quarta-feira, 26 de setembro de 2012


CONVERSA AO RELENTO.


Ah meu Deus que mundo estou olhando,
Cadê as plantas que coloriam a serra?
Cadê as palavras de carinho que eu ouvia,

Referentes aos produtos desta terra?

Onde estão os retireiros que povoavam a manhã,
Onde estas as seriemas que cantavam no grotão?
Os rastros das pacas, cotovias e Katinguelê,
Debaixo do rastro dos treminhões, não mais se vê.

Onde estão os peixes que piscavam no córrego,
Onde estão as capivaras que moravam no lago?
Ver uma flor ou um fruto sobre a terra esta impossível,
Apenas cana, sugando a terra e virando combustível.

Cadê a casa dos colonos, as fogueiras de são João,
As violas nas noites enluaradas ate altas madrugadas?
Cadê o arado sulcando a terra pra produzir o feijão?
Cadê o capim pro gado ou as espigas granadas?

Aos poucos espantam as nossas tradições,
Como espantam o sertanejo da roça.
Destroem o que há de puro no campo.
A alma sertaneja ta sepultada na paioça.

A roupa de casimira, perdeu o valor.
A panela de ferro enferrujou.
A chaleira já não solta mais vapor.
A tranca da janela despencou.

A honestidade esta virando raridade.
O carro de som tira a tranquilidade.
A garota da roça se perdeu na vaidade.
A mentira tenta enganar a verdade.

E eu fico sentado olhando o tempo,
Vendo os vagalumes voando ao vento.
Sinto-me feliz por viver este momento.
Pois estou trocando ideias ao relento,
Falando com DEUS, o rei do firmamento. 

Autor: Jose Augusto Silvério. ZITO SILVERIO.




Nenhum comentário:

Postar um comentário