Ando desnorteado pelas avenidas sintáticas e desertas das frases que eu tive de engolir para manter viva a chama da mediocridade. Essas avenidas, de proporções continentais, possuem casas com nomes engraçados... frustração, arrependimento, mágoa, vergonha, cinismo, entre outras palavras que carregam consigo significados negativos e tristes. Passo em frente a um sobrado luxuoso, sinto uma brisa fria carregada de sensações ruins... como se eu estivesse jantando frente a frente com a morte e ouvindo suas histórias mirabolantes, sou invadido por um exército de arrepios e uma doentia vontade de sumir daqui. Ouço um coral de gemidos engolidos e um consentimento falso... percebo que a minha voz está no ar... aceitando tudo por uma paz que não existe, distribuindo "sim", querendo vender um "talvez" e escondendo debaixo dos tapetes o poderoso e urgente "não"...
Encontro um jardim de sorrisos amarelos e permissões dadas pelas mãos da contrariedade. Ando muito...
Penso demais...
Continuo transformando NADA em PORRA NENHUMA.
A vida continua
(a miséria também).
By Jackson Pedro
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