quinta-feira, 22 de março de 2012

EXORTAÇÃO DO EXCEPCIONAL




Aceita-me do jeito que sou por questão de justiça e não por piedade. Torna-me um ser útil porque de esmolas não quero viver. Livra-me da ignorância e da dependência pelo teu dever de cidadão. Põe em meus lábios a luz de um sorriso e não a sombra tristonha do medo. Ajuda-me a não ser tão pesado a meus pais, fazendo minha reintegração na sociedade. Reflete que meu início foi igual ao teu início. Saiba que as ilusões que cercaram o meu nascer foram as mesmas que teus pais sonharam. Desperta, com teu afeto, a minha mansidão contra a agressividade que avassala. Olha-me! Porque sou humano como você.

Lucila - Amar faz bem


Amor, meu amor..- Mia Couto





Nosso amor é impuro como impura é a luz e a água e 
tudo quanto nasce e vive além do tempo. 
E toco-te para deixares de ter corpo e o meu corpo 
nasce quando se extingue no teu. 
Tu me bebes e eu me converto na tua sede. 
Meus lábios mordem, meus dentes beijam, minha pele te veste 
Mas eu deito-me em teu leito 
Quando apenas queria dormir em ti. 
E sonho-te Quando ansiava ser um sonho teu. 
Teus olhos inundando os meus e a minha vida, já sem leito, vai galgando margens até tudo ser mar. 
sse mar que só há depois do mar. 


Arnoldo Pimentel - Palavras nos ventos - Outra Margem do Rio

"...(...)...Não existe quase nada em volta 
Não existe uma cabana para se abrigar 
Para se esconder do mar 
Nada que seus olhos possam tocar 
Existe a desolada imagem do deserto 
Vento soprando a terra árida 
Tocando com seu assobio cada olhar do lince 
Cada verso triste 
Ao longe passa um rio que está seco 
Como todos os galhos sem vida 
No entardecer triste do outono 
Como a vida que tem como sinônimo o abandono 
Só se ouve o soprar do desalento 
A dor desfigurada pelo vento 
Solitário como lobo desgarrado e sedento 
Como a fresta que se perdeu no tempo 
Não existe quase nada na outra margem do rio...(...)..."


Arnoldo Pimentel - Ventos na Primavera



"...(...)...Judas ainda sorriu 
E nem era mês de abril 
Ou hora do café 
Mas tinha na mão 
Um pedaço de pão 
Que alguém lhe deu 
Afastou para o lado 
O prato de comida 
Onde havia cuspido há pouco 
Sem ninguém perceber 
Virou as costas 
Deixando o beijo na boca 
E a fala rouca 
Deixando atrás da porta 
A cortiça, oca 
Deixando a tristeza habitar 
A casa que quis lhe amar 
E o vento apenas balançou a forca 
Onde ficará o remorso 
Que irá sentir 
Depois que de suas andanças 
Acordar ...".




Arnoldo Pimentel 





Toda fome, que ainda existe nesse nosso país, não é fruto de uma falta simplesmente, de comida...
Ela é uma vergonhosa e humilhante herança!
Que foi deixada ao longo de décadas, de uma falta de ética na nossa política.
De todos esses atos de corrupção, ao longo da nossa história.
Enriquecimentos ilícitos de todos que entram na politica.
Mesmo com pouco tempo de vida pública, conseguem arrancar de milhões de brasileiros a sua dignidade de cidadãos.
Essas vidas de verdadeiros "marajás"!
Regadas a confortos, benefícios escandalosos...
Que são uma afronta, a realidade do cidadão brasileiro.
Que banca tudo isso, com tantos impostos que se paga por toda uma vida de trabalho!
Milhões de brasileiros pagam esses impostos, para esse pequeno grupo de mercenários na política se esbaldarem em conforto e luxo.
Enquanto isso, mais milhões de brasileiros sentem fome!
A nossa maior luta, não é combater apenas a fome.
Mas, combater essa escandalosa corrupção.
Que está roubando a vida de toda uma nação!

ACORDA BRASIL!!!

Raquel Santana