terça-feira, 4 de novembro de 2014

Toda a vez que eu fecho os olhos...

Toda a vez que eu fecho os olhos 

eu vejo aquele menino 

de mãos dadas com seus sonhos, 

a caminhar pelas ruas 

destilando desenganos. 

Vira e mexe ele retorna 

e diz que a solidão ainda o devora, 

madrugada pelas ruas, 

aprisionado às esquinas, 

ao sorriso da menina 

que sem mais nem menos 

lhe disse adeus! 

Toda a vez que eu fecho os olhos 

eu vejo aquele menino 

nas ardências da paixão, 

meio bêbado, meio louco, 

tropeçando na saudade, 

abraçado ao arrepio 

das noites nostálgicas de maio, 

com os olhos cheios d’água, 

sem saber como fazer. 

Toda a vez que eu fecho os olhos 

eu vejo o dia nascer: 

praia deserta, chuva fina, outono 

e o menino e suas descobertas 

contabilizadas desde cedo; 

muitas perdas, poucos ganhos, 

muitos danos! 



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