Compulsivamente e seguindo todos os rituais das minhas manias bestas, eu escrevo como se o mundo fosse acabar amanhã, depois (ou antes) da chuva.
Gosto do cheiro doce da solidão e aprecio a textura dos abandonos... acaricio delicadamente as indiferenças e ignoro o futuro que, com a sua teimosia, puxa e machuca o meu braço e ainda me obriga a andar para frente. Eu ando... claro que eu ando... sou forçado. Mas o meu olhar fica para trás. Meu carro metafórico tem o retrovisor maior que todos os parabrisas do mundo. Sou como o garoto sem vontade que obedece aos pais autoritários e bêbados e ainda apanha do destino porque as pancadas dos familiares foram fracas.
Aprendi a ornamentar desgraças com as letrinhas encontradas nas latas dos meus lixos internos. Descobri que esses lixos são feitos de uma inquietação peçonhenta e cabeluda...
daquelas que precisam ser ouvidas senão gritam e rolam no chão.
Eu escrevo...
Não sou escritor nem tenho tais pretensões...
Sou apenas um aventureiro nas letras... um suicida literário que vê no abismo da escrita uma provável e possível (?) libertação.
By Jackson Pedro
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