Acho as tardes tão melancólicas... com uma brisa fria que tem cheiro de saudade e um toque que tristeza que parece um esbarrão que levamos aí pelas ruas movimentadas. Ando pelas ruas observando o poder do sol perdendo a sua majestade para as sombras tímidas que vão dizendo aos toldos dos comércios que eles são inúteis. Em algum lugar do mundo uma mulher passa batom nos lábios e conta os minutos para se encontrar com o seu amado... em outro lugar - talvez no mesmo - um homem faz a sua barba ansioso para ver um amor de longe, na surdina dos disfarces. A tarde, mesmo triste, é charmosa... E eu vejo o mundo por uma parede que não tem janelas. Moro em uma casa que sempre faz frio... Sinto em meu peito sentimentos que nunca são quentes. Oscilo do morno das minhas descrenças para baixo. Faço bolhas de desilusão com águas que escorrem de uma confiança que esperneia e que está com um galo enorme na testa.
Finjo que está tudo bem, mas a minha máscara está rachada na altura do nariz e entre um sorriso forçado e um fechar de olhos seguido de uma respiração que leva ao pulmão um misto de oxigênio e um gemido sufocado, eu apenas paro e contemplo o azul do céu.
Lembro de um casal de estudantes que vi na pracinha hoje pela manhã... seus dedos entrelaçados e sorrisos inocentes anunciavam a existência de uma forte paixão. No entanto, ao vê-los, tive pena dos dois... daqui há alguns anos ele entrelaçará os seus dedos em outros dedos e ela oferecerá os seus mais encantadores sorrisos a outro rapaz...
Estou esquisito... confesso.
Não sei se sou novo em fotos velhas ou simplesmente velho em fotos novas.
Como eu disse, vejo o mundo por uma parede sem janelas.
By Jackson Pedro
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