sábado, 18 de maio de 2013


Tecer, ter... ser, não ter...


Urdiram certo plano, as Ninfas do universo
Criar algo belo, como poema, prosa e verso
Deliberaram, concluíram, em pensamento não disperso
Teceriam um presente, em grande beleza imerso

Assim, surgiu você, criação bem planejada
Das mais macias pétalas, se fez sua pele adocicada
Das montanhas mais firmes, fez sua carne estruturada
Sua boca de sorrisos, de morangos foi formada
Seus cabelos, de cascatas, água linda derramada

Pra sua voz rouca de anjo, emprestaram o som do vento
Suas mãos, de artista e arte, das florestas filamento
Seus olhos feitos de estrela, que buscaram no firmamento
Seus beijos de beija-flor, pra doenças um unguento
Sua mente, inteligente, de felinos seguimento

E assim da perfeição, da natureza as criaturas
Compuseram linda canção, sua vida partitura
Só esqueceram de poupar-me, de tristeza e agruras
Não criaram um coração, nessa beleza mais pura
Então, andas por onde queres, enchendo tolas de juras

Ninfas matreira e cruéis, me pregaram uma peça?
Como provarei mortais, após a perfeição perversa
Se da divindade tive o gosto, o mundano não interessa
Enquanto isso elas se riem, se vão sem nenhuma pressa
Criar novos tormentos, como tu es... só promessa


Laisa Ricestoker

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