sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Perfeito!

Abro a única janela que tenho em casa, recebo no peito o impacto do vento frio e deixo a água da chuva envolver tudo que em mim é nostálgico.
Enquanto chuva e lembranças acariciam os meus dramas, eu respiro fundo e absorvo os aromas distantes dos teus passos, das histórias minhas que você conta para outras pessoas como se fossem criações suas. Sim... eu posso ouvir as explicações inventadas pela sua necessidade de consolos para justificar a fuga e o abandono que você jogou no meu colo enquanto eu empilhava os tijolinhos dos castelos que a minha inocência, sinônimo de tolice, idealizou.
Coloco a minha mão na janela embaçada... o vidro sorri ao toque dos meus dedos e eu escrevo o seu nome de trás para frente porque algo em mim se nega a ver a ordem das letras que, juntas, formam aquilo que se tornou o sinônimo perfeito dos meus desassossegos.

By Jackson Pedro

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