segunda-feira, 14 de julho de 2014

Deixei...

Eu deixei todos os meus sorrisos em casa... alguns espalhados pelo chão, outros pendurados em cabides quebrados, na janela, que é pra ver se sai o cheiro insuportável de mofo. Carrego no rosto as linhas tortas causadas pelos velozes fantasmas do tempo e pelas infinitas correrias que só afastavam o que poderia fazer parar de arder as minhas feridas cheias de remédios vermelhos e os meus olhos repletos de sabão. 
Sou, nesta quinta-feira, a negação da fé, a personificação da descrença e o arrastar lento dos espantos. 

Sou intenso, mas não sou completo.

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