quinta-feira, 22 de março de 2012

Arnoldo Pimentel - Palavras nos ventos - Outra Margem do Rio

"...(...)...Não existe quase nada em volta 
Não existe uma cabana para se abrigar 
Para se esconder do mar 
Nada que seus olhos possam tocar 
Existe a desolada imagem do deserto 
Vento soprando a terra árida 
Tocando com seu assobio cada olhar do lince 
Cada verso triste 
Ao longe passa um rio que está seco 
Como todos os galhos sem vida 
No entardecer triste do outono 
Como a vida que tem como sinônimo o abandono 
Só se ouve o soprar do desalento 
A dor desfigurada pelo vento 
Solitário como lobo desgarrado e sedento 
Como a fresta que se perdeu no tempo 
Não existe quase nada na outra margem do rio...(...)..."


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