sábado, 17 de agosto de 2013

Revolução dos sentimentos

Perguntaram-me como eu me sentia
com relação à nação brasileira.
Eu disse o que podia,
o que não podia, me calei.
Achei melhor
voltar meus sentimentos 
para o que de mais útil
possa ajudar. 

Enfim, decidi-me: 
Estatizei minhas emoções,
elas viriam, a partir de agora, do Estado,
estariam subvencionadas pelo poder público
e como tais, iriam depender das verbas.

Portanto, uma paixão mal resolvida
teria que esperar o decreto presidencial.
Um amor de fim-de-semana 
a reunião dos parlamentares 
a legislar sobre o assunto.
Para um mau humor seria melhor:
bastaria uma consulta ao diário oficial.
Uma tristeza precisaria de um projeto de lei,
precisaria ser homologada.
Mas o que seria doloroso mesmo 
é a ira, essa teria que ter
consulta popular em plebiscito,
para que fosse devidamente referendada.

Assim, quem sabe,
minhas emoções estariam em acordo com
o projeto de governo
e não teria que justificá-los
Para qualquer um nem para ninguém,
eis tudo.

Essa seria a revolução dos sentimentos. 
Promulgada a 7 de setembro
de 2013.


By Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

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