Era uma saudade insana... beirava as portas de um cataclismo que descontrolava todas as minhas emoções e desenhava linhas supersônicas no céu azul de uma tarde de domingo. Eu, sofredor veterano, colocava as minhas mãos dentro dos bolsos furados, olhava para o firmamento celeste, respirava fundo e andava loucamente, revendo lugares em que havia o sangue de nós dois pingando insistentemente, formando uma enxurrada escarlate de sonhos enforcados e prazeres estrangulados pela mão cruel de um destino idem. As solas dos sapatos quase não existiam mais... nem o meu fôlego. Mas andar era preciso. Era necessário. E medindo o DF inteiro utilizando os meus dolorosos passos, a dor foi diminuindo e a endorfina foi fazendo a sua parte.
O tempo passou... e como tudo na vida, a saudade morreu.
E como acontece em toda morte, a lembrança sobreviveu.
Jackson
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