domingo, 19 de maio de 2013



A esperança é um mau hábito. Simplesmente.
Um vício mais cretino que o cigarro.
Sob os véus da desolação dos meus dias
E de todas as minhas noites
Uma senhora sem noção me sorri, cortês.
Chama-se Morte. Antroponímico: Sorte.
E entre o dito, o não dito e o mal dito
Esquiva, nega-se, quando desejada
Oferece-se, impudica, quando renegada
Para insultá-la e pirraçá-la, EU VIVO.
De vinho e vermelho vivo. Vivo...
Sublimo o sublime subterfúgio
do pesar da lâmina sobre a carne fresca
Só para desprezar a bela senhora esquizofrênica
EU SIGO. E sigo... e sigo... e sigo...
Líquida, escorrendo, escorregando
E eu aqui desassossegando, desassossegando... 

Jackson - Literatura do Desassossego


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