És minha, e não é porque sim.
“És minha porque sim”,
é a resposta de ocasião quando ela pede um beijo teu,
sem mais palavras no meio dessa emergência.
És minha porque tenho em mim todas as coisas:
são as tuas coisas.
Porque me deste todas as coisas até ontem.
Porque me dás todas as coisas hoje.
Porque me dás a garantia de manter todas
essas coisas e de ter outras mais.
E não há tempo para falar de todas as coisas
que eu tenho, muito menos das que ainda vou ter,
porque me existes, e enquanto me existires.
Não porque não.
Porque tudo o que me pertence mesmo,
é o que se entranha em mim e não desgruda,
e é quanto deriva do teu olhar
tagarela e do teu sorriso benévolo.
É como se, quando me olhas e me sorris,
me dissesses: “toma: este meu olhar e este meu sorriso
são para que guardes, um no teu peito e outro
na tua memória, e são o que te fará sentir
completo quando dias maus roubarem de ti
uma parte, amor…”.
Mas, amor, isso és tu, inteira.
É inteira que me chegas, e me entras,
para que te leve. És toda tu que eu guardo
para me segurar nas horas de tropeção, e me
levantar quando chego a cair.
Como às pernas, e como aos braços.
Tenho em mim a tua ternura, a tua candura,
a tua doçura, e até a tua mais sadia loucura.
Por isso és minha.
Se te tenho, e se te trago, és…!
Chego a ser, todo, tu.
By Sérgio Lizardo
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