quinta-feira, 18 de julho de 2013

És minha!


És minha, e não é porque sim. 
“És minha porque sim”, 
é a resposta de ocasião quando ela pede um beijo teu, 
sem mais palavras no meio dessa emergência. 
És minha porque tenho em mim todas as coisas: 
são as tuas coisas. 
Porque me deste todas as coisas até ontem. 
Porque me dás todas as coisas hoje. 
Porque me dás a garantia de manter todas 
essas coisas e de ter outras mais. 
E não há tempo para falar de todas as coisas 
que eu tenho, muito menos das que ainda vou ter, 
porque me existes, e enquanto me existires. 
Não porque não. 
Porque tudo o que me pertence mesmo,
 é o que se entranha em mim e não desgruda, 
e é quanto deriva do teu olhar 
tagarela e do teu sorriso benévolo. 
É como se, quando me olhas e me sorris, 
me dissesses: “toma: este meu olhar e este meu sorriso 
são para que guardes, um no teu peito e outro 
na tua memória, e são o que te fará sentir 
completo quando dias maus roubarem de ti 
uma parte, amor…”. 
Mas, amor, isso és tu, inteira. 
É inteira que me chegas, e me entras, 
para que te leve. És toda tu que eu guardo
 para me segurar nas horas de tropeção, e me 
levantar quando chego a cair. 
Como às pernas, e como aos braços. 
Tenho em mim a tua ternura, a tua candura, 
a tua doçura, e até a tua mais sadia loucura. 
Por isso és minha. 
Se te tenho, e se te trago, és…! 
Chego a ser, todo, tu.


By Sérgio Lizardo

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