sexta-feira, 31 de maio de 2013


Eu sou meio devagar para aprender algumas coisas. Mas sou insistente. Pego a minha teimosia e coloco em um coldre metafórico. As minhas birras eu guardo dentro de uma algibeira imaginária. As granadas de pirraça são dispensáveis, mas eu levo duas, podem ser úteis. Vou para o combate. Pinto o rosto de preto, faço a checagem dos meus equipamentos e finalmente aprendo o que se negava a entrar em minha cabeça cansada e cheia de preocupações com futilidades...
A última lição que eu aprendi deveria ter sido a primeira. Mas como eu disse, eu tenho algumas limitações quanto ao aprendizado. O jargão bobalhão afirma que: "nunca é tarde para aprender". Pois é. É mais ou menos assim...
Eu sempre fui um "cabra" muito emocional. Uma explosão gratuita de intensidades, capaz de picotar bom sensos e jogá-los do vigésimo andar. Não me lembro de ter sido pedaços um dia. Sempre fui entrega. Proteção. Ataque soviético. Explosão de sorrisos e terremotos de grosserias. A intensidade tem dois lados e o sombrio não é nada bom. Aí vieram as análises intermináveis e os mergulhos sem oxigênio dentro de mim mesmo. Dentro dos vales da minha alma eu descobri algumas causas fantasmas e uns efeitos assombrações. Casa mal assombrada em que eu sou o fantasma e o rapaz molenga que se assusta até com uma mosquinha. Coragem-espantalho e covardia-pássaros-que-devoram-milhos. 
O terapeuta me ouvia, ouvia e ouvia. Mexia com a tampa da caneta, coçava os olhos e quando dizia algo, era só um seco e brochante "sei...". Quando ele finalmente me dizia algo, às metades, às avessas, aos escrotismos linguísticos, era coisa rápida que me intrigava. Eu, já sem fôlego, formulava mil perguntas que só precisavam de uma resposta. 
Quando eu sacava um poderoso "por que?", o psicólogo dizia que esse porquê era assunto para o próximo encontro e dizia:

- Pense... O segredo de tudo está no pensar. Use esses quinze dias que temos até o próximo encontro e haja o que houver, não faça nada. Apenas pense... Mesmo quando o gritar for a única solução, pense. Quando a casa pegar fogo, não chame o bombeiro AINDA, pense, pois você mesmo pode apagar o fogo. Se um asteroide estiver na órbita terrestre, não entre em pânico, pense. Apenas pense.

O "doutor" era uma mistura de Mestre Yoda, Senhor Miyagi e Mestre dos Magos. Um oceano de paciência e de palavras "vazias" e "sem sentido". E assim o pensar foi se fazendo. Aprendi que uma fragmentação de mim adorava conversar com o Eu total e completo. Sentávamos em uma mesa em algum boteco qualquer do meu ID e ali nós íamos papeando até o pôr do sol. Depois as nossas conversas varavam as noites... Dei a esses nossos diálogos o nome cafona de pensar. Tudo o que se passava eu consultava o meu amiguinho fragmentado. Não me perguntem como, mas esse ser era a parte de mim que carregava consigo uma sacola cheia de equilíbrio e uma mala repleta de "relaxa, isso não vale a pena". Tive acesso ao material da sacola, mas confesso que o conteúdo da mala me trouxe coisas boas.

Aprendi a lidar com as coisas que eu não gosto. Pai eterno, que luta.
Havia coisas, pessoas e situações que me faziam mal só pelo fato de existirem. Hoje eu tenho uma arma poderosa comigo, chama-se silêncio.
Esse silêncio, bem utilizado, é uma "arma" boa e um ótimo "escudo". Não carece de pólvora e nem precisa ser afiada. Por mais que me amolem...

Pensar... 
Eis o segredo de tudo...

O mal chega de mansinho, coloca as mãos dentro da minha camiseta, acaricia o meu peito, abre a minha calça, faz carícias picantes e ainda cantarola em meus ouvidos colocando os meus nervos a testes que fariam o Eu de antes matar, trucidar, enforcar, empalar, etc e tal... O que eu faço? Eu respiro fundo. Penso (logo existo), respiro fundo e me calo. "Não é de nada, lálálálá... fracote, covarde, mocinha...lálálálálá..." o sangue ferve, o gemido é engolido. Pensar... nada mais que isso.
Em alguns segundos o silêncio se faz uma vez mais e tudo volta ao normal.

Não briguei. Não xinguei. Não fiz nada. O que aconteceu dentro de mim foi mais ou menos assim: aquela parte de mim, que era fragmentada, era a minha razão e o meu controle, hoje essa parte integra o meu Todo e é general das forças de mim mesmo. Eu o promovi.

Hoje em dia nada me tira do sério. Ninguém tem o poder de me descontrolar. Eu posso ficar puto, xingar em pensamento e ainda ficar caladinho. 
Mas não passa disto.

Tio Nietzsche, o bigodudo mais estiloso de todos os tempos me ensinou que

"QUANDO SE OLHA MUITO TEMPO PARA UM ABISMO, O ABISMO OLHA PARA VOCÊ"

In: 



A culpa não é sua. Erga a sua cabeça. Engula esse choro.
Eu permiti que você estrangulasse a minha dignidade e afogasse no vaso sanitário todo o meu orgulho que, convenhamos, nunca foi tão grande assim. Isso, não chore. Olhe para mim. Não precisa ficar envergonhada. Eu acho que no fundo da minha alma eu até tenho apreço por essas humilhações que você faz questão de colocar em meu pescoço, como se fossem uma medalha de um ouro forjado nas chamas de uma piedade patológica. É... eu sei que a culpa não é sua. Nunca foi. Eu gosto quando você joga uma pedra na vidraça da minha vaidade, fazendo dela um punhado de fragmentos de lágrimas que furam os meus pés e que me fazem ir correndo ao hospital. Cheguei ao ponto de ter que tomar pontos... na pele, nos ossos. Nossos pedaços de história todos esparramados no chão, pintados de vermelho. Lâminas cegas extraídas da negação de uma realidade humilhante e que fazem sangrar a minha fonte de vergonha que secou há tempos. Pelas suas mãos. Eu não posso ir contra a sua natureza. Você levita e distribui as dores mais agudas em meu corpo. Massageia a minha pele com óleos de acusações injustas e de lamentos compulsivos. Os seus rodopios me fazem engolir os meus gemidos e sufocar os meus pedidos de socorro. A sua rejeição é o sol que realiza a minha fotossíntese de absurdos. Eu sei que pareço louco, mas o que esperar de você senão aquilo que você distribuiu gratuitamente no decorrer de todos esses anos? Isso, assim está melhor. Sem choro.

- O que você vai fazer?
- Eu vou embora.
- Vai não. Fica comigo. O que eu vou fazer sem você?
- Eu não sei. As minhas malas estão ali, prontas.
- Faz isso comigo, não. Fica aqui. É a nossa casa.

Casa? É engraçado ouvir você falar assim do cenário das minhas humilhações mais terríveis. Acha que eu consigo ficar aqui dentro e não lembrar dos seus gritos? Das vezes que eu não realizei os seus pedidos e você jogava água em mim. Não satisfeita, arremessava até o copo. Acha que foi fácil ter a minha autoestima sendo esmagada pelo salto do seu sapato como se fosse uma formiga? E sempre quando eu implorava "para", aí é que você aumentava o som de todos os aparelhos, chamava todos os meus nervos e os empurrava do penhasco rumo ao chão... Ainda bem que eu sempre trazia um pouco de calma dentro dos bolsos, senão faria merda.

- Eu prometo que se você ficar eu mudo.


AGORA A CULPA É MINHA!

In: 


Estou descobrindo que existe algo de "amigo" 
naquilo que mais tememos, sempre...
E que as soluções para os nossos problemas, as "chaves" para as portas fechadas, estão sempre escondidas dentro dos ninhos de cobras, 
baratas, escorpiões...
E que quando enfrentamos nosso medo corajosamente, 
na sequência vem a cura para a origem do medo.
Percebo que quando tememos dizer a verdade, 
mas enfrentamos, a própria verdade "cura" os envolvidos.
Quando tememos uma situação, mas paramos de fugir, o próprio desenrolar dos fatos traz soluções inimagináveis.
Quando detestamos uma pessoa, e justamente trazemos esta pessoa para perto, o tempo revela que ali estava escondida a 
semente de uma grande amizade.
E por fim, quando detestamos algo em nós mesmos, mas o aceitamos, com o passar do tempo, o que era nosso pior defeito pode se tornar uma ferramenta para a nossa melhor qualidade.


Cristal Luz

I'll Remember - Madonna




Eu Me Lembrarei
Diga adeus
Sem saber quando
A verdade em minha vida inteira começou
Diga adeus
Sem saber chorar
Você me ensinou isso

E eu me lembrarei
Da força que você me deu
Agora que eu estou por conta própria
Eu me lembrarei
Do jeito que você me salvou
Eu me lembrarei...

No fundo, eu era uma criança
Que não podia consertar uma asa quebrada
Lá fora, procurei por um caminho
Pra ensinar meu coração a cantar

E eu me lembrarei
Da força que você me deu
Agora que eu estou por conta própria
Eu me lembrarei
Do jeito que você me salvou
Eu me lembrarei...

Eu aprendi
A abrir mão
Da ilusão
De que poderíamos possuir
Aprendi a abrir mão
Viajo no silêncio
Eu me lembrarei da felicidade
Eu me lembrarei

E eu me lembrarei
Da força que você me deu
Agora que eu estou por conta própria
Eu me lembrarei
Do jeito que você me salvou
Eu me lembrarei...

Agora não terei medo de chorar
Agora encontrei a razão disso
Eu lembrarei



Eu acordo no meio da noite. Ouço o silêncio insuportável da madrugada e passo longos minutos olhando para o telhado, contando manchas e detalhes que sempre passaram despercebidos. Um vento frio invade o quarto. A chuva cai... a chuva chove. Ouço gemidos escandalosos que vêm do apartamento vizinho. Acendo a luz, procuro um livro. Todos os Fernandos estão ao alcance de minhas mãos, menos o Pessoa.
Levanto mais morto do que vivo. Procuro o meu remédio. A caixa está vazia. Eu também. Todas as minhas articulações doem. Parecem vidros espatifados de uma lâmpada queimada. A geladeira guarda doces... odeio doces. Mas como assim mesmo. Nem sempre se come aquilo que se gosta. O que importa mesmo é a satisfação do corpo e o tesão da alma. E pelos gritos que rasgam o silêncio fúnebre da madrugada, os meus vizinhos parecem mesmo entender tudo sobre satisfação... Ligo a televisão e vou assistir aos programas religiosos. Deve ter um exorcismo bom passando. Adoro exorcismos. Tenho inveja das pessoas que têm os seus demônios arrancados de si. Não porque tenho esses bichos, mas é que existe um romantismo tântrico no ato da expulsão do danado. Bom mesmo é deixar os bichinhos dentro do corpo. Tirar pra quê? Aquilo que não me mata faz parte 
daquilo que me transforma, já dizia o sábio Coringa.
Deito no sofá e deixo a televisão ligada em um canal qualquer. A emissora faz o meu aparelho cuspir mais estática do que imagens e eu rio de mim mesmo.
Fecho os meus olhos, sinto mãos suaves acariciando os meus cabelos. Eu nem abro os meus olhos. Seja quem for, que continue. É bom... é gostoso. GOSTOSO, grita a mulher no apartamento ao lado. Os carinhos continuam em minha cabeça, invadem o meu pescoço. Eu suspiro... sinto um cheiro doce no ar. Enquanto respiro o oxigênio açucarado, me vejo andando de mãos dadas com um fantasma do passado vestido de preto e com as unhas vermelhas dizendo que quer me levar para um lugar onde tem uma cama redonda. Uma trovoada vem lá de fora e mil acontecem dentro de mim.

De olhos fechados eu me vejo arrancando as roupas pretas da mulher que usa um perfume doce. Suas unhas estão cravadas em meu pescoço e áspera é a sua língua dentro da minha boca. Todo o meu corpo é arrepios. A minha alma é alguma coisa que ainda sente os efeitos de uma anestesia geral. Sinto o toque daquela boca em cada milímetro cúbico do meu corpo. A cama é redonda, mas a forma pouco importa. A chuva cai... a chuva chove. O casal continua gritando. O meu silêncio é o meu gemido. A minha expressão facial é o retrato 3X4 da explosão cósmica de sentir a temperatura vulcânica do interior daquele corpo que eu sei que tem um nome e que possui uma história e que em algum momento da vida, sua história alegre esbarrou na tristeza da minha. Seus seios são doces para os meus dentes e o meu peito carrega cada exemplar de seus dentes, sempre tão belos que fariam a Berenice, de Poe, cortar os pulsos com gilete devido à inveja.
Em seus braços eu vou... Em seu corpo eu volto.
Sobre ela eu mergulho no abismo espectral da noite... sob ela eu assisto à explosão do sol, em minha frente... Enquanto o sol explode em bilhares de esferas coloridas, sinto uma energia que vem lá dos pés, atravessa todo o meu corpo e quebra a parede de vidro dos meus sentidos e me faz dizer palavras sem nexo. Os meus ouvidos estão tampados e as minhas pernas tremem. O cheiro que está no ar é uma mistura de loucura 
entrelaçada com pedaços grandes de absurdos.
Deito ao seu lado e ensaio uma apresentação de silêncios... um monólogo de pensamentos amordaçados... ela finge que está dormindo. Não diz nada. Seus olhos são grandes e marrons. Fechados, eles parecem uma mão invisível que me promete mil asfixias com um travesseiro metafórico dos meus histerismos. Sua boca esboça um sorrisinho melancólico. 
Existe um ar de abuso em seu semblante...

Preciso do meu remédio. Sem dizer uma palavra, ela se levanta. Eu apenas observo. Ela abre a sua bolsa preta e joga uma caixinha branca com um detalhe negro que envolve toda a embalagem. Eu arrebento a caixa com os dentes e tomo dois comprimidos. Deito ao seu lado, 
sempre no mais dantesco silêncio. Durmo.

Se o casal vizinho continuou a sua festa eu não sei. Também não vi quando a chuva passou. Na cama, eu senti uma dor no peito. Foi onde a mulher de preto me mordeu. Tem uma mulher em minha casa!!! Gritei dentro de mim. Acordei desesperado e não vi ninguém em meu lar. 
O banheiro estava molhado e tinha um cheiro de mulher dentro dele.
Volto para a sala.
Eu que não fumo, acendi um cigarro. Observo o sofá. Ainda tem o cheiro dela, doce como só ela sabe ser.
Descobri o sentido de uma música da Madonna, chamada I'LL REMEMBER...


- And i'll remember
The love that you gave me
Now that i'm standing on my own
I'll remember
The way that you changed me
I'll remember

Now i'll never be afraid to cry
Now i finally have the reason why
I'll remember


Sim, eu lembrarei... 





Toda a Criação é maravilhosa.


Enquanto nuvens espessas de maus pensamentos nos envolvem, não conseguimos observar a beleza que existe nos mínimos detalhes, nos cantinhos mais improváveis e nas melodias silenciosas.
A beleza, a harmonia e a perfeição, foram projetadas para nosso deleite, para nossa felicidade e encantamento.
O arquiteto do Universo amorosamente nos favoreceu nesta abundância de prazeres, visuais, auditivos, olfativos, gustativos e táteis.Tudo para nossa melhor estadia enquanto permanecermos na experiência da matéria.
Nosso único dever é dissipar dia a dia essa espessa nuvem maléfica de nossos próprios pensamentos negativos, para que a neblina da ilusão não nos tire a magnífica paisagem durante o caminhar.

Cristal Luz


Nem sempre quem está presente, está presente...
Nem sempre quem está ao seu lado, está com vc...

E há tanta vida lá fora.



O BEM MAIOR


Não existe maior bem do que fazer a felicidade de alguém.

Nem nada menos caro, nem mais fácil, pois que a felicidade é
algo que se pode oferecer em gestos, e atenções.

Se olhamos à nossa volta, percebemos que a carência humana
está no fato das pessoas terem perdido os valores imateriais a
favor dos materiais.

Compra-se quase tudo em nossos dias...
mas o bem ninguém compra.

Compra-se até companhia, mas não a sinceridade.

Compra-se conforto, mas não a paz de espírito,
não a tranqüilidade, menos ainda a felicidade.

Esta a gente oferece.

(Letícia Thompson)

Paz a todos.





RABISCOS


E no rascunho das linhas que correndo escrevi, 
Acabei esquecendo a arte além das letras,
Teu significado vai mui além de AaZ,
Não criaram a borracha que me faça te esquecer.




O silêncio original


O silêncio que traga as vozes dos miseráveis,
dos infelizes ou dos deprimidos,
não é o mesmo silêncio 
que leva candura e doçura 
ao coração do solitário em solitude.

O silêncio da solitude 
é aberto, amplo, abarca tudo e todos,
é compreensão maior, 
é consciência superior,
é vastidão infinita.

É o amor que me faz
permanecer em gratidão
e ver o que o universo traz para mim.
É doce sobejar de forças 
que se elevam para contemplar.

É caravela 
em pleno mar
do ser em si
que navega nas águas da meditação
à espera do porto da verdadeira felicidade.


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


A Felicidade Pode Demorar

Ás vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos 
fazer senão continuar nossa jornada com nosso coração machucado. 
Ás vezes a incompreensão nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa. 
Ás vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer 
parar de viver, até que algo toque nosso coração, 
algo simples como a beleza de um por de sol, a magnitude 
de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo 
em nosso rosto, é a força da natureza nos chamando para 
acordarmos para a vida. 
Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras 
e receberam sua confiança, te traíram sem qualquer piedade.
Você entende que o que para você era amizade, para outros 
era apenas conveniência, e oportunismo, mas não faz mal.
Jogue isto ao vento, que isto vai embora e não irá cair no seu coração.
Aproveite sua família que é uma grande felicidade que Deus lhe concedeu.
Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes 
isso é necessário, pois existe uma diferença muito grande 
entre conhecer o caminho e percorrê-lo.
Não procure querer conhecer seu futuro antes da hora, nem exagere 
no seu sofrimento, esperar é dar uma chance à vida para que 
possa se encontrar consigo mesmo, no momento e na hora certa. 
A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna, 
A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é, 
que ela venha para ficar e não esteja apenas de passagem... 
gotas de paz




Arrumando as malas, para a grande partida...
Só o tempo...ira me dizer...meu rumo certo...só ele !



Fragmento estruturado 


Chegava bem leve, sereno 
E do meu beijo levava um pedaço
No outro dia, tão doce, ameno
Tomava inteiro meu abraço
“O que levo, é um pedaço pequeno”
dizia. Pra que eu não saísse desse laço

Mais algumas noites se passaram
E consigo foi meu corpo quase completo
Comigo, alguns fragmentos ficaram
Mas eram inúteis sem que estivesse por perto
E “se” vinha, meus pedaços voltavam
Ansiando, seus (já raros) lapsos de afeto

Quando o mês se findou
Foi minha mente quem partiu
O pensamento vazio ficou
Sem raciocínio, a inteligência sumiu
O calculo se foi, a leitura acabou
Dois mais dois eram cinco, em minha conta senil

A alma foi a próxima, mas sozinha já estava
Todos os sentimentos, colocados na gaiola
Sentidos voltados a um amor que ignorava
Pedaços que não se juntam com cola
Pra ser levado, mas nada faltava...
Perdi a alma e recebi de troco esmola

Então quis minha poesia, meu escrever
Queria minhas letras, minha prosa, meu verso
Como por encanto, vi o nó se desfazer
A magia acabou, o truque se fez inverso
De todos os fragmentos que formam meu ser
Meu inteiro que não pode ser imerso

Minhas palavras que não se podem prender
São só minhas, de quem eu quiser, e do universo



Laisa Ricestoker 


quinta-feira, 30 de maio de 2013


Meu gozo infinito!
por Lena Lopez 



É tarde da noite e sinto em meu corpo percorrido por sensações, como ondas elas crescem e se espalham pelas minhas carnes. Sinto aos poucos que fico úmida, meus seios intumescem e o meu pensamento torna-se um toque suave sobre a minha pele. Um calor toma conta do meu corpo e aos poucos vai me incendiando. Não sei se é um sonho, mas sinto emoções aflorarem e tudo parece real. Sinto-me acariciada pelo frio do lençol de seda e a cada segundo novas sensações vão nascendo. Minhas mãos criam vida e vão me envolvendo, exploram meus seios, meu ventre e se adentram pelas minhas pernas. Já não sou mais eu, sou apenas um turbilhão de prazer, que me leva a um mundo de sonhos e fantasias.
Sem me dar conta, minha alma vai na ponta dos meus dedos e o silêncio do quarto é rompido pelos ruídos das minhas próprias carícias, tão característicos do amor próprio e da exploração entre as pernas.
Toco-me com ardor, meus dedos me invadem, circulam e roçam.
É incontrolável e a vontade e maior do que qualquer pudor ou bom senso.
Minhas mãos não param, seguram meus seios, apertam e puxam os bicos. A outra em alta velocidade, arranca-me deliciosos gemidos. Mordo e lambo os meus lábios, gemo toda a minha vontade, respiro todo o meu tesão.
Sinto-me possuída, arranho-me, cravo-me as unhas. Levo a mão à boca, preciso provar do meu gosto.
Uma torrente toma conta do meu corpo, perco todos os sentidos. 
Esqueço de tudo, meu corpo é o meu mundo, a minha maior urgência. É inevitável um orgasmo.
A boca seca, a respiração profunda, o corpo arrepia, um frio sobe à espinha. 
O suor escorre, o sangue ferve, a umidade verte e encharca o meio das pernas.
Fico louca, em transe, abandonada ao prazer.
Finalmente a explosão, a loucura e o êxtase.
Eu me torço, contorço e tremo. Aperto as pernas e me encolho na cama e grito...
Grito meu gozo infinito!

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© COPYRIGHT BY LENA LOPEZ
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Foram-se os terrenos movediços, 
quase imperceptíveis
ficou a casa vazia.
Foi-se o sonho, 
o desassossego
de que voltarias,
ficaram as decepções
a desesperança
os sonhos viraram ruínas
se quebraram de tanta espera
Espera do que podia ter sido 
e não foi
As flores murcharam na janela
Faltou cuidado e carinho
Hora de recolher os cacos
reconstruir o coração
preparar a casa
e esperar de novo o verão
Fazer nova semeadura
aguardar o tempo da germinação
e esperar as borboletas
quando chegar a primavera
Os sonhos, 
reconstruirei um a um
novo protagonista chegará
para vivenciar minha história.


Enice de Faria 
27/05/2013



Quando olho para o passado 
e vejo tudo que vivi 
em quem acreditei
no que acreditei
percebo que foram meus olhos 
minha inexperiência
minha incapacidade de acreditar no mal
que me fez te ver assim
Sigo em frente
de vez em quando olho para trás
só pra ter a certeza 
que não estou repetindo a experiência
os erros do passado
a crença em doces e falsas palavras
em doces e falsos momentos
Triste quando descobrimos no outro
aquilo que tanto abominamos
estranho atrairmos pra nossa vida
o que mais tememos
o passado deixo lá, exposto
sempre que tenho dúvida
vou em meus guardados
em meus registros 
é pra isso que servem os nossos desacertos
pra que possamos aprender e comparar
e não mais repetir os mesmos erros
e nem fazer as mesmas escolhas.


Enice de Faria 
28/05/2013



Em algum ponto do caminho
perdi o meu sorriso,
em alguma curva
me perdi.
Perdi a rima,
o verso, 
a musicalidade do poema,
pensei voltar 
mas o tempo não anda pra trás...
sigo meu caminho
olhos no horizonte
vou colhendo aqui e ali
algumas migalhas de alegrias
sempre acreditando que
lá na frente, 
cruzarei com algum atalho
que me levará a docilidade da vida
que por descuido perdi. 


Enice de Faria 
30/05/2013

quarta-feira, 29 de maio de 2013


Oração da existência


Que as almas encarnadas estejam, em uníssono, bendizendo a vida. Que as almas desencarnadas estejam, ao redor do Santo nome do Universo, em eterna paz. Que as vicissitudes de hoje, de ontem e de sempre não nos aflijam, a ponto de esquecermos que somos eternos, unos com a existência. Que encontremo-nos de acordo com o mecanismo múltiplo e ordenado da paz universal. Que a nossa existência individual faça valer a honra e a glória de sentir e estar pleno, em consonância com o Cosmos. Assim seja.

Mauricio Antonio Veloso Duarte (Divyam Anuragi)