quarta-feira, 6 de junho de 2012

Soneto de Infidelidade - Roseane Freitas




Soneto de Infidelidade 
(Releitura do Soneto de Fidelidade- Drummond-)
Roseane Freitas


De tudo ao meu amor serei relapso.
Desta vez com tal desprezo e sempre e muito.
Que mesmo em face do maior desencanto,
Ele se desencante mais do meu destrato.


Quero revê-lo em cada triste momento.
E em louvor a seu pesar hei de espalhar meu canto,
E rir meu riso e não mais derramar meu pranto.
À sua dor ou seu descontentamento.


E assim quando vier a mim
Quem sabe a morte, único escape de quem sofre,
Quem sabe a desilusão, fim de quem ama.


Eu possa dizer do infeliz (que tive),
Que sejas triste, posto que me traíste.
E que essa dor te dilacere enquanto dure.




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