,escrevo contra o que me lembro
,vã,
(I)
visão de alguns anjos coxos que gravitam
em elípticas,
escondem pés, pernas, coxas,
bando de morcegos albinos rodeando figueiras
adormecidas, sem fruto,
vãs,
e no alumbrar ao longe regressam algumas cores,
sejam alucinações psicadélicas,
sejam alucinações, sós, sóis
,insepultos.
,escrevo contra o que me lembro
senti-lo-ei sempre hoje, senti-lo-ia como ontem,
podê-lo-ei sempre sentir amanhã,
qual grito, quão perto do silêncio absoluto,
vão.
,empederniram-se estas veias,
mais cedo lavas, sim, apenas respiro,
sem ânsia, a morfina toma conta do corpo,
e o mar tão perto que lhe toco ao de leve,
despenteio-o.
[contra o que me lembro, escrevo fragmentos].
(II)
, “- mira, já ali as tâmaras, a água, as náiades, mira gajeiro, já aqui!”
Textos de Francisco Duarte
Nenhum comentário:
Postar um comentário