(Sem nome)
Passeio pelas costas das tuas mãos com as minhas
que, ao curvarem a caminho das palmas delas, deslizam
com os dedos na pele, como pés a entrar pela porta de casa
e acomodam-se
como corpos que se estendem num sofá, feito lugar seu…
Mais tarde – bem…
mais tarde, após descansarem as minhas mãos nas tuas
(talvez uns instantes depois),
elas vão andar por esse meu albergue
no andar intermédio, onde ficam os salões do teu dorso
e no andar de cima, onde passo grande parte do tempo
sem que tu saibas por onde eu entro, segundo me dizes,
já que dás por mim na tua mente sem que antes te toque…
Digo-te, meu amor,
que é pelas janelas do teu olhar que eu entro também…
Já viste bem os meus olhos quando olham os teus olhos?
Lembras-te tu de como te olho quando chego?
Antes mesmo de passear por fora do teu corpo
já eu entrei com o mero desejo de morar em ti
e de te abraçar por dentro…
Sérgio Lizardo
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