A criança veio e me perguntou
se eu poderia ler para ela aquele livro.
O livro era a Bíblia
e a criança era o pai do homem.
Seria sagrado aquele momento?
Doce e sagrado é o caminho.
Leio e releio com todo o gosto
a passagem que louva a Deus.
Fico imaginando quantos
não teriam a mesma oportunidade
de fazê-lo agora.
Por falta de tempo?
Por analfabetismo funcional?
Por relativismo cultural?
Deus tornou-se relativo...
Sim, muitos diriam, sempre foi.
Mas a nossa vida não é relativa.
Somos matéria, mater, mãe,
Maria, Mãe de Deus, mulher nova.
Estamos em algum lugar
dentro do eixo espaço-tempo
e vivemos.
A vida é sagrada
porque não seria também
esse momento de leitura
da Bíblia?
Ler e reler sempre
todos os dias, o mesmo livro.
É sagrado sim.
Como seria uma vida
que estivesse pronta
para morrer,
afinal, não sabemos a nossa hora.
Sagrado sim.
Sagrado como sagradas
São as lágrimas nos olhos
De um pai
E mais ainda,
O sorriso dessa criança.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
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