quinta-feira, 15 de novembro de 2012


TENTAR

Tentar custa, sim…!
Tentar, custa o esforço do levantamento da cadeira
(e podem doer-nos as pernas por insistir);
tentar, custa o ar de um fôlego
(e há que inspirar de novo);

tentar, custa o impulso de um primeiro passo
(e às vezes, falta-nos o chão)
e, tentar,
pode até custar uma ruga na testa 
numa tomada de decisão vincada
(para sempre!)…
Mas, não tentar não tem custo
(mas só que porque é caro!):
não há preço marcado para um ensaio que não houve
ou então, 
se alguma coisa foi ensaiada (ou tentada) por alguém
e essa coisa foi coisa que nos passou a rasar o ombro,
a fazer vento na nuca
ou a coçar-nos o nariz,
verá inflacionado o seu preço com essa inércia
e assim, quem a agarrou,
pode não a vender por milhões de moedas
nem ouvir o regateio
de uma consciência que despertou tarde…

Não tentar, 
dá-nos memórias de menos
e valores que passam a mais
- e valemos tão pouco!

Sérgio Lizardo



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