Tem apenas um mar à sua frente
Um mar na noite logo ali quando termina os passos na areia
Logo depois da ponta dos ventos
Que balançam os cabelos
Tem apenas um mar na noite Depois de despir o vestido preto
De despir o corpo nu de tanta espera
Depois que a noite abandona o leito
Depois que a solidão se aquece na brisa
Para invadir a alma despida
Quase sem vida
Tem apenas uma solidão no mar de vestido preto
Um olhar de leve que ficou sem jeito
Tem apenas um mar que morreu na noite e não houve outro jeito.
Arnoldo Pimentel
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