltas, e não diminua a grandeza de Deus, do tamanho da tua pequenez!



Psicose - by huGo Silva



Onde é que começo?

Onde é que paro?

Como é que começo?

(Quando quero continuar)


Onde é que paro?

Onde é que paro?

Onde é que paro?

Onde é que paro?

Onde é que paro? Uma etiqueta de dor

Onde é que paro? Apunhalando meus pulmões

Onde é que paro? Uma etiqueta de morte

Onde é que paro? Espremendo meu coração

vou morrer

ainda não

mas está ali


Por favor…

Dinheiro…

Esposa…

Todos os actos são simbólicos

o peso deles esmaga-me

Uma linha picotada na garganta

CORTE POR AQUI

NÃO DEIXEM QUE ISTO ME MATE

ISTO VAI MATAR-ME E ESMAGAR-ME E

MANDAR-ME PARA O INFERNO

Peço-vos para me salvarem da loucura que me

come uma morte sub-intencional

Pensei que agora não devia tornar a falar

mas agora sei que há qualquer coisa mais negra

que o desejo

talvez me salve

talvez me mate

um apito melancólico é o grito de um coração a partir-

- se que soa na tigela infernal do tecto da minha mente

um cobertor de baratas

acabem com esta guerra

As minhas pernas dormentes

Nada a dizer

e é este o ritmo da loucura


Fonte : Psicose – Sarah kane

Adaptação : huGo Silva






Carícias Malícias - by huGo Silva



Que saudades eu tenho
De tuas carícias
Malícias
Delícias
Tuas mãos
Navegando meus caracóis
Loiros de mil sóis
Tua língua
Lambuzando 
minha boca
Louca
Pouca
Teu corpo
Meu corpo
Aparta-os um comboio
Infernal
Maquinal
Sempre igual
Viagem dantesca por subúrbios
Carregados de distúrbios
Morte grotesca
De toda a volição
Emoção
Paixão
Teu querer
Meu querer
Sonho alucinado
Com um cataclismo
Malabarismo
Autoclismo
Capaz de destruir toda a distância
Quanta ânsia
O definitivo emergir de nossos desejos
Ensejos
Gracejos
Teu sentir
Meu sentir
Aparta-os um comboio
Infernal
Maquinal
Sempre igual
Tuas mãos
Navegando meus caracóis
Loiros de mil sóis
Tua língua
Lambuzando minha boca
Louca
Pouca
Teu corpo
Meu corpo


Texto: Adolfo Luxúria Canibal
(Luxúria por parte da mãe e Canibal por parte do pai)




Seu Corpo é meu Caderno - Rodolfo Pamplona Filho



Quero fazer de seu corpo
o meu caderno de poesia...
Escrever beijos com sua boca,
sede com seus seios
e universo com seu umbigo...
Declamar poemas em suas pernas,
canções em suas costas 
e sonetos em seu sexo....
Serei Tom em sua testa,
Chico em suas coxas 
e Caetano em seus cabelos...
Quero navegar na sua nuca,
mergulhar em suas mãos
e caminhar em seu colo...
Vou rascunhar o mais lindo texto 
que o tempo jamais concebeu
e, depois, descansar tranquilo
no abraço que você me prometeu.


Praia do Forte, 20 de agosto de 2011.



DOIS BEIJOS - Raul Arruda Filho



O beijo é um fragmento do discurso amoroso. Oscila entre o roçar de lábios e a vontade de "[matar] a sede na saliva", como cantava Cazuza. Entre tantas mensagens, sinaliza para o inequívoco contato entre os corpos, a transgressão comportamental e a produção de um tipo especial de prazer – que exige (como diria Barthes) que a pele responda ao chamado do desejo. E ela, a pele, responde através da pulsão amorosa, quer repetir esse encantamento tantas vezes quanto for possível.

Os ingleses são famosos por serem avessos às manifestações públicas de afeto. Eles respeitam um protocolo que provavelmente remonta aos tempos ancestrais. E é esse estatuto que rege as suas (deles) formas de comportamento. Não sei se esse raciocínio serve para justificar os beijinhos (assim mesmo, no diminutivo) trocados por William e Catherine, na sacada do Palácio de Buckinghan, no dia 29 de abril de 2011. Para quem carrega − junto com a vida − as obrigações de Estado, talvez seja (muito) constrangedor beijar em público. Ninguém nasce anglo−saxão impunemente.

Contrapondo a falta de graça do espetáculo matrimonial inglês, há o beijo (roubado, mas não muito) de Iker Casillas e Sara Carbonero, após o jogo final da Copa do Mundo de Futebol (África do Sul, 2010). O sangue latino ferveu e o goleiro, eufórico com a conquista espanhola, como se fosse galã de filme dos anos 50, beijou apaixonadamente a namorada diante das câmaras de televisão. O fervor romântico do cavaleiro medieval (aquele que supera todos os perigos para obter, no mínimo, um olhar da donzela) foi revivido pelo gesto teatral, impulsivo, quase adolescente.


Talvez o que destoe no beijo inglês seja a falta de cumplicidade afetiva. Pelo menos em público. William e Catherine parecem amigos, não convencem como amantes. Talvez o que incomode no beijo deles seja o propósito publicitário, a imagem produzida especialmente para a primeira página dos jornais ou para os out−doors institucionais. Voyeurs da vida sexual alheia esperavam por um pouco mais. Possivelmente a ambigüidade que sugere malícia, o eterno conflito entre a virtude e o interesse carnal. Essa imprecisão o protocolo suprimiu. Quem olha para a imagem oficial, dificilmente imaginará que eles sentiram o abrir das portas do céu, dificilmente acreditará que eles estavam embriagados pela sensação de que o mundo perde o sentido quando o desejo é sincero. 


No beijo entre Iker e Sara é possível visualizar tudo, menos gelo. Não há dificuldade em aceitar que o sangue está a correr com pressa pelos dois corpos, que há eletricidade no ar, faíscas que podem causar incêndios incontroláveis. Enquanto os lábios se unem, estrelas nascem, eclipses acontecem, a terra é sacudida por terremotos e tsunamis, sinos soam nas torres das catedrais. É um beijo de paixão, repleto de volúpia, composto pela urgência das promessas que somente podem ser cumpridas na intimidade.

Enquanto o beijo de William e Catherine significa "vamos viver juntos, a partir de agora", o beijo de Iker e Sara pode ser traduzido da seguinte forma׃ "não posso mais viver sem você".

Sim, urge não esquecer que as situações são diferentes, que os interesses em jogo também estão em outra sintonia. Mas, um beijo é um beijo é um beijo. E, apesar do cinismo capitalista ou do desrespeito contemporâneo aos sentimentos afetivos, nada consegue substituí−lo como demonstração de amor (nesses tempos sombrios, um sentimento de difícil conceituação).





AFORISMOS DE KARL KRAUS - Raul Arruda Filho



Não se fazem mais intelectuais como antigamente. Não no sentido romântico do termo. Basta ver alguns chatos engravatados, que andam ditando normas e comportamentos por ai. Cheios de condecorações acadêmicas e um profundo tédio pelo mundo concreto, esses sujeitos se escondem no discurso técnico, que sabe tudo, que domina tudo e tende a resolver os conflitos "administrativamente". Defensores da esterilidade procuram evitar as discussões e as pulsações do desejo. Travestidos de intelectuais, esses fascistas são incapazes de combater o autoritarismo das instituições. Enquanto edulcoram as relações sociais com um discurso ambíguo, fazem o jogo do poder e se locupletam com as migalhas da miséria capitalista.

Karl Kraus (1874−1936) foi o contrário. Importante ativista cultural austríaco, publicou revistas, panfletos, livros. Sem ser cerceado por essa idiotice que é o politicamente correto, tinha opinião sobre tudo e não sentia medo de manifestá−las, notadamente em Die Fackel ("A Tocha") - revista em que, salvo raras exceções, foi o único redator durante quase quarenta anos. 

Foi um desses sujeitos que não existem mais e que, independente de certas questões, desafiaram o poder todas as vezes que acharam necessário.

Alguns de seus aforismos ficaram célebres.

Muitos desejam me matar. Outros, passar uma horinha conversando comigo. A lei só me protege dos primeiros.

− Mesmo um homem decente pode – contanto que isso jamais se descubra – construir hoje em dia um nome respeitável.

− Antes de suportar a vida, convém tomar anestesia.

− O nacionalismo é o amor que me liga aos imbecis do meu país, aos ofensores dos maus costumes, e aos violadores da minha língua. 

−O que são todas as orgias de Baco diante dos êxtases daquele que, desenfreadamente, se entrega à abstinência? 

− A perspicácia da polícia é o dom de considerar todo homem capaz de um furto, e a sorte é que a inocência de muitos não pode ser provada.


− Não se pode confiar no esnobe. A obra que ele elogia pode ser boa. 

− Ao comer, ele não deixa que nenhum apetite estrague o seu aborrecimento. 

− Em casos duvidosos, decida−se pelo correto.

− Ela ingressou no casamento com uma mentira. Era virgem e não lhe disse nada. 

− A mulher entra com seu sexo em todos os empreendimentos da vida. Às vezes até no amor. 

− Uma mulher que não pode ser feia não e bela.

− Para a perfeição lhe faltava um defeito.

− Ela disse a si mesma: Dormir com ele, sim – mas nenhuma intimidade!

− Maldita lei! A maioria dos meus concidadãos é o triste resultado de um aborto não realizado. 

− Nada á mais tacanho que o chauvinismo ou o racismo. Para mim, todos os homens são iguais, em toda parte existem imbecis e tenho igual desprezo para com todos. Mas nada de preconceitos mesquinhos!

− A mulher total engana para ter prazer. A outra tem prazer em enganar.

− Frente às mulheres, a ordem social nos destina a ser mendigo ou ladrão.

− A tarefa da religião: consolar a humanidade que caminha para a forca; a tarefa da política: torná−la desgostosa da vida; a tarefa do humanismo: abreviar a sua espera pela forca e envenenar a comida do carrasco. 

− Muitas vezes uma mulher é um substituto perfeitamente utilizável para a auto−satisfação. Naturalmente é preciso uma boa dose de imaginação. 

− É preciso ler duas vezes todos os escritores, os bons e os ruins. Os primeiros serão reconhecidos; os outros, desmascarados.

− "Escrever bem", sem personalidade, pode bastar para o jornalismo. Eventualmente, para a ciência. Nunca para a literatura.

− Idéias estão isentas de impostos alfandegários. Mesmo assim, há problemas.

− Medicina: a bolsa e a vida!



Houve um tempo, em passado não muito remoto, que Viena era o centro do mundo!






A CADA PASSO UMA VITÓRIA, A CADA PASSO UMA DESILUSÃO ...

Eu pensei que era ATÉ O FINAL....


TEU CORPO MEU CORPO - Wamberto Lobo

TEU CORPO MEU CORPO


Quando meu corpo
Cola em teu corpo
e os meus lábios 
Teus lábios tocam 

Sinto que teu desejo
junto ao meu desejo
Alucinadamente, desvairadamente
Acordam !

E nesse acordar
De tanto beijar, abraçar
Flutuamos com pluma no ar
Um flutuar intenso, denso !

Todo tremor da carne,
O abraçar constante e suave
O beijo, o desejo
enfim, o todo !

Autor: Wamberto Lobo

Em: 11/04/12.

Lei do direito autoral N°9610/98.


A CADA PASSO - Wamberto Lobo

A CADA PASSO 


Não quero apenas viver 
Quero feliz ser 
Olhar a vida e me prometer
Esquecer coisas que só me deixaram triste.

Levantar a cabeça 
E perceber que tudo recomeça no dia seguinte
Jogar fora sentimentos 
Viver o momento.

E nesse momento abrir
Abrir meu sorriso 
Mesmo que difícil seja
Feliz ser !

Tentar e descobrir
Que cada passo que se dá
Fazemos o relógio do tempo andar 
E o ontem sempre será diferente do hoje !

E a felicidade
Por mais distante que esteja
Sempre existirá a possibilidade de alcança-la
E quando isso acontecer , viver !!

Um viver intenso
Sem lamentos ou tormentos
Apenas viver,
E tentar ser feliz !!!



Em : 23/04/12

Lei do direito autoral N° 9610/98.


SECO TEMPO - Wamberto Lobo.

SECO TEMPO.


Tempo árido
Aridez extrema
Que escorre por entre os dedos 
Como grãos de areia 

que levados pelo vento
Espalham-se sem direção
Até num futuro agrupar-se novamente
Tempos difícieis

Tempos minados
Feito campos de guerra 
Onde choram os pais 
E também os filhos !

Porém , a esperança ainda resiste
Num afã desperado
De dias melhores 
Antes que nos venha o caos !

Autor : Wamberto Lobo.

Em 50/05/12.

Lei do direito autoral.. N°9610/98.


Wamberto Lobo - EGOÍSMO




Não sei
Não quero saber
Fecho os olhos 
Nem pretendo ver !

Tapo os ouvidos 
Com a nítida intençâo
De não querer ouvir

E fecho a boca
Silenciado e totalmente calado
Observo e me atenho
A meu bel prazer.



Lei do direito autoral n°9610/98