DESDOBRAMENTO
Eu sou bem mais eu quando tu me abraças;
entre os teus braços
eu sou mais de mim!
Sinto até vidas iguais à minha
nos ombros cobertos do teu cabelo e rosto,
nos antebraços e braços que te apertam
e em cada uma das minhas mãos
(a que te passa debaixo acima das tuas costas
e a que faz de conta que te penteia o cabelo)
porque, quando tu me abraças
eu tenho que ser quem te abraça também,
quem te segura também
e quem te afaga também
e, tudo tão bem, que eu tenho que ser mais eu,
só para que desse abraço eu não perca nada:
nem milímetro
nem segundo
nem, do teu amor, uma tonelada que seja!
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