De vez em quando a danadinha da minha escrita resolve fazer pirraça. Eu cedo aos teus encantos, mando flores, compro chocolates e ainda cantarolo uns "endless love" da vida, mas ela olha dentro dos meus olhos e diz, com aquele sorriso safado:
-É o melhor que você pode fazer, querido?
Então, sem remédio e sem opções, fico aqui na frente do computador, esperando a porta se abrir e a minha escrita adentrar à sala, com aquele ar maroto e sem juízo, chegando de mansinho e dizendo ao pé do meu ouvido:
-Escreva, querido, tem um montão de desassossegos aqui dentro que precisam vestir as suas letrinhas saltitantes e giratórias. Vamos... agora. Não demore! Isso... assim. mais. Vai, não para...
Enquanto ela não volta, o jeito é ler o que os meus amigos postam e fazer a dança das cadeiras com as minhas imagens...
Jackson - Literatura do Desassossego
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