Lembro de uma história antiga, contada num livro antigo, um romance da segunda guerra mundial. O episódio, que os cientistas garantem que realmente ocorreu e que ainda pode ocorrer, se passou em algum lugar do norte da África. Terra seca, de muita pobreza e, por conseqüência, terra de fome em tempo de guerra. O que aconteceu foi que durante os meses de seca o vento soprou constantemente sobre a areia do deserto e sobre os rostos de seus moradores. Isso foi assim, durante tantos dias, que parecia não ter fim.
Até que chegou a chuva. Choveu longa e mansamente por toda a madrugada. Na manhã seguinte, daquelas que, como diz o poeta, sem nuvens depois da chuva, o escritor do romance da guerra saiu a caminhar. E andou até fora da cidade. Lá, viu a areia úmida e o susto do maior milagre que pôde ver: o deserto estava coberto de flores! Um tapete de cores e poesia se estendia a seus pés e ele chorou de paz e esperança no meio da guerra, meio ferido e meio curado diante do encanto que viu.
Os estudiosos garantem que isso é fato. O pólen é trazido pelo vento e se acumula na areia. Quando vem a chuva, dessas constantes e calmas, na manhã seguinte, ou poucas horas depois, acontece um dos mais lindos fenômenos na secura do deserto: o chão fica coberto de flores, de todas as cores e tamanhos.
Isso tem um grande significado para os moradores daquela região inóspita. As flores são o prenúncio da chuva. E chuva é semente, é vida e, quem sabe, o fim do tempo da guerra? Jesus é essa flor. A presença dele na vida de alguém é exatamente como a chuva calma daquela noite do romance e muda a paisagem da alma, traz o alimento que dá a vida.
Faz tempo que ouvi essa história, nem tenho mais aquele livro... Porém, ficou a esperança de algo novo e precioso. Você já sentiu o prenúncio de que algo está mudando? Aquela sensação de algo salutar brotando no lugar que era doente? Já teve esperança? É que a chuva está caindo suavemente, como uma voz que está há muito tempo sussurrando em seus ouvidos: o maior milagre do mundo é cobrir sua alma de flores.
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Eliel Eugênio de Morais
Pastor
Postado por Eliel Eugênio de Morais
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