De tão pouco que eu tinha,eu fui me dando...em vez de me guardar, fui me entregando, inteira e aos pedaços, em partes e múltipla.
Em cada prato de indigesta fome, cortando-me em fatias de mim mesma.
Provando o próprio sangue e a própria carne,
com o indisposto odor de massa humana.
Fui me doando a deuses, divas, dogmas, nas igrejas lotadas de loucuras, erguendo-me de mim, de braços abertos.
Desfazendo-me em incensos na fumaça.
Fui me expondo, pondo-me na mesa, das luxurias guardadas a sete chaves, entre quatro paredes, de quatro, de costas, de frente.
De mente e corpo dada a toda espécie...de transe, de ternura, tara, turba.
Assim fui me perdendo ainda mais, dada a amores loucos e impossíveis, dando o sangue, o suor, a alma , a anima.
Pra receber quem sabe o mero gesto, em minha direção.
A compreensão, do tanto que eu me dera e que nem tinha....
Mendiga na sarjeta, suplicando, a cada um que passa, ao qual me dei:
- Devolva-me, devolva por favor.
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