sábado, 26 de janeiro de 2013


Fila de Banco - Uma Comédia.


Mesmo com toda a modernidade da internet a minha disposição e a facilidade dos caixas eletrônicos, uma ou duas vezes ao mês é inevitável... tenho que fazer-me presente na fila do banco.
Encaro isso pelo lado positivo; como sou extremamente impaciente, a fila do banco pode ser uma terapia, ou uma tentativa de surto imediato e irreversível o que vier primeiro.


Fila de banco é o genérico do divã e do consultório médico, é lugar certo pra quem perdeu o último capítulo da novela das oito.
Hoje não foi diferente, ou melhor, hoje foi pior.Cheguei ao banco e olhei através do vidro, senti que o trem iria demorar, mas como tudo que não tem remédio remediado está.... fui, ou fiquei.




Já havia 20 minutos que estava na fila quando percebi que o caixa (o único) segurava a cabeça com as duas mãos num ato de limite, só então me dei conta que a fila não havia andado nem um pouquinho; e meu desespero começou a apresentar-se, será que era aquilo mesmo? Foi quando ouvi alguém reclamar que o sistema havia ""caído"" há mais de 40 minutos. Pronto. Toda minha concentração em não me irritar tinha ido pelo ralo... 

Aí então, comecei a observar todos na fila e tinha uns... sei lá quantos ...um monte de gente... gente passando na frente de outra gente, gente sentada no chão, gente falando alto e reclamando do sistema (de qual sistema estariam falando mesmo?) Enfim...Tinha de tudo no mercado persa de tapetes.

Nessas filas o que mais me chama a atenção é que as pessoas descobrem-se amigos de infância durante o tempo que permanecem ali resignados a espera de sua vez, será que isso é uma maneira de demonstrar-se solidário ao outro? definitivamente não sei, e nem quero saber.

O mais engraçado ou terrível de tudo, é que todos participam da mesma conversa, somos obrigados a ouvir e em alguns momentos comentar alguma coisa, daquilo que não nos interessa nem de longe, nem nos mais entendiantes sonhos ou pesadelos.

Dia de banco, é dia de personagens quase que folclóricos.... Hoje um senhor de uns 50 anos mais ou menos, narrava calorosamente alguns assaltos que sofrerá ao deixar o banco, não só narrava como encenava com dedicação. Tive a certeza que ele gostaria de ter seu nome no Guinness Book,como o homem mais assaltado do mundo. Por que era exatamente isso que ficava claro enquanto ouvia o caloroso discurso de vítima em potencial.
Um pouco mais à frente, tinha uma senhora que ensinava remédios caseiros para varizes... muito útil já que a maioria dos que estavam ali de pé tinham uma reclamação de varizes.
Tinha a mocinha que chorou durante todo o final de semana, (e continuava chorando) por causa do fora que levou do namorado, mas a senhora das varizes tinha um conselho ara a mocinha também.Enfim... filas de banco são uma comédia vista de longe ou melhor, se observada de longe podem ser a maior das comédias... Mas... de longe.



Postado por Brincando de poesia



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