À procura de mim.
Se a alma tem beleza,
prendo a mim teus limites
na liberdade do ser,
do ter, do nada...
Na emoção da primeira lágrima,
sou apenas um ser condicionado
que ocupa um espaço
nada sendo, o que nada faço
Talvez eu queira um disfarce,
meus pés livres, soltos, vazios,
como um não ter ninguém,
um querer ficar só
solta em meus desejos
Busco na vida o acalanto
para enternecer meu ego
e fustigo a cálida rigidez
que me quebranta a lírica
e tento entender o destino
E assim observando o nada
que se avizinha aqui
sigo a direção oposta
do que se fez em mim
sou da mutação, a lógica
invariavelmente inacabada.
Conceição Bentes/Marçal Filho
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