Escondo os meus desabafos atrás de uma pilha de silêncios e vejo o desfile de palavras rudes em ruas sem nome que compõem a cidadela das minhas fugas. O céu escuro traz um ar de melancolia aos meus gemidos... as minhas dores brincam com as cortinas rasgadas e colocam quadros com rostos antigos em todas as paredes. Eu, mais pretérito do que presente, exibo ausências e visto consolos... sou mais fingimentos do que carne e osso. Nem a minha parte mais inocente cai nos meus truques baratos e uma espécie rara de vergonha vem galopando em minha direção.
Ergo altares para divindades desacreditadas... acredito nas mentiras mais bobas. Coloco uma maçã em minha cabeça e deixo o destino acertar a minha testa com uma flecha. Ferido e transbordando mais delicadezas do que sangue, eu dou a maçã aos que riram de mim e exibo um sorriso bem no estilo Jesus. Distribuo falsos perdões, visto a camiseta da mediocridade e choro por dentro... idealizo mortes trágicas e me vejo mijando nos túmulos dessas pessoas; eu não sou Cristo.
Sou sofrimento, tragédia, suicídio.
Sou silêncio, absurdo, covardia.
O céu continua escuro... Sombrio.
Venta muito lá fora... Tristeza.
Tem dias que a natureza e a alma humana são muito parecidas...
Para mim esse dia é hoje.
By Jackson Pedro
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