segunda-feira, 13 de maio de 2013



Tento martelar o bloco de mágoas que está preso aos meus pés. Quanto mais eu martelo, mais ele cresce e desafia o meu martelo metafórico.
Essa desgraça parte a minha alegria como se fosse o rosto de uma boneca feita de porcelana chinesa. Porcelana vagabunda. Pedaços pequenos que cortam as pontas dos meus dedos; digitais ensanguentadas, unhas repletas de hemácias... Um vento que espalha certidões de óbitos.
Olho para dentro de mim e vejo a crucificação do meu eu. Ele morre calado. Aos vencedores, as batatas, os tomates, os ovos. Tudo no rosto.
Serpentinas de tristeza, confetes de amargura na pista de dança de um baile chamado desespero.


Jackson


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