segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Nossa última noite de Amor


Fiz do meu desejo,
O teu desejo.
Ofereci-te minha alma,
Cheia de sonhos.
Deixei no teu corpo, todo o meu Amor.
Clausura de encantamento,
Assim foi nossa última noite de Amor.
Fui tua, como sempre fui,
Só tua…
Deslizei numa despedida,
Pele na tua pele,
Tua boca em mim.
Fundi-me no teu corpo.
A escuridão vestiu-me.
Despida num lençol,
Num suspiro do último adeus.
Bebi o cálice do pecado,
Labirinto proibido.
Nessa noite foste meu!
Guardarei nosso Amor.
Nos teus braços morri,
Marcada ficarei,
Quando acordar,
Nesta cama,
Onde te perdi…


Céu Pina

In:

Entre, fique à vontade... não se preocupe em tirar os sapatos. A casa é nossa. Sente-se aí. Tenho unguentos para suas dores, versos tristes para os seus amores alegres, piadas sem graça para irritar o seu tédio, júbilos para os seus jogos, espadas para suas lutas. Porque vago e desmaterializado, borbulho brindes nas suas vitórias difíceis e em seguida espoco-me nos ares - fogo e festim para suas comemorações desimportantes. Tenho afagos, beliscões, ouvidos pródigos e palavras bordadas de loucura. Ossos-cabide pra você dependurar suas culpas, lençóis brancos para você deitar de bruços... 

Fique, esparrame-se no sofá. Tome minha vida como se fosse sua, jogue cinzas no chão, entorne vinho em minhas toalhas, ria dos meus deuses preguiçosos, piche meus altares, cuspa em meu tapete vermelho. Tudo bem, tenho águas também. E a ingrata vocação dos que lavam, dos que servem, dos que escorrem entre os restos, nos ralos esquecidos de um mundo desassossegado. Pingo compreensão sobre os pícaros até criar porções de uma verdade que se julga útil, apenas por gostar desse gosto – nunca entendi de virtudes. Nasci homem. A sensibilidade foi apenas um acidente que deu certo, que fez sangrar pétalas em vez de água vermelha.

Minta, se quiser (eu sei que você vai querer). Tenho ajustes para os seus absurdos mais desmantelados. Sofismas para seus insultos. Rodopios para ventilar os seus vácuos. Chore, se puder... misture palavras, tosse e lágrimas num gemido baixo. E se não puder, agrida... Feche as mãos e distribua socos em meu peito, mas não use as suas unhas. Submisso às cores das auroras, furto delas o poder e o impulso de raiar e seguir. Sigo para trás como se não existisse o para frente. Mas eu volto, eu sou do tipo que sempre volta. Malhado de medos camuflados, despejos assumidos, demências escandalosas... sardenta maldição dos recomeços, retorno. Então, abrace-me, se souber. Desarme as bombas das minhas pirraças e tire o tecido preto das birras que escondem os meus sorrisos.

Aprenda que um hoje sempre vale dois amanhãs...

By Jackson Pedro

In:

Ando distraído pelas ruas... procuro uma maneira impossível de domesticar as minhas inquietações mais desesperadas e o meu desespero mais inquieto. Explosão de desassossegos siderais. Fontes que jorram dúvidas que têm nomes de constelações que não são nada... a sagração de um vazio que nega a si mesmo. Negação descarada que fala alto com o pouco de valor que eu ainda acho que tenho. Eu, a própria negação feita de carne forte e ossos fracos... a personificação de vácuos que simplesmente não existem. Ando... deixo para trás um rastro de pontos de interrogação amarrados com arames velhos e vejo que há muita descrença nos caminhos que se abrem em minha frente. Converso comigo mesmo e faço gestos desengonçados baseados em uma coreografia de absurdos que perdem o ar dentro das camisas de força que meus amores me deram de presente quando decidiram fazer parte do meu passado. Tremores inevitáveis em um futuro que nunca existirá. Rasgos em terra de ninguém...
Ando por aí... por aí eu me perco. Uso a bússola dos meus medos e sigo as placas verdes dos meus receios... peço informações para estrangeiros loucos que não conhecem nada além de sua própria insanidade. Vagando pelas dimensões de recordações alegres, eu encosto as pontas dos meus dedos em cheiros que arrancam de minha memória uma fatia enorme de sonhos que estão guardados dentro de uma geladeira antiga e que quebram quando eu olho. Algumas coisas são tão sagradas que não podem ser tocadas... olho, cheiro e construo em minha alma uma praça de consolos inúteis... distribuição gratuita de uma piedade que só os miseráveis são merecedores. Na minha andança sem fim, o destino me dá um nariz de palhaço e me entrega um certificado de incapacidade que eu mesmo assino. Sombras que engolem seus gemidos mais agudos... carne que esfria no relento dos abandonos.

...Por que você não é ela?
...Por que ela não é você?

Desenho letras que não são letras... são tentativas inúteis de transformar lembranças em sensações que são como brisas que tocam a pele da minha nuca. Recebo do passado arrepios que são carregados de sons de sorrisos alegres causados por uma tragédia nada grega. O clima de uma desgraça é único e nos persegue para sempre. Os sorrisos compartilhados são o corpo de delito de um nojo presente e de arrependimentos futuros. A mão que afaga, definitivamente é a mesma que apedreja, já dizia o angelical Augusto.

Por que, meu Deus?
Por que elas não são ELA?
Por que não há um pedacinho DELA nelas?

Por que?

By Jackson Pedro

In:

Acordo com a alma machucada de tanto sonhar. Abro os meus olhos e vejo que eu estou no mesmo quarto que está no mesmo andar do mesmo prédio... no mesmo mundo. O tédio já se encontra sentado no chão, com as costas apoiadas em uma parede... suas pernas estão esticadas, uma sobre a outra e eu vejo que ele está molhando um pedaço de pão velho em uma xícara trincada de café. Os farelos caem lentamente e formam um desenho que eu juro ser um orgulho esmagando uma razão em algum quarto de um hotel cheio de ratazanas que tem os seus pelos sujos de óleo... não. Parece a imagem de uma insônia que luta contra um exército de soldados que usam farda preta. Não são fardas... Tarjas Pretas!
Passo longos minutos olhando ao redor do quarto... tento pescar algum peixe que estava no rio do meu sonhar. Em minha insanidade, os peixes são sábios e falam demais, mas não contam o que eu sonhei. As paredes brancas me fazem lembrar que eu vi, em meus sonhos, promessas que não foram cumpridas... eu tenho sorte com esse tipo de compromisso que só tem valor nos campos do interesse alheio. Promessas que dão às minhas expectativas marotas uma bola furada para que a brincadeira não ultrapasse os limites da cobrança. Eu me vejo em um jardim repleto de flores murchas... rosas de paixões que entram com as mão vazias à direita e saem com as mãos cheias à esquerda... cusparada rancorosa em meu rosto que foi desenhado com as cores da descrença... sombras que transformam minhas esperas em um sentimento de repulsa. Jardins de flores murchas...abelha com ferrão de escorpião. Beija flor que escarra ódio e rancor...
Jardineiro que se julga o dono do jardim se ferra e se escarra justamente por querer ser o dono daquilo que não se permite ter um proprietário.
O tédio está com muita fome... derrama café no chão e aponta, com o olhar, a direção dos instrumentos que podem amarrar os meus desassossegos nos trilhos do metrô. Ignoro e abro as janelas do meu quarto, me cubro com os lençóis brancos dos meus pesares e dou a mim mesmo responsabilidades que eu não tenho... recebo as punições do domingo e ele grita comigo. Engulo o gemido, olho o vazio e sinto os meus olhos marejarem. Todos os sentimentos nefastos estão no estado líquido dentro do meu olhar. Viuvez sem casamento... nascimento sem parto... culpa sem acusação... pena sem julgamento.

Jesus tinha um bando de idiotas que não saia de perto dele. Morreu lascado... sozinho. Sabia demais e amou demais... foi vítima de sua própria bondade. O Pai foi comprar cigarros e jogar uma partidinha de truco com o "coisa ruim". Só a Mãe foi até lá para dar uma olhadinha básica... o coitado suou sangue, chorou e distribuiu o seu perdão pelos quatro cantos daquelas cidades bíblicas sem graça que eu nem me lembro mais os nomes.

O abandono e o descaso são coisas que existem há muito tempo. Muito, muito tempo... A mãe não chora porque ajudou a matar o filho. O pai não socorre a filha porque deseja que ela morra à míngua... os filhos abandonam os pais porque estes não são sagrados.
Eu lembrei... sonhei com o abandono. No jardim de flores murchas tinha uma placa velha que dizia:

VIVA JUNTO. MORRA SOZINHO.

By Jackson Pedro

In:

"A vida é fruto da decisão de cada momento. 

Talvez seja por isso, que a idéia de plantio seja 

tão reveladora sobre a arte de viver.

Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, 

de deixar cair na terra de nossa existência as mais 

diversas formas de sementes..."

In:

"Dize:
O vento do meu espírito
soprou sobre a vida.
E tudo que era efêmero
se desfez.
E ficaste só tu, que és eterno..."


Cecília Meirelles

In:

Seu grito de prazer! By Moacir Silva Papacosta


Quando seu meigo olhar pousou no meu,
Quando sua boca sensual tocou-se na minha,
Quando minhas mãos acariciaram o corpo seu,
Senti intensos desejos que antes não tinha...

Quando seus braços com abraços me enlaçaram,
Quando senti seu coração juntinho ao meu pulsar,
Quando as portas do seu pomar suavemente se abriram,
Senti-me um vulcão outrora adormecido, de repente acordar...

Quando suas roupas do cenário foram se retirando,
Quando entregou-me saborosa fruta para que pudesse saborear,
Quando seus excitantes gemidos aos meus ais foram se mesclando,
Ouvi seu grito de prazer, fazendo o meu fogo acalmar...

Tua boca e eu! By Lena Lopez


Você me confunde, embaraça os meus sentimento, me deixa úmida e incendiada, perto de você me torno lânguida e atrevida.
Você me faz te querer, me faz desejar teu desejo e fico excitada, querendo a tua boca na minha, querendo os teus lábios em meus seios e a tua língua molhada lambendo os mamilos. Você me faz te querer em todo meu corpo, me enlouquecendo e provocando.
Ah! Tua língua... Quando ela desce meu corpo e roça em meus pelos e meus poros e explora os entremeios, eu encharco e vazo um tesão imensurável. E, quando ela ela brinca comigo, eu me arrepio em cada centímetro por onde ela passa.
Adoro tua boca, mordendo minhas nádegas, beijando minhas coxas, me deixando marcada e coroada de dentes ou com a marca rocha de um chupão.
Eu molho, eu escorro e pingo de tanto prazer.
Mas a tua boca encaixada em meu sexo é indescritível, é uma rima perfeita de mel e saliva, a delicadeza do gosto e paladar de fêmeas.
E eu me entrego, aos teus caprichos, às tuas carícias e tuas sevícias, acolhendo a tua boca em meu sexo e desfrutando os prazeres da tua língua.
Na hora do orgasmo eu me dôo e te brindo com o meu prazer, dou à tua boca, o meu gozo! 
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In:

Homem gostoso não é só aquele com "algodão doce" nos braços, nem aquele com açúcar no corpo, ou com mel dentro da cueca...


Mulher não quer saber de kit viril...

Homem gostoso é aquele que tem habilidade nas mãos, é aquele que sabe saborear na medida certa todas as demandas óbvias de uma mulher...
É aquele que sabe devorar o momento, e, ao mesmo tempo, sabe fazer uma mulher sentir-se de-li-ci-o-sa. Sempre!

Keila Sacavem.

Quando os olhos falam


Dois olhares refletidos frente a frente.
Onde as palavras se calaram,
pra que o amor cantasse em seu tom maior,
na voz de um súbito - profundo silêncio.

Nossas almas se tocaram 
por um breve espaço-tempo
e a expressão inaudita, foram ditas pelos olhos.

Fomos roubados
outra esfera-lugar,
por nunca antes habitado.

Onde fomos, onde estávamos, onde ficamos ?
Quiça, perdidos dentro um d'outro?
No duo de nossas almas-roubadas.
Sem, direito de retorno!

26-08-2013