Fazia de tudo por ela. Se fosse preciso buscaria a lua por aquela mulher. O sol, as estrelas, o mar, o universo, nada me importava. Sua presença era o que bastava para me aquecer e me alegrar. Meu pensamento estava fadado para sempre naquele lindo sorriso, nos cabelos macios e sedosos e no perfume doce e suave da minha amada.
Mas eu errei. Para mim foi uma prioridade, uma obsessão de sempre colocá-la em primeiro plano na minha vida, de sempre pensar nela, de sempre agradá-la, de querer ficar ao lado daquela que era minha razão de existir.
Tudo foi em vão.
Ela simplesmente disse que não queria mais e para eu tentar ser feliz. Foi o fim! Por quê?! Por quê?! Fiz de tudo por ela. Dedicava-me ao máximo para ter a felicidade e o bem-estar da minha amada mesmo que custasse o meu bem-estar, a minha família, os meus amigos, a minha vida! Abdiquei o mundo só para viver em função daquela que era meu norte, minha existência!
Tudo perdido! Solidão, medo, angústia, depressão, saudade, loucura, obsessão. Ela destruiu a minha vida. Não tenho mais nenhum motivo para estar aqui. Eu quero o amor dela de volta! Eu preciso!
O tempo passou, ela se casou com outro e a única forma de esquecer todo o sofrimento que se instalava em mim era colocar um fim nisso! A solução estava na minha casa, guardada em uma gaveta qualquer.
Tentei mais uma vez, mas ao simplesmente olhá-la de longe sentia que ela estava feliz com seu marido. Muito mais feliz do que era comigo. Um sorriso mil vezes mais belo, mais amoroso, mais sincero do que quando ela estava ao meu lado. Por quê?!
Não adianta. Nunca mais a terei em meus braços, nunca mais poderei protegê-la, beijá-la, acariciá-la com toda a ternura do mundo. Tudo isso era só um desejo que jamais se realizaria.
Decidi! Basta! Não quero presenciar a cada dia os sorrisos que saem da boca que eu mais quero beijar, sendo que não sou mais o homem que pode tê-la nos braços. Qualquer coisa era melhor do que ver outro se aproximando da minha amada, tomando-a nos braços e a protegendo. Isso é o que eu quero fazer! Não! Ele não pode! Tem que ser eu! Eu!
Matei-o! Vitória!
Maldito! Você poderia ter tomado tudo de mim, tudo! Minha família, meu dinheiro, meus amigos, tudo! Mas ela não! Ela é minha! Minha!
Foi bom ver o sangue daquele infeliz escorrendo garganta abaixo. Estava satisfeito. Agora ela era só minha, minha e de mais ninguém. Nós não precisamos de mais nada. Somente um do outro. Eu quero esquecer minha vida, preciso somente dela, nada mais importa.
Outra vez fui castigado. Por que tanta desgraça para mim?! O que eu fiz?! Matei?! Sim, mas mataria quantas vezes fossem necessárias somente para tê-la comigo. Eu não ligo. Podem me condenar, não importa. O que me importa é só o amor dela. Só isso! Nem minha vida me importa, só ela! Ela!
Contei que matei aquele desgraçado para livrá-la daquela união forçada e que agora poderíamos ser felizes. Ela me rejeitou, me ofendeu, disse que não me amava e que antes até tinha um carinho por mim, mas agora tudo o que sente ao me ver é ódio, asco, raiva.
Não! Não podia estar acontecendo! Aquelas palavras estavam carregadas com amargura, repulsa e nojo. Tentei beijá-la. Era só uma confusão, tinha certeza, iria passar. O verdadeiro amor dela sou eu! Eu sei que ela só está confusa, só isso. Eu entendo. Mas ela vai me amar. Vai me amar! Tem que me amar!
Um beijo. Era só disso que ela precisava para saber definitivamente que quem a merece de verdade sou eu. Ela fugiu, se esquivou. Ofendia-me, me dizia palavras que nunca poderia imaginar.
Não adiantava. Eu tentei! Tentei de todas as formas abrir seus olhos, guiá-los para a verdade: que sou eu o verdadeiro amor dela!
Não suportava mais! É melhor acabar com isso de uma vez! Não há por que viver senão for com ela. Ela e eu precisávamos descansar eternamente. É isso o que eu vou fazer! Vou lhe dar a minha maior prova de amor! Mostrar que o que sinto por ela ultrapassa os limites dessa vida banal, insípida.
Matei-a! Aquele sangue doce e vermelho jorrava de seu peito. Mas não importa! Nossas almas vão estar juntas para sempre. Tinha apontado para o coração e puxei o gatilho. A dor não importava. Só a imagem do corpo da minha amada à espera do meu! Enfim estávamos juntos!
Peguei-a no colo e a levei para casa. Ela finalmente é minha! Minha maior prova de amor. Eu te amo querida.
Para todo o sempre.
Postado em Crônicas e umas historinhas aí...
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