Vida modesta
Chamem-me do que quiserem,
Mas não abro mão de não apreciar
A arrogância, a vaidade, a vida de ócio e fausto.
Chamem-me do que quiseram,
Mas não abro mão de não apreciar
A puerilidade nefasta, a luxúria, a vida devassa.
Prefiro muito mais ser um cidadão normal,
Que lê jornal; que trabalha todos os dias e que
Curte futebol no fim de semana.
Prefiro mais ser um cidadão normal,
Que malha pra ganhar o pão; que abençoa os filhos e
Que vai a missa aos domingos rogar a Deus
O perdão pelas suas faltas.
A vida modesta é sem graça pra quem
Não vê a beleza e o valor de cada
Pequeno gesto de fraternidade.
A vida modesta é sem graça pra quem
Não vê a beleza e o valor de cada
Pequeno ser que há na natureza.
Eis que, com temperança, experimento
Uns golinhos de cachaça; com o meu aval
Prende-me a respiração as curvas sensuais
Das mulheres um pouco mais ousadas.
Antes, bem antes de se inventar
O puritanismo exacerbado já havia
A nossa condição humana e a disposição
Divina de perdoar os nossos pecados!
Paulo Paixão
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