terça-feira, 24 de abril de 2012

Sexo casual: fazer ou não fazer? - By Rosana Braga

Há tempos venho pensando no assunto. Não exatamente sobre fazer ou não fazer, mas sobre a conotação que as pessoas, a sociedade e a mídia têm dado ao ato sexual. A impressão que fica é de que, na maioria das vezes, temos caído em dois perigosos extremos: ou se romantiza demais ou se banaliza demais!

Portanto, penso que o ideal, ao falarmos sobre o assunto, é tentar encontrar o equilíbrio e, sobretudo, a possibilidade de uma postura saudável diante das escolhas. Sem querer minimizar o que quer que faça parte dos valores de cada um, apenas para facilitar a compreensão, penso que podemos traçar um paralelo entre sexo e comida.

A começar pelo sábio ditado que diz que somos o que comemos, podemos ter uma ideia da importância de nossas escolhas ao compor nosso cardápio diário. Comer demais causa obesidade. Gordura em excesso entope as artérias do coração e causa doenças cardíacas. Açúcar além da conta pode causar, entre outros danos, diabetes. Alimentos industrializados podem provocar câncer. Por outro lado, alimentos naturais e até mesmo alguns não tão politicamente corretos, quando consumidos com moderação e consciência, não prejudicam a saúde. E por aí vai... Você certamente já sabe de tudo isso.

Bem, com as relações sexuais, é mais ou menos a mesma coisa. Poderia citar aqui o que pode causar o sexo sem responsabilidade, mas acredito ser desnecessário. Sendo assim, se a pergunta é sexo casual: fazer ou não fazer?, sugiro algumas importantes reflexões: este status de casual é uma opção ou uma falta de opção? E se é uma opção, ela tem a ver com uma atitude também casual ou recorrente? Se for recorrente, será que se trata de uma fuga, um medo, uma dificuldade de estabelecer vínculos afetivos? Está tentando enganar a quem?

No mais, você realmente quer ou simplesmente está se deixando levar pela escolha do outro? Você está reconhecendo seu próprio desejo, em seu corpo, em seus batimentos cardíacos, ou apenas está reproduzindo um comportamento ditado pela mídia como sendo o mais condizente com os tempos atuais?

O fato é que se você tem se tornado aquele tipo de pessoa que vai às baladas e já parte para os finalmentes, certamente está banalizando o ato sexual, desconsiderando seus sentimentos e desvalorizando seu coração. E se, por outro lado, vive negando sua sexualidade, usando seu sexo como passaporte para conquistar algum outro status ou transformando-o numa espécie de leilão, também está seguramente se equivocando na dose.

Transar ou não transar tem que estar diretamente relacionado com uma fórmula poderosíssima: aquela resultante da combinação entre o que você sente, pensa e quer. Ou melhor, seus sentimentos, desejos, valores e responsabilidades.

Quer? Acredita que não está violando sua própria ética? Pode arcar com as consequências? Sabe fazer com responsabilidade? Então, vá por inteiro. Entregue-se de corpo e alma e faça esse momento valer a pena. Sem culpas, sem tabus, sem pudores inúteis e sem falsos moralismos. Porque sendo casual ou não, fazer amor tem de ser uma escolha que conduza os envolvidos ao prazer, à alegria, à delícia de se saber visto, querido e pulsante! E isso só pode ter a ver com maturidade e, por que não dizer?, amor...





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