terça-feira, 6 de novembro de 2012


Não facilite com a palavra amor.

Não a jogue no espaço, bolha de sabão.
Não se inebrie com o seu engalanado som. 
Não a empregue sem razão acima de toda razão (e é raro). 
Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão 

de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra 
que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.

Não a pronuncie. 


Carlos Drummond de Andrade



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